Capítulo 29

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Pela primeira vez eu indico uma música para esse momento que a Lorna está passando

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Pela primeira vez eu indico uma música para esse momento que a Lorna está passando. Sintam-se à vontade para ouvi-la enquanto saboreiam essa leitura.



A família da Nas tinha escolhido um cemitério particular para a cerimônia, bem afastado da cidade, o local era rodeado por árvores enormes e centenárias, com certeza elas eram testemunhas das mais tristes despedidas que já aconteceram ali, uma delas seria a de hoje. O clima nublado deixava aquele lugar ainda mais assustador, creio que ninguém se sente à vontade nesses lugares.

Uma trilha de pequenas pedras desenhava o caminho que levava da entrada até o local onde eram realizadas as cerimônias, Reade e Tasha estavam bem à frente de mãos dadas, foram apenas pela Lorna, que estava parada bem no portal de entrada, o olhar dela vagava perdido naquela imensidão cinza sem saber se continuava ou voltava.

POV Lorna

Era como se eu estivesse ainda dentro de um longo pesadelo, minhas mãos suavam pelo nervosismo, minha vista estava tão embaçada eu não queria aceitar de forma alguma que aquele era o fim, o fim da pessoa que tanto me protegeu e infelizmente eu não pude fazer o mesmo.

Eu não pude protegê-la de todo aquele mal, posso imaginar sua respiração descompassada pelo desespero nos seus últimos suspiros, posso vê-la chorando com medo do que viria depois de cada sessão de tortura, foi tudo minha culpa, se eu tivesse voltado, se eu não tivesse exigido tanto dela, talvez ela estivesse viva, talvez estivesse ainda comigo. Se não fosse essa maldita missão, esse chip foi a maldição que veio sobre as nossas vidas, eu queria voltar do tempo e ter discutido com ela para não aceitar esse desafio, mas eu a apoiei como sempre fizemos uma com a outra, como eu vou suportar todas essas lembranças?

Tasha e Reade estão um pouco à minha frente, céus! Como eu queria sair correndo daqui, me trancar num quarto escuro e não ver ninguém pelos próximos dias, ou meses. Eu só queria um abraço da minha filha agora, me traria tanta paz, é tudo o que eu preciso no momento, paz!

- Lori, vamos? — Vejo Reade estender a mão na minha direção.

Eu respiro fundo, seco as lágrimas e aceito a sua mão, sigo em silêncio ao lado deles. Ao me aproximar da tenda encontro a senhora Kamal, como sempre muito elegante usando os seus conjuntos acetinados, dessa vez o tom era preto, ela não estava sorrindo como da última vez que estive em sua casa, tenho tantas lembranças boas daquela viagem. Sua filha mais nova estava acompanhando-a, estava tão desolada com a perca da irmã, sempre foram tão unidas. Algumas cadeiras foram postas formando fileiras, algumas pessoas conhecidas já estavam lá, todos em um silêncio doloroso.

A MORTE TEM COR Where stories live. Discover now