– Sim, eu sei. Mas confesso que vê-la dizer isso sobre um homem é absolutamente inédito.
– Sou uma mulher como as outras, Emily.
– Com certeza, mas perdoe-me, só descobri isso hoje.
Bárbara sorriu e jogou a almofada do sofá lateral em Emily, forçando-a a desviar-se do objeto.
– Saia daqui antes que eu jogue o vaso da mesa em você.
– Está bem, está bem, eu vou. Mas agora não vou sossegar enquanto não conhecer esse "deus grego".
Bárbara deu-lhe um sorriso irônico.
– Bem, quem sabe você não encontra com ele atravessando a rua.
– Engraçadinha.
Emily sorriu e quando estava deixando a sala deu de cara com Christopher, o melhor amigo de Bárbara.
– Oh, desculpe Chris.
– Não tem problema, está tudo bem, não tinha como saber que eu estava aqui. Vim levar minha ilustríssima amiga para comer alguma coisa.
– Chris! Que bom que veio! Estou realmente precisando de um tempo.
– E posso saber por quê?
– Te conto no caminho, vamos.
***
– Me deixa ver se entendi. Ele te chamou lá para oferecer um cargo de superintendência e não te deu o direito de recusar? É isso mesmo? – perguntou Chris parecendo não acreditar no que ouvia.
– Exatamente isso Chris. Ele agiu como se fosse uma ofensa inadmissível que eu recusasse a oferta. Foi surreal.
– Pois eu estou achando bem engraçado – disse Christopher enquanto mexia sua bebida.
– Engraçado porque não foi você. Foi assustador, isso sim. Pensei que ele mandaria me decapitar.
– Que exagero Bárbara! Ele pode até ser influente, mas isso já é demais. Você está parecendo uma menininha assustada com o monstro no armário. Quer saber, é a primeira vez que te vejo assim e é hilário.
Bárbara arremessou uma batata frita contra Christopher, que desviou dando uma sonora gargalhada.
– Sabe que às vezes me pergunto por que continuo sendo sua amiga depois de todos esses anos de ofensas intermináveis.
– Porque você não vive sem mim – disse Christopher com um sorriso de orelha a orelha.
Bárbara olhou para ele querendo contestar, mas só conseguiu sorrir também. Afinal, era mesmo inegável a diferença que Christopher fazia em sua vida.
Desde a faculdade eram inseparáveis. A amizade começou quando ela se esforçava para retirar um pesado livro da prateleira da biblioteca sem sucesso e de repente uma mão surgiu para ajudá-la. Virando-se, deu de frente com os olhos mais azuis que já tinha visto em toda a sua vida e um sorriso largo que exalava simpatia. A conexão foi imediata e a partir daquele dia, o cavalheiro loiro que a ajudou tornou-se seu principal companheiro de pesquisas e logo, seu melhor amigo.
Ninguém a entendia tão bem quanto Christopher. Ele esteve ao lado dela em todos seus altos e baixos e sabia exatamente o quanto cada coisa lhe afetava. Bárbara sempre se sentiu muito abençoada por ter um amigo assim.
– Não vou me manifestar sobre essa declaração – ela disse sorrindo.
– Não precisa. Sei do meu valor – disse Christopher fazendo uma péssima imitação de soberba, o que só conseguiu arrancar uma gargalhada de Bárbara.
– Obrigada por me fazer sorrir, Chris.
– Ah, por nada. – respondeu ele fazendo reverência com as mãos – estou aqui para servi-la, mademoiselle. Mas me conta, não passou nem uma vez pela sua cabeça aceitar a oferta?
– Seria uma mentirosa se dissesse que não é tentador ser convidada, ou talvez deveria dizer intimada, enfim, ser considerada a candidata ideal para um cargo tão importante em uma empresa como a McCain. Ainda mais aterrador é ser recebida pelo próprio Daniel McCain. Mas você me conhece, minha família e minha agência estão em primeiro lugar. Não poderia aceitar.
– Já pensou em delegar algumas tarefas?
– Que horror Chris, você está dizendo exatamente o mesmo que ele me disse.
– Sério? Ah, talvez porque seja o óbvio. Você não precisa abandonar tudo para se dedicar ao cargo. Pode supervisionar a distância o andamento das coisas, afinal, você sempre foi polivalente.
– Não sei...não me parece possível. Poderia sim delegar muita coisa da agência, você sabe que tenho a ajuda de excelentes profissionais lá, mas que benefício isso traria para a empresa da minha família? Só me deixaria mais ausente. Aceitar essa oferta prejudicaria minhas prioridades e eu já recusei. Trabalhar para alguém insuportável como aquele homem arrogante está fora de cogitação e, como lhe contei, tive uma saída nada amigável de lá, então já não importa.
– Bom, você é quem sabe o que é melhor. Se tomou essa decisão confio nela.
– Obrigada Chris. De coração.
– Um sorvete agora?
– Ótima ideia.
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O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1
RomanceEle: Daniel McCain, um empresário de sucesso que comanda uma corporação gigantesca fundada e construída com cada gota de seu suor. Controlador, frio e extremamente estrategista Ela: Bárbara McNamara, uma publicitária bem sucedida, criada por uma fam...
Capítulo 3
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