𝑻𝒓𝒐𝒄𝒂 𝑰𝒎𝒑𝒆𝒓𝒄𝒆𝒑𝒕𝒊́𝒗𝒆𝒍

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Eu me sentia fraco, estava tão apavorado com esse seu lado que não conseguia fazer minhas mãos pararem de tremer. Rastejei até a porta que estava atrás de mim, e tentei abrir ainda de joelhos no chão, mas não consegui, me lembrei que o motivo é que Ryu a trancou antes de tudo isso começar, como se soubesse que acabaríamos assim de qualquer forma.

Sinto ele pegar meus braços com força, me fazendo levantar e ficar de frente a sua face. Seus olhos brilhavam com êxito, fazendo meu coração se apertar e dessa vez os meus olhos lacrimejarem aflito por estar vendo uma pessoa que sempre me tratou bem, me olhar maldoso assim.

S-San...– digo baixo entre um choro que insistiu em começar.

Ele não disse nada, apenas fechou os olhos e respirou fundo, dando início a mesma risada maléfica de antes.

— San? Por que você insiste em confundir nós? – ele me puxou bruscamente pelo braço e me arrastou até a pequena mesa, me jogando sobre ela. Sinto minhas costas doerem pela queda forte, mas quando eu estava prestes a cair no chão completamente fraco, ele pega em meu pescoço de maneira forte e me faz deitar na mesa completamente desconfortável, me fazendo levar minhas mãos até seu aperto em mim.

— Se nos confunde tanto, irei mostrar uma coisa que minha criança nunca faria com você, por ele ser um completo fraco.

Ele diz sério, erguendo o canivete na altura de meu rosto, mas quando ele estava prestes a me atacar, alguém bate na porta de maneira fraca, o que fez ele parar sua mão no ar, ainda me olhando.

— San? Eu sei que está aí, eu ouvi sua voz, me leve pra casa, eu quero ir pra casa. – Jongho dizia como se estivesse chorando. — Abra, por favor.

Ryu sorriu para mim e se aproximou o suficiente ao lado de meu rosto, ainda apertando forte meu pescoço, o que dificultava minha respiração.

— Você tem uma puta sorte garoto de sempre aparecer alguém para te salvar. Continuaremos em uma próxima vez.

Ele sussurrou perto de meu ouvido e se afastou, o que fez eu tossir e puxar o ar com dificuldade novamente. Olhei para si, vendo-o ficar de costas a mim. Me concentrei ainda assustado no que fazia. Esperei por alguns segundos, agora vendo-o levantar as duas mãos no ar, olhando para seu corpo em seguida. Ele se virou, mas ao me perceber ali ainda deitado sobre a mesa, tendo apenas o apoio de um cotovelo sobre ela para olhá-lo melhor, sua expressão muda por uma completamente preocupada.

— W-wooyoung? – sua voz sairá baixa, diferente de como eu a ouvi antes. Continuei do mesmo jeito, paralisado enquanto olhava-o confuso e assustado.

Ele olhou para o canivete em mãos e em seguida para mim, parecia mais assustado que eu nesse momento.

— Wooyoung, o que ele...

— N-não chegue perto. – digo rapidamente ao vê-lo se aproximar de mim, mas parou ao me ouvir.

— Sou eu Woo, Choi San... o que ele fez com você? – diz tentando parecer calmo, jogando o canivete no chão. — Está tudo bem agora.

— Agora? Só agora você aparece? Você tem certeza de que não se lembra do que acabou de fazer comigo?

— Não sou eu Wooyoung, me desculpe. – ele parecia querer chorar.

— Você não sabe então o quão ruim é ter que ver uma pessoa que sempre te fez bem de repente virar num demônio ou talvez pior que isso.

— Descul...

— É mais ruim ainda eu não conseguir acreditar em tudo isso, como se você fingisse a todo momento... é realmente estranho Choi San! – gritei a última parte, que o fez abaixar a cabeça, vejo uma lágrima grossa cair de seus olhos e parar no chão.

— É fácil julgar quando não é você o doente. – ele diz e me olha. Começou a se aproximar de onde eu estava, o que me fez ficar com medo novamente, mas vejo-o apenas pegar a mesma regata branca de antes e vesti-la.

— Eu irei deixar passar dessa vez, pois acabou de presenciar uma cena que eu tenho te alertado a semanas que possívelmente aconteceria algum dia, talvez esteja muito assustado a ponto de falar tamanha bobagens. – ele tentava dizer sério, mas sua voz saía falhada.

Ele se afastou, indo para a porta, mas não conseguiu abrir e me olhou, o que fez eu revirar meus olhos.

— Está no seu bolso a chave. – digo, me levantando lentamente por conta da dor em meu corpo.

San não disse nada, apenas passou as mãos pelos bolsos da calça de moletom e em seguida destrancou a porta. Ao abrir, ele se assusta com Jongho que o abraçou fortemente.

— Eu não quero mais ficar aqui San, me leve pra casa. – ele chorava enquanto falava. — Só me leve... pra casa.

Vejo San rodear seus braços em torno de si, fazendo carinho em seus cabelos.

— O que aconteceu? Alguém te fez mal? – ele pergunta, vejo Jongho apenas assentir rapidamente.

— Te entendo amor... vem, vamos para casa, eu faço um doce para nós.

San diz e pega na mão de Jongho, sumindo de minha vista em seguida. Suspirei cansado, passando as mãos em meus cabelos. Me sentia irritado com tudo isso que praticamente falei sem pensar, apenas soltei o que eu guardava em mim.

Talvez tenha sido um grande erro, talvez eu tenha pegado pesado demais falando aquilo para alguém como Choi San. Eram tantos talvez que a possibilidade de estar certo ou não era quase impossível.

Saí daquela sala, caminhando sem rumo algum, apenas pensando em tudo que aconteceu nessa pequena e horrenda manhã. Desci as escadas, querendo ir ao meu quarto, mas vejo Yeosang subindo, o que fez eu me lembrar do que Jongho disse.

— Yeosang. – ele me olha assustado ao me perceber ali também, mas logo sua expressão suaviza.

— Oi.

— Por que você fez isso com o Jongho? No quarto dele, é sério mesmo? – eu já estava irritado antes, me lembrar disso fez minha voz sair mais irritada ainda.

— Eu sei Wooyoung, eu não queria mas Yunho me trancou lá, disse que estava de saco cheio do Jongho ficar no pé dele. Eu não sei onde eu estava com a cabeça a ponto de aceitar isso depois. – ele suspirou pesado e passou as mãos no cabelo.

— Vocês...

— Sim e me arrependo. Devo estar ficando louco Wooyoung, eu não irei nem conseguir olhar para Jongho agora, isso se ele não me matar antes.

Ele diz rápido, voltando a subir as escadas e me deixando para trás. Olhei para aqueles degraus, pensando o quanto esse lugar era estranho, ou ao menos as pessoas nele.

Talvez eu também seja.





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DATA DA PRÓXIMA ATT:
25/10/2020

𝐋𝐚𝐠𝐮𝐫 × 𝐖𝐨𝐨𝐬𝐚𝐧 | зонтик | 𝐀𝐭𝐞𝐞𝐳 Where stories live. Discover now