— O sabor, meu caro, vivi pra ouvir essas três palavras. — sorrio pela primeira vez no dia.

— Deveria ter gravado, vai lhe custar outra vida até que retorne a ouvir isso. — retruco. Jungkook faz careta e revira os olhos.

— Isso é o que vamos ver... agora, por que você não levanta sua bunda dessa cama e prepara um café da manhã para seu melhor amigo? — Jungkook começa a me empurrar para fora da cama enquanto tento me agarrar aos lençóis.

— Aish! Por que você não faz isso sozinho? — reclamo, preguiçoso.

— Por que você não se lamentou pelo Yoongi-ssi sozinho? — rebate. Quando levanto da cama murmurando um xingamento, Jungkook sorri, vitorioso. — Tem uma coisa que está me deixando bastante curioso... você disse que não era um encontro.

Quando começo a protestar, Jeon sorri, diabólico.

— Você deveria ter ido sem cueca como eu disse, poderiam ter brincado de alguma coisa na roda-gigante! — ele ergue uma sobrancelha enquanto sorri ladino.

— Acho que já me fodi demais ontem, não acha não? — retruco, vasculhando por roupas limpas no guarda-roupa.

— Olha só quem está de volta, Big Boca Suja Boy, já estava com saudades! — Jeon ri. Apoio minhas roupas no ombro e evito a tentação de jogá-las na cabeça de Jungkook.

— Vou tomar banho, depois faço algo pra comermos.  — digo, já saindo do quarto.

— Então esse cheiro não era da caçamba de lixo que passou lá fora? — ele grita do quarto.

— Jungkook, seus dias estão contados! — grito de volta, mas acabo rindo.

— Hoje não é sábado, Kim Taehyung, se afasta desse banheiro! — ele diz, aparecendo na porta do quarto.

Estendo meu dedo do meio e entro no banheiro.

***

— Você viu meu... celular? — ergo as sobrancelhas ao ver Jeon encarando o aparelho que está perto de sua mão. — Que foi? — pergunto, terminando de secar meus cabelos com a toalha.

— Você não disse que sua mãe não estava te respondendo, nem disse que seu pai tinha bloqueado seu número. — desvio o olhar.

— Ela vai responder, Jungkook, só está ocupada. — forço meu rosto a sorrir, mas Jeon não cai nessa. Não mais.

— Nem você acredita nisso, Tae. — deixo que o sorriso suma do meu rosto. Dou de ombros, pondo minha atenção em achar um pente na gaveta. — Por que não me disse?

— Agora você sabe, o que vai fazer? Mudou alguma coisa? Vai fazer ela me responder? Vai fazer ele desbloquear meu número? Vai fazer meus pais se reconciliarem com o único filho deles? — antes que eu perceba minha voz está se elevando cada vez mais.

— Você sabe que não tenho como fazer nada disso...

— Então não deveria se intrometer! — o interrompo. Uma parte minha implora que eu pare de gritar com Jungkook, porque sei que ele não tem nada a ver com meus problemas. Mas minha parte egoísta diz que ele é a única pessoa com quem eu posso gritar.

— Ei... tudo bem. — Jungkook se aproxima de mim. Suas mãos secam as lágrimas dos meus olhos, apesar de eu não lembrar o exato momento em que elas começaram a cair.

— Não, não está nada bem. — respondo, odiando minha voz por estar tão ríspida. — Eles estão me apagando aos poucos e agora estou gritando com a única pessoa que se importa comigo. Como pode estar tudo bem? — Jeon me abraça, tento me afastar, mas ele segura meus ombros firmemente.

ᴅᴏʟʟʜᴏᴜsᴇ | ᴋᴛʜ + ᴍʏɢWhere stories live. Discover now