twelve

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— Ele fez a escolha dele Ada.– eu já estava chorando, desde que sai do banheiro e Ada me disse que John tinha ido embora, eu andava de um lado pro outro na sala

— É difícil pra vocês dois entenderem que se amam?– ela reclama nervosa

— Isso não é amor, é sensação de posse.– me sento no sofá me sentindo cansada — Ele quer que eu volte para Birmingham, me case com ele e aí eu vou trabalhar para a companhia Shelby. Eu não vou desistir do meu sonho por alguém que não entende o que eu quero.

— Eu admiro este seu lado Bella, mais do que ninguém. Mas você tem que acreditar no que você sente.– abaixo a cabeça e limpo meu rosto molhado — Daqui duas semanas você fica quatro dias sem trabalhar, por conta do feriado, porque não vai até lá ver sua família?

— E como eu vou evitar ele?– pergunto já imaginando que John poderia me prender lá

— Não evite, conversem mais. Vocês precisam entrar em um consenso.– assinto mesmo martirizando a ideia — Venha cá.– ela me chama para um abraço e eu me ajoelho em sua frente e sinto seus braços amorosos me rodearem. — Você é minha irmãzinha agora.


Duas semanas depois

O táxi parou um pouco afastado do pub, então eu fui caminhando até o Garrison que estava com uma faxada diferente, parecia mais elegante, o pior é perceber que eu não senti nem um pouco de falta desse lugar. Entrei no estabelecimento e encarei o homem limpando alguns copos atrás do balcão, o local estava vazio por ainda ser cedo.

— Papai.– chamo e ele se vira rápido e vem correndo me abraçar, ele beija meu rosto diversas vezes.

— Olha só pra minha garota, você parece tão madura. Como está linda.– eu só sabia sorrir, nem me dei conta do quanto sentia falta dele.

— Este lugar está incrível.– digo olhando ao redor, a nova decoração estava mesmo linda

— Depois que eu vendi para o senhor Shelby, eles sofreram um ataque, explodiram o lugar então ele pagou a reforma.– meu pai explica e me faz sentar em um dos bancos do balcão — O senhor Arthur me deixou comandar aqui, eles aumentaram meu salário e o John até nos deu uma casa nova.– ele diz todo alegre e meu sorriso some do meu rosto

— John fez o que?– pergunto incrédula.

— Venha vamos ver a casa, você vai ficar impressionada, tem até um quarto para você...– ele diz depressa e pega minha mala no chão, nós saímos do pub e pegamos duas ruas até um sobrado na avenida, encarei o prédio e meu pai me fez entrar — Lucy, Arabella está aqui! – ele anuncia e mamãe vem correndo me abraçar.

— Minha bonequinha.– retribuo seu abraço, mas ainda encaro a casa que era bem bonita e aconchegante. Minhas pernas são abraçadas pelos meus irmãos caçulas e eu sorrio e me abaixo para abraçar eles. — Venha conhecer seu quarto. – mamãe me puxa para o andar de cima e me faz entrar em uma porta branca.

Um quarto amplo e claro, a janela tinha uma vista para a rua, a cama tão macia e grande, me deu vontade de chorar porque por muito tempo tive que dividir minha cama pequena com meus irmãos, e agora cada um deles tinha um quarto. Depois que mamãe me mostrou a casa toda nos sentamos na mesa da cozinha para tomar um chá, eles me perguntaram sobre o trabalho e sobre a casa que eu estava e eu disse tudo o que eles queriam saber.

— Eu preciso saber, quando isso aconteceu?– aponto a casa e eles se olham — Quando John deu essa casa para vocês?

— Desde quando o senhor Thomas comprou o Garrison, umas duas semanas depois.– meu pai respondeu

— E não pensaram em me avisar pelas cartas? Ou nos telefonemas?– pergunto indignada

— Ele disse que você poderia ficar brava.– minha mãe diz e eu me controlo para não gritar com eles

— Ora, é claro que estou brava. Essa era uma conquista que eu gostaria de dar a vocês, com o esforço do meu trabalho.–  digo indignada e eles compreendem com o olhar — Todo o dinheiro que ganhei até agora no trabalho eu estou ajuntando, em breve poderia comprar a casa...

— Mas não poderíamos recusar, ele disse que não aceitaria devolução, que era um presente...– minha mãe tenta argumentar

— Eu sei mamãe,mas...

— Agora que estamos sendo prósperos, você poderia voltar, e ficar conosco.– meu pai diz e então eu entendo a questão

— Foi ele que disse isso a vocês?– os dois trocam olhares significativos — Eu não vou voltar pai, e já que estão tão bem na mão dos Shelby, vou comprar minha própria casa em Londres. – me levanto da mesa nervosa e corro até "meu quarto".

Eu ainda não acredito que John fez isso, meus pais estão completamente na mão deles agora, ele fez isso só para que eu voltasse, mas isso não vai ficar assim.

Webelong    ✨John Shelby✨Where stories live. Discover now