4. Sumiço e novos amigos

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A mãe de Estefany começou a trabalhar em um supermercado, e lá fez uma amiga que, por coincidência morava na mesma vila e rua que ela, e que por sinal, tinha uma filha, 2/3 anos mais velha que Estefany. Logo se conheceram, seu nome era Giovana. Elas viraram amigas, as duas brincavam juntas, apesar de ser sempre na casa da Estefany, porque Giovana morava com sua avó, e não tinha muitos brinquedos na casa da sua mãe.
No começo, quando Estefany foi para a escola, as coisas não foram perfeitamente bem, as outras crianças ficavam chamando-a de "Baiana" apenas porque ela tinha sotaque, ela odiava quando a chamavam assim, achava uma idiotice, que as pessoas achem que só existe a Bahia no nordeste.
"Como você sabe, eu não podia brincar com as crianças aqui da rua, a única que eu podia era a Giovana, ela era legal, (pelo menos era o que eu achava na época), no começo, quando fui para a escola, descobri que ela também estudava lá, e...a avó dela morava na mesma vila que o Malcom!deve estar se perguntando porque eu não perguntei as coisas sobre ele para ela. Eu não perguntei porque mesmo sendo minha amiga aqui na vila, na escola nós não nos falavamos direito, e ela andava com a prima dele. A prima dele era aquele tipo de pessoa que se você olhasse, com toda certeza você apanharia.
No outro dia, que fiz minha segunda carta para Malcom, ainda não estava falando com a Stefani.É engraçado como as pessoas agem quando estão bravas umas com as outras, uma hora não quer nem saber da outra, e em outra quer fazer de tudo para deixar a outra pessoa mal. A conversa que eu e Bianca havíamos tido com os meninos nos trouxe resultados. Eles eram os únicos meninos na sala que as meninas escolhiam no verdade ou desafio, eles não eram "pouca coisa". Quando subimos na hora do intervalo alegando ter esquecido a minha lancheira (que eu havia deixado na sala de propósito), a tia do corredor estava irritada, e disse que não ia deixar mais ninguém subir lá, pelo resto da semana, e que muita gente estava esquecendo as coisas na sala naquele mês. Porém eu e Bianca fizemos drama dizendo que iamos morrer de fome e Bianca disse que chamaria sua mãe na escola para resolver isso. Acho que a tia ficou com medo, porque ela nos deixou ir para a sala.
Quando chegamos na nossa sala de aula para pegarmos as cartinhas, estavam lá: Stefani, Michele, Lorena e Vitória, todas rindo e cochichando de algo. Quando nos viram, passaram por nós e disseram algo rude.
Fui pegar a cartinha e...sim!ela havia s-u-m-i-d-o! Apenas a minha sumiu, a da Bianca continuava lá, intacta. Meu mundo desmoronou, oque elas fariam com aquilo?fiquei desesperada, toda a minha teoria de ser zoada pela escola poderia estar prestes a se realizar. Me sentei na minha cadeira e fiquei imaginando várias coisas horríveis e choramingando para a Bianca, quando de repente, os meninos apareceram. O Matheus me olhou e perguntou:
— É verdade o que a Michele e a Stefani tão falando?
 — Depende do que que elas tão falando - disse Bianca
 — Elas tão falando que a Estefany gosta do primo da Michele.- falou Yuri me encarando para ver se era verdade.
 — Há, claro que não, credo, aquele menino feio. Todo mundo sabe que eu gosto de um menino daqui da sala. - falei com desdém, na época além de gostar do Malcom, eu tinha um certo carinho com o João Victor, mas era só isso. Eles acreditaram. E todos ficaram zuando o Matheus, pois em seguida de eu ter dito aquilo ele perguntou quem era o sortudo. Já estávamos saindo da sala quando, Yuri vira para nós e diz:
 — Você não vai fazer nada?elas tão falando que você gosta de um menino do quinto ano. Vai arregar Estefany?
Eu fiquei sem saber o que fazer, mas ele estava certo, eu não podia deixar barato. No dia anterior quando conversamos, todos nós reclamamos que não podíamos mexer no nosso próprio material, aquele kit do governo, pois os kits ficavam em um armário na nossa sala, e só a professora podia mexer...mas naquele dia, o armário estava aberto, e nós quatro (pois o João Victor não quis se envolver, achei uma atitude inteligente dele na época, mas o meninos chamaram ele de ramelão) pegamos todas as canetas e os lápis dos kits da Stefani e da Michele e colocamos em nossas bolsas. Na minha mente estava tudo certo, eu havia me vingado e elas haviam dito para o pessoal da sala que eu gostava do menino do 5° ano, mas eu poderia dizer totalmente ao contrário. Mas o que estava por vir, era muito mais que isso."

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