Felipe

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Jhonatan era um velho amigo da família Benzete, seu pai, Márcio era o advogado do meu pai. Crescemos praticamente juntos, tão juntos que inclusive ele e Lillia já tiveram um namorico adolescente, o que deixa minha irmã mais nova bem desconfortável com a presença do homem até nos dias atuais.

Marcamos de nos encontrar por volta das dez da manhã, no meu escritório mesmo. Eu estava numa correria que só, tentei adiantar um pouco do trabalho em casa, enquanto cuidava de Melissa e Beni que ficarão doentinhos, mas mesmo assim acabou acumulando.

Sai de casa bem cedo hoje, Mel nem tinha acordado ainda, achei melhor deixá-la dormir, minha mãe sempre dizia que boas horas de sono era melhor que qualquer remédio.

Estava terminando de revisar os relatórios administrativos da empresa, minha cabeça já doía de tantos números que haviam ali. Senti o cheiro de café fresco e por alguns segundos me arrependi de ter dispensado Giovanna, era só eu ligar e ela me traria o meu café... Mas foi por uma boa causa, ela precisa de alguns dias em casa.

Tirei os óculos e arrastei a cadeira de rodinhas pra trás, me levantei e sai da sala. Tínhamos uma pequena salinha ali na presidência, era como uma mini cozinha, aonde usávamos para preparar cafés, lanches e afins.

Fui pra lá, Ayla, minha chefe da contabilidade enchia sua xícara de café, cumprimentei a mulher com um aceno de cabeça e depois de ela partir fui encher minha xícara também.

-Que milagre você por aqui. – reconheci a voz de César e sorri.

-Às vezes um homem de negócios tem que ir buscar seu próprio café, né? – ri fraco e ele assentiu.

-Sem secretaria? – confirmei e ele franziu os lábios fazendo careta.

-Dei uns dias de folga pra ela. – expliquei.

-Ah, acredita que ela mora no mesmo prédio que eu? – sorriu.

-Descobri recentemente. – beberiquei meu café.

-Ue, já trocou a babá pela secretaria? Meu Felipe voltou pra pista mesmo ein... – riu e eu revirei os olhos.

-Não troquei nada. E o nome dela é Melissa. – falei sério e ele assentiu.

-O negócio entre vocês está sério mesmo, né? – sorri ao me lembrar dela.

-Eu a amo. – admiti.

-Que bom cara, é bom te ver feliz assim de novo. – sorriu e me deu algumas palmadinhas no ombro.

-Mas e você, ninguém? – perguntei curioso, fazia tempo que eu e César não conversávamos.

-Ah... então... digamos que eu estava meio afim da sua secretaria, que também é minha vizinha. – contou e eu arregalei os olhos.

-Tá brincando. – ri, ele me acompanhou.

-Pior que não... Domingo eu ate pensei de bater lá, usar o truque da xícara de açúcar, mas quando cheguei lá você não sabe quem eu vi saindo. – o moreno bebeu um pouco da sua bebida quente também.

-Quem? – perguntei.

-Jorge. – franzi o cenho.

-Jorge? Que Jorge? – não podia ser o Jorge que eu estava pensando.

-Gomez, cara. – César disse como se fosse óbvio.

Só de lembrar desse homem o meu sangue já fervia, conheci Jorge ainda criança, nossos pais também eram amigos é, por um motivo que eu ainda desconheço, ele sempre quis tudo que era meu!

-Ah, esse embuste. – revirei os olhos.

-Acho que eles devem ser namorados, eu deveria ter imaginado, do jeito que ela é linda... – suspirou e eu fiz cara de nojo, César não era do tipo que se apaixona.

Muito mais que uma BabáWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu