°Dark • Park Jimin • [Em Revisão]

• Capítulo 14 •

— Me espera no camarim, por favor... lá vamos conversar melhor. — As mãos de Jimin ainda seguravam meu braço. Ainda que eu quissesse ficar para falar com ele e resolver tudo isso além de descobrir o porque ele mentiu, eu não podia, as meninas estavam me esperando e eu não teria como voltar para casa se elas fossem em bora.

— Eu não posso. — Puxei meu braço e me soltei dele. Jimin suava de nervoso, tanto que sua pele brilhava na luz e escorregava com facilidade. — A gente se vê por ai Jimin... quer dizer... Park.

Dando uma profunda olhada nele, eu virei as costas e andei até as meninas. As Armys não tiravam os olhos de mim, pelo menos as que ainda estavam ali para receber o autógrafo me olhavam torto, cochichando umas nos ouvidos das outras.

— Uau, o que foi que acabou de acontecer... — Kessey estava de boca aberta, ninguém ali acreditava no que aconteceu,muito menos eu.

— Não começa Kessey... vamos embora, espero vocês la fora. — Disse seca, Jimin ainda estava me olhando com um pouco de tristeza, me senti mal por ele eu até sintia, mas ser enganada não é uma coisa que me deixa feliz.

Merda.

Na verdade eu sou a burra dessa história, como eu não percebi antes? Ele sempre agia diferente perto de mim, usa máscara, boné, eu devia ter reparado antes. Burra. Burra.

Não parei de repetir isso para mim enquanto voltava pra casa com o pessoal, minha vontade era de chorar, ao mesmo tempo de voltar e falar pro Jimin que eu o perdoo.

Mas eu não tenho que o perdoar por nada. Jimin estava apenas tentando proteger-se das armys e estudar em paz, por um lado eu entendo ele, mas porque comigo? Se ele não me contou antes é porque não confiava em mim e eu confiei nele.

[...]

Tirei meus sapatos e os taquei longe, indo para a cozinha e abrindo a geladeira para pegar um copo de água. Alice e os outros não estavam entendo nada, entravam na casa e apenas ficavam me seguindo como sombras.

— Quié? — Perguntei curta e grossa.

— O que foi que houve lá? Tipo... o Jimin pegou no seu braço e rolou aquela troca de olhares que nem em filmes. — Alice não deixava nenhum detalhe daquele momento passar despercebido, até parecia que estava incomodada com isso.

Eu sei que ela gosta do Jimin, mas não é pra tanto né?

— Não foi nada, acho que ele me confundiu com outra pessoa. — Bufei ao guardar a garrafa de água de volta na geladeira e tomar todo o líquido do copo de uma vez só — Vamos pedir a comida Japonesa, o que vão querer?

Charlie foi o primeiro a pegar o celular para ligar no restaurante. Todos estávamos com fome, e ainda que fosse cedo para sair na rua, estávamos cansados — Ou pelo menos eu estava.

Kessey e Gi procuravam alguma coisa pra comer por enquanto, como era final de semana, então é mais difícil da entrega chegar rápido por conta do excesso de pedidos.

— Vamos pedir temakis de salmão e molho de alho. — Charlie correu para o sofá, o acompanhei junto com as meninas e nos sentamos todos espalhados, eu no sofá junto com charlie, Alice, Kessey e Gi no chão.

— É melhor deixar que eu peço, da última vez você quase fez a moça desligar na nossa cara. — Gi tomou o celular da mão dele e digitou o número do restaurante.

— Eu hein, a mulher que tava surda, eu deveria ter processado ela e o restaurante. — Discordou Charlie, cruzando o braço e fingindo demência.

— Talvez o problema seja você, quirido. — Kessey deu risada.

— Peçam logo... mas sem esse negócio de temaki com molho de alho, eu já não consigo segurar o CC, imagina o bafo. — Dessa vez Alice teve que interromper para não pedirem o tal temaki.

— Ta ta, S/n tu vai querer oque? — Perguntou Gi.

Todos direcionaram seus olhos para mim, o que na verdade me tirou dos meus devaneios. Eu não estava ouvindo quase nada do que eles falavam, só tentava pensar num jeito de falar com Jimin, quer dizer, o Park na segunda-feira.

Aish, vai ser tão difícil me comunicar com ele agora que sei sua verdadeira identidade. Parece que estou vivendo um sonho, mas por outro lado um pesadelo.

Será que ele vai querer contar pros meus amigos quem ele realmente é? Ele ainda vai querer ser meu amigo?

Meu maior medo é pensar que de alguma forma eu vá me transfomar numa garota interesseira, e tudo isso só porque virei amiga de um cantor famoso mundialmente. E gato pra uma porra.

Sacudi minha cabeça para espantar esses pensamentos inúteis.

— S/n? — Gi chamou minha atenção.

— Hum?

— O que tu vai querer comer, mulher? — Percebi que ela estava com o celular na mão e os outros procuravam um filme para assistirmos na Netflix.

— Ah, pode ser um Yakisoba de frango. — Foi a única coisa que me veio na mente, tudo oque eu gostava de comer me fugira da cabeça no momento que as mãos de Jimin me tocaram.

E mais uma vez eu fiquei indignada por não ter percebido antes. Me era familiar o jeito dele desde o começo, mas eu estava cega demais para perceber. Ou é porque eu não queria descobrir mesmo. E por um lado eu queria.

— Gi, pede uma barca pra gente, eu pago tudo no cartão. Mas pede uma bem recheada. — Kessey mandou, retirando um cartão black de dentro da bolsa.

— Eita que meu dia só melhora, não é todo dia que uma amiga sua lhe paga uma barca com cartão black. — Charlie bateu palminhas, jogando a pernas para cima — Mulher deixa eu usar o banheiro antes que eu exploda.

Ele correu pro banheiro do primeiro andar, enquanto Gi falava ao telefone com a mulher, a campanhia tocou. Me levantei com preguiça para atender a porta, quase fui me rastejando até ela e assim que abri meu sangue gelou, e eu paralisei.

Jimin estava lá, parado em minha frente com seu boné e sua máscara a qual sempre usa. Merda, ele me seguiu até aqui!

— Oi. — Seu tom de voz não demonstrava incômodo e nem raiva por eu ter o deixado sozinho — Agora seria uma boa hora pra gente conversar?

— Por que veio aqui? Não poderia esperar até segunda? Seus amigos devem estar te esperando, é melhor a gente conversar depois. — Eu ia fechando a porta, mas ele colocou o pé para me impedir de fazer isso.

— Por favor, S/n. — Ele foi meramente interrompido por Alice, que fez questão de vir até nós para ver com quem eu estava falando.

— Quem ta ai?... ah, oi Park entra ai mermão tamo pedindo comida japonesa, você pode ficar pra comer com a gente. — Ela meio que me empurrou e pegou Jimin pelo braço, o puxando para dentro de casa.

Demorei alguns minutos para processar oque acabou de acontecer. E então fechei a porta e revirei os olhos.

E agora, o que eu falaria pra ele?

— Okay né... a casa não é mais minha. — Murmurei para mim mesma enquanto voltava para a sala e via Alice tentando ter uma conversa civilizada com Park, mas só o que sabia fazer era perguntas e mais perguntas.

"O que faz aqui?"

"Veio ver a S/n?"

"Vocês são bem amigos né?"

"Por que não tira a máscara?"

Entre outras a mais..

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