Capítulo 01

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Rafaela

Um ano atrás...

Rafaela- BOM DIA MEU MOZÃO - Digo super feliz para minha mãe.

Vanessa- Vive gritando no meu ouvido garota.- Ela reclamou e eu apenas sorri.

Rafaela- A senhora sabe o porquê de eu estar tão feliz não sabe?

Vanessa- Claro que sei filha e estou tão orgulhosa - Ela sorri e eu fico boba com aquilo.- é por este motivo que estou indo lá na venda da Cidinha comprar uns ingredientes que falta para torta que estou fazendo pra tu.

Rafaela- Uiiiii, não é sempre que a filha preferida passa no cursinho de administração não é mesmo- Digo convencida.

Vanessa- Claro que você é a filha preferida meu bem. - Ela ri alto pegando suas coisas e abrindo a porta. - Só tenho você.

Rafaela- Me ame mermã. - Digo a ela.

Vanessa- Tchau vai Rafaela, te amo.

Se eu disser que senti um aperto ou que tive impressão de que algo ruim iria acontecer, seria o maior caô. Seria mais um dia normal se aquele tiroteio não acontecesse.

Rafaela- Caramba.- Falei comigo mesma após ouvir aqueles tiros.

"Oi Deus sou eu de novo, por favor proteja minha mãe que está lá fora." Eu orei tanto mais tanto naquele momento abaixada perto da cama que não ouvi nem quando os tiros acabaram.

Minha casa era no começo do morro, então, naquele momento eu não poderia sair e ir de encontro com minha mãe. Esperei que começassem a soltar fogos mas isso não aconteceu, achei um pouco estranho mas resolvi então sair de casa.

Havia bastante gente chorando, corpos no chão, sangue para todos os lados mas eu continuei andando.

Xxx- AGORA ESSE MORRO É MEU PORRA.- Um cara bem bonito por sinal comemorava com mais homens. Bom eu não liguei muito porque primeiro, eu só queria encontrar minha mãe naquele momento, segundo o outro dono era o próprio capeta então não poderia ter alguém pior que ele no comando não iria fazer falta pra ninguém eu acredito.

Continuei meu caminho até ver um cabelo preto enorme e longo no chão, fiquei em choque, naquele momento eu fiquei paralisada, não consegui esboçar reação, não chorei, não gritei, eu realmente não fiz nada além de cair no chão de joelhos e abraçar ela.

Xxx- Ou moça.- Um cara com uma arma enorme na mão me cutuca.- o novo chefe ai pediu pra dar apoio pra geral da comunidade ai demoro? - Eu juro que naquele momento eu estava totalmente desligada então só balancei a cabeça e me permitir chorar.

Sabe nos filmes quando tudo ao seu redor fica em câmera lenta, você não escuta nada e fica só ouvindo sua própria voz na cabeça, pois bem, era o que estava acontecendo comigo naquele exato momento.

Eu perdi quem eu mais amava e não aceitaria aquilo nunca.

Por que você fez isso comigo? por que ela Deus. Eu orei tanto quando ouvi os tiros mas mesmo assim ele levou ela de mim.

José- Fo...foi...você né filh...da puta.- Me despertei com o bêbado do meu pai avançando em mim.

Eu me encolhi toda e esperei ele me bater, como sempre.

Xxx- Ai mermão a mina tá de luto tu mete o pé daqui antes que eu me estresse contigo.- O cara que eu ainda não sabia o nome entrou na frente dele.

Um ano depois...

É eu não gosto de lembrar disso, mas hoje foi inevitável, faz um ano que ela se foi, um ano que estou chegando do trabalho indo pra casa e encontrando tudo quebrado porque aquele homem que se diz meu pai quebra tudo me bate e já tentou até mesmo me matar.

Gabriel- Coé morena odeio te ver assim.- Ele diz me abraçando por trás.

Rafaela- Me leva pra casa?- Digo me levantando do chão do cemitério.

Gabriel- Pô vamos pra minha goma.- Ele diz enquanto andamos de mãos dadas.- vamos ficar mec lá morena sem ninguém na tua mente.- Ele disse referindo-se ao meu pai.

Rafaela- Vamos.

Quase ia esquecendo, Gabriel é o traficante que eu não sabia nem o nome a um ano atrás, ele fez muito por mim, já me defendeu várias e várias vezes do meu pai, ficou o velório da minha mãe todinho em pé na porta apenas me protegendo do meu pai, a gente acabou criando um laço sabe, todos os dias no horário do almoço ele começou ir me ver, no começo eu dei uns gelos nele mais depois me permiti fazer uma amizade.

Ele me motivou a terminar o cursinho pela minha mãe, hoje estou com dezenove anos e trabalho pra me sustentar e sustentar o vício do meu pai.

Eu não sei como mas eu consegui uma bolsa para faculdade. O Gabriel me apoiou e não me deixou desistir em nenhum momento o que foi ótimo, mas até hoje não sei por que de tanta gentileza e bondade.

No Alemão.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora