Capítulo 6

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O nervosismo tomava conta do meu corpo. Meu rosto estava todo vermelho e a palma de minhas mãos suando. Era dia dos namorados e eu tinha um plano. Max tentava me acalmar, do jeito dele:

—CALMAA! —e deu um tapa na minha cara, foi estranhamente funcional —Vai dar tudo certo, qualquer coisa eu ponho fogo em uma áirvore e a sua vergonha deixa de ser o foco.

—Ok, obrigado —isso pode parecer loucura, mas realmente era minha única opção.

Estava tudo preparado, iríamos ao cinema e depois fazer um piquenique a luz das estrelas e aí... eu torcia para que desse tudo certo. Usava uma roupa arrumada, mas não tanto, para não parecer algo chique demais.

Tinha pedido emprestado o carro de um amigo e fui de carro até a casa de Nora, para buscá-la, ela usava um vestido vermelho que deixava ela linda. Seu cabelo tinha voltado ao natural e estava um belo castanho escuro. Ela se sentou ao meu lado no carro e conversamos sobre nada. Minhas mãos não paravam de suar e quase escorregavam pelo volante.

—Theo? O que foi? —ela segurava o riso de leve, sabia quando eu estava nervoso e gostava de se divertir com aquilo.

—Eu estou bem! Ótimo, na verdade! —eu ria de nervoso —Filme, né?

—Você é ridículo em tantos níveis diferentes que me dá até vergonha. —Max estava sentado de ponta cabeça no banco de trás do carro — Por que você não faz isso no carro? Para de perder tempo.

Fomos ver o filme, eu não conseguia focar nele, ficava olhando para Nora o tempo todo. Ela nem ligava, ficava comendo pipoca e comendo doces até não aguentar mais. Eu amava ela. Max estava sentado em um outro banco e gritava no meio do filme coisas como "MORRA!!" "QUEIME!!", era um filme de romance, mas ainda assim ele gritava essas coisas.

Ela ria falando do filme e eu apenas concordava com a cabeça, não tinha visto nada. A levei para o carro e ela começou a me explicar o filme todo, era realmente brega. Nós chegamos para o parque, já estava escuro, adorávamos ir lá e ficar observando o céu estrelado.

Ela deitou a cabeça no meu colo e começou a falar sobre cada uma das constelações e sobre aonde era planeta e aonde era estrela. Eu não entendia metade do que ela estava falando, mas ouvir ela falar daquele jeito animado era uma das coisas mais lindas do mundo.

Nora se sentou para pegar alguma coisa para comer eas eu toquei em sua mão. Ela tinha uma mão tão pequena e delicada, mas de certa forma tão firme. Ela olhou para mim e sorriu.

—Você sabe que eu te amo, Nora? —eu disse, olhando diretamente para seus olhos que brilhavam suavemente.

—Você já me falou algumas vezes. Eu também te amo, pimenta —ela me chamava assim às vezes, já que ficava vermelho com uma facilidade inimaginável.

Eu mexi em meu bolso e... EU NÃO ENCONTRAVA! Max deve ter escutado meus pensamentos e começou a procurar pelo chão.

—Você é um tremendo idiota!! Eu não acredito nisso! Se não fosse por mim, você estava completamente perdido! —Max gritava a todos pulmões

Meu rosto se tornou vermelho e o meu sorriso amarelo. Claro que eu ia fazer alguma coisa errada, era óbvio demais! Acho que Nora percebeu meu nervosismo e começou a acariciar suavemente minha mão.

—Tá tudo bem, pimenta?

—Tá ótimo Nora, tudo 10 de 10, tudo certinho, do balacobaco —isso deve ter entregado que estava tudo errado.

—Ok, o que aconteceu? Você nunca fala balacobaco quando algo está "certinho" —ela me conhecia bem até demais.

—ACHEI!! ACHEI!! THEO EU ACHEI!! —Max gritou, para o meu alivio.

—Eu... acho que meu celular sumiu, eu fiquei preocupado, mas eu acho que achei ele, eu só vou pegar rapidinho. – era a melhor desculpa que eu tinha.

Fui até onde Max estava, só era a alguns passos da onde a gente estava. Peguei a caixinha e fui até Nora.

—Nora, eu... eu não sei fazer isso direito —ela olhava para mim com um sorriso e olhos brilhantes.

—Só fala direto, sem pensar —Nora era boa com conselhos, em me fazer me jogar.

—Ok, falando direto, eu quero casar com você, quer casar comigo? —eu estava tão vermelho que era basicamente um morango.

—Eu aceito —eu me segurei para não desmaiar

—ISSO!! ELE CONSEGUIU!! EU NÃO ACREDITO!! UHUUUL!! —Max comemorou, jogou até confete, não sei de onde ele tirou, mas eu aprendi a não questionar.

Meu amigo, MaxWhere stories live. Discover now