Losin Game

01

Dois anos se passaram..

— Você não pode simplesmente escolher um dos que eu separei? — Jade revirou os olhos, enquanto encarava Lucas que por sua vez, segurava dois vestidos vermelhos com fenda e muito glitter.

— Não. — Ela mordeu o lábio pensativa, e me olhou. — Megan?

— Eu não sei, daqui parecem iguais! — Continuei olhando outros vestidos, quando Mia apareceu dentro de um vestido preto de gala, com corte reto e mangas longas em renda. Parecendo uma verdadeira princesa. — Ok Mia, você definitivamente encontrou seu vestido.

— Puta merda, ele foi feito pra você. — Jade enalteceu a beleza da amiga, que olhava para Lucas esperando que ele se manifestasse, afinal o estudante de moda do grupo, era ele.

— Ok, você não precisou de mim para encontrar o vestido perfeito. Parabéns bebê. — Nós rimos. — Mas ainda estamos em um dilema, e você.. — Ele se virou para me encarar. — Está a meia hora encarando a mesma arara de vestidos!

— Ah.. eu não contei pra vocês?

(...)

— Como assim, a Rita quer conversar? Logo no dia do baile beneficente da faculdade?! — Jade enfiou uma colher de sorvete na boca enquanto me encarava com o cenho franzido.

— Eu sei.. mas, eu não sabia o que responder.. fazem dois anos que não nos vemos e eu estou muito bem assim, obrigada! — Mexi com a colher no meu sorvete de morango.

— Você tem que ir com a gente. — Lucas me olhou, antes de jogar seus cabelos loiros e lisos para trás. — Primeiro nos divertimos, depois lidamos com cobras. — Eu ri.

— Você bem entende de cobras. — Mia comentou baixinho, fazendo nossas risadas explodirem na praça de alimentação do shopping.

(...)

Segui o concelho do Lucas. Seria divertido participar de um baile de máscaras na faculdade, e logo após eu poderia me estressar novamente em relação aos assuntos de família. Graças ao Richard, finalmente tinha encontrado minha mãe, porém não tive coragem de entrar em contato, desde então... Seu número está salvo em meu celular. Suspirei pesado. No fim, eu sempre seria covarde demais para muitas coisas.

Me olhei no espelho. Os cabelos loiros estavam enrolados, em cachos perfeitos feitos no babyliss. Nos olhos, um delineado preto que realçava meus olhos azuis. Na boca, um batom marcante e vermelho. O vestido azul escuro, de seda, com fenda na perna e decote, se destacava em minha pele branca. Eu estava pronta e bonita.

— Hey! — Erick e Richard entraram no quarto de surpresa.

— Vocês nem batem na porta. — Eu pontuei enquanto jogava meu celular dentro da bolsa que era minúscula.

— Você não trancou ela. — Richard me encarou.

— Que audácia! — Eu o encarei.

— Viemos te buscar. — Erick lembrou de avisar. Eu os encarei por uns segundos, de acordo com  Lucas, a cor de terno dos rapazes me indicaria quem seria meu par. Nenhum dos dois estavam de azul, pelo contrário, Richard estava de vermelho e Erick estava de preto. Sorri.

— Ok, mas.. Erick hoje acompanha a Mia e você Richard, a Jade.

— Estamos sabendo. — Erick comentou tedioso, e Richard limpou a garganta.

— Não sei o por quê dessa palhaçada.

— Está sabendo de algo a mais? - Encarei aqueles olhos verdes.

— Talvez eu devesse...

— Talvez não. — Erick sorriu apressado. — Vamos fazer dessa noite, uma noite divertida. Vamos lá Megan!

(...)

   Toda a área da faculdade estava lindamente decorada. Encantada com tudo, observava o lugar.. nós três já havíamos colocado as máscaras, e então seguimos juntos até a entrada.

— Você está um espetáculo. — Jade sorriu pra mim.

— Eu posso dizer o mesmo para você. — Os olhos dela caíram sobre o Richard.

— Então você é meu par?

— Vejo segundas intenções nisso. — Richard comentou sedutor e eu limpei a garganta.

— Vou ir procurar o que beber.

Erick já havia tirado a mão do meio das minhas costas e ido encontrar a Mia. Somos todos amigos, sim.. mas em dois anos muita coisa havia mudado. Richard e Jade que eram como gato e rato, agora estavam se reconciliando de uma maneira mais... Profunda. Por outro lado Erick verdadeiramente havia se interessado por  Isa, minha colega do trabalho, que inicialmente havia tido um pequeno interesse por Richard, mas isso não durou, até que ela conhecesse o Erick. Enquanto Mia continuava solteira e feliz, Castiel e Hanna completavam um ano e alguns meses de namoro, assim como Ian e Vanessa que atualmente dividem um AP. E eu... Continuava, assim.

— Vamos dançar! — Erick apareceu do meu lado junto a Mia. — Não encontrei ela.

— Uh, ela provavelmente virá. — Eu sorri. — Faz um tempo que eu e Isa não saímos juntas, desde que você apareceu! — dei um leve tapa nele que sorriu.

— Para com isso, você sempre vai ter um lugar reservado no meu coração. — Mia o empurrou de leve.

— Para de "lenga lenga", vamos logo dançar! — Ela nos pegou pela mão e nos arrastou até a pista de dança.

Enquanto a música tocava, deixava que meu corpo se movimentasse por conta própria. Movia o quadril e jogava os cabelos, estar de máscara era algo libertador afinal.. se eu caísse do salto, ou derrubasse minha bebida em alguém, provavelmente não seria marcada por essa pessoa. Ri das possibilidades, eu ainda continuo um desastre as vezes.
Após três músicas, a energia se esgotou um pouco.

— Vou beber algo!

Avisei para meus amigos e saí da pista em direção ao bar improvisado. Me sentei no banco e encarei o barman.

— Tequila, por favor. — O rapaz que estava mascarado me olhou por uns instantes e em seguida sorriu. Colocou a dose de tequila e empurrou de leve o copinho pelo balcão.

— É por minha conta. — Eu sorri. Não era novidade uns rapazes pagarem bebida para mim, a propósito essa noite eu não tinha par, assim como o restante do grupo. Peguei o pequeno copo e coloquei na boca, em seguida o virei. Sorri.

— Obrigada. — Ele sorriu para mim e antes que dissesse qualquer outra coisa, senti uma mão em minha cintura e automaticamente a toquei. Era inevitável que as batidas do meu coração se acelerassem. Eu não estava bêbada.
O rosto do dono daquela mão se aproximou do meu pescoço, e fungou o ar do mesmo.

— Por favor. — Tremi. Gelei. Arrepiei. Era ele. Depois de dois anos, quando eu estou bem. — Precisamos conversar. — Me virei rápida para encará-lo. As tatuagens que o terno não escondeu, os cabelos, os olhos, a barba mal feita. — E.. — Ele posicionou a mão em meu quadril. — Meu terno, é azul.