Primavera - 봄

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Todo o parque de Banpo estava florido e eu não conseguia parar de sorrir. Nossas roupas leves demonstravam que o sol brilhava acima de nossas cabeças e que o clima estava agradável sobre nossas peles.

Olhando ao redor, era possível perceber os vendedores de flores frescas oferecendo os arranjos tão cuidadosamente feitos para os casais que ali estavam. Pessoas de bicicleta percorriam as trilhas e crianças corriam para todos os lados, assim como cachorrinhos de todos os tamanhos. A primavera era a responsável por aquele cenário adorável e que me fazia sentir leve.

Enquanto caminhávamos para a sombra de uma árvore mais afastada, fui surpreendida pelos dedos dele tocando os meus e logo minha atenção estava no contato mínimo de nossas peles, no movimento de seus dedos na ação de entrelaçar-se aos meus, apertando sua palma contra a minha logo em seguida.

Aquela era a primeira vez em meses, três estações depois de termos nos conhecido, que ele segurava minha mão daquela forma, em público.

Nunca havia existido essa cobrança entre nós, especialmente porque eu entendia no que aquilo implicaria para ele, especialmente se fossemos vistos, e foi por isso que meus olhos o indagaram silenciosamente logo depois.

Yoongi virou o rosto para mim, e mesmo que eu não pudesse ver parte de seu rosto por causa da máscara branca que o cobria, eu soube que ele sorria pelo jeito que seus olhos se fecharam em pequenas fendas de um preto brilhante, que despertavam em mim os meus melhores sentimentos. Sorri de volta e apertei sua mão na minha mais uma vez, sentindo que havíamos caminhado mais um passo importante e que a minha primavera estava ainda mais florida a partir dali.

Aquele gesto, pequeno para os demais, era grandioso para nós, e significava, acima de tudo, que ele confiava em mim para seguir em frente e que nossas guardas estavam cada vez mais baixas. Para nós e somente para nós.

Assim que chegamos debaixo do arbusto, coloquei a cesta de lado e o soltei para que pudesse arrumar nosso piquenique, no estilo mais tradicional possível, mas voltei meu olhar questionador para ele novamente quando seus dedos impediram os meus de se afastarem.

– O que foi? – perguntei, sorrindo.

Ouvi sua risada fraca soar rapidamente antes dele responder.

– Não podemos só ficar aqui, juntos, por alguns instantes?

Sua pergunta aqueceu meu coração como o sol de verão.

– Pelo tempo que você quiser.

Aconcheguei-me ao seu lado e deixei um suspiro sair, relembrando o verão, o outono e o inverno, os últimos seis meses, nossos passos e nossa aproximação e eu soube, naquele momento, que eu seria o seu verão e ele seria o meu, e não importava qual mês do ano estivéssemos. Se estivessem juntos, nossos corações estariam aquecidos.

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