Yerik nutria certo rancor por Alex e eu preferia não tocar no assunto. Apesar de eu ter minhas desavenças com Alex ele ainda era meu irmão e eu não mediria esforços em socar a cara e Yerik se ele falasse alguma merda do meu irmão.

E como eu sei que um ato desse pode custar muito para mim eu prefiro ficar quieta.

- Ele está na casa. – Dou de ombros e me viro para me afastar do carro, mas Yerik me chama novamente me fazendo parar abruptamente sentindo a neve engolir meu calçado.

- Aonde pensa que vai, pequeno pássaro? – Eu odiava esse apelido.

- Já disse... – Eu paro de falar ao receber um olhar desafiador dele.

- Kairo irá acompanha-la até seu destino. – Yerik anuncia e vejo um loiro alto saltar do carro e me encarar sério. – Boa caminhada no frio, inostrannyy.

Bufo e olho para o loiro que parecia um armário parado ao meu lado.

- Não precisa me seguir. – Continuo a andar e percebo ele me seguir. – Cara, sério... eu nem ao menos sei para onde estou indo. – Jogo os braços para cima exasperada.

O loiro crispa os lábios ele estava odiando tanto essa situação quanto eu.

- Segue seu caminho, Italiana. – O desprezo em sua voz me afeta de maneira negativa e eu paro, cruzo os braços e o encaro.

Ignoro o frio que se infiltra pelas minhas roupas e permaneço parado encarando o loiro que parece que vai voar em meu pescoço a qualquer momento.

- Tem alguma coisa que queria me falar, Kairo? – Pergunto zombeteira e sorrio.

E ele deixa um sorriso de lado escapar.

- Não acha que é só porque o chefão está te fodendo que você tem um cartão de ouro nas mãos, Vitória. – Kairo fala sem emoção alguma. – E sim, tenho uma coisa para te falar. Volte para porra do seu país e leve o merda do seu irmão junto.

E eu arrisco um rosnado de desinteresse.

- Se você tem algum problema com Alex resolva diretamente com ele. – Falo séria e analiso a postura tensa de Kairo. – E sobre eu andar na merda do gelo ambulante que você chama de país, peça para seu chefinho ligar para a Itália e desfazer o querido trato que vocês fazem questão de se gabar para outras máfias. – Termino de falar e vejo que não o agradei em nada. – Quer saber... – Bufo. – Acho que irei voltar para a casa, perdi a vontade de andar por aí... – Dou de ombros.

E antes mesmo que mova minha perna Kairo puxa meu corpo com força fazendo eu bater as costas conta a parede de uma fábrica de calçados e me prensa na parede irritado.

- Não, italiana desbocada. – Ele rosna próximo ao meu rosto. – Você irá exatamente ao lugar que tinha em mente, porque eu não estou aqui para ser feito de otário. – Ele se afasta e me analisa.

Eu o empurro irritada com toda a merda que acabou de acontecer e Kairo me puxa pelo cabelo e agarra meu pescoço. Eu não penso muito e chuto suas bolas o fazendo me soltar.

- Italiana, eu tenho autorização de acabar com você se achar necessário. – Ele rosna se recompondo.

E eu tento normalizar minha respiração massageando meu pescoço.

- E acha mesmo necessário, Kairo? – Pergunto em tom de desafio.

Quer merda eu tinha na cabeça ao vir para esse lugar?

- Ande, Vitória. – Ele rosna. – Ande, antes que eu quebre a porra das suas pernas.

Bufo e continuo a andar no frio e para abruptamente ao ver um pequeno café com uma placa que piscava "open" em letras neon.

PERPETUAL - MÁFIA KRAVT I Spin Off - Série Obscuros Nova EraWhere stories live. Discover now