Capítulo 19- Any

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Meu corpo doí, minha cabeça também, meus olhos com uma dificuldade imensa de ficarem abertos, fechem a cortina! E pelo amor desliguem esse barulho, cada pi é uma pontada a mais na minha cabeça

Quando abri os olhos todas as paredes estavam brancas e a porta com um verde menta. Não me lembro de ter pintado meu quarto assim. Soltei um gemido frustado pelo som não parar, o que está acontecendo?

Comecei a olhar em volta, a procura do barulho, tem que ter um botão que para. Olhei pra direita e vi um soro... um soro? Do lado a máquina de batimentos cardíacos, isso quer dizer que eu ainda estou viva?

Ah isso é uma merda!

Ok, tem um soro aqui do meu lado, seguindo a mangueira dele isso está em mim. Que bom que eu estava desacordada quando enfiaram uma agulha na minha mão, caso algum médico saísse com um dente quebrado eu não arcaria com as consequências

- Filha?- Não! Não! Não! Tirem ele daqui!- que bom que acordou, como está se sentindo?

Meu coração acelerou, e a máquina extremamente alta me entregou, como desliga esse som pelo amor de Deus? Meu pai me encara com uma falsa preocupação

A dor delas é o meu prazer

Any, Priscila e futuramente Isabele

Aceita estrupa-la?

Estrupa-la mas não mata-la

Tirem ele daqui!

- Por que está chorando Any? Não achei que fosse tão fraca!- ele disse debochado, com um sorriso mais debochado ainda

Eu não respondi, parei de olhar pra ele e comecei a procurar alguma coisa que o tire daqui, mas o que eu iria fazer? Mal consigo falar, como eu iria pedir ajuda. Empurrei minha mão pro lado batendo em alguma coisa, deixa ela ali vai que eu derrubo

- Não vai falar nada?- mexi minha cabeça negando, quer que eu fale o que?- ah isso é uma pena!- talvez seja mesmo

Mal vi ele se aproximar, quando notei já estava ao lado da maca, me afundei mais no colchão. Porra eu tenho pavor desse cara.

Ele puxou meu braço com uma certa violência, meu cortes ficaram incomodados com isso. Senti ele passando os dedos sobre minha pele, isso fez eu encara-lo, eu estou sem moletom e meu braço cheio de curativos. Merda!

Meu coração acelerou mais, o barulho do aparelho também, alguém tira esse negócio de mim! Tentei tirar meu braço da sua mão, mas foi uma tentativa falha e dolorosa. Aperta mais uma vez meu braço assim pra ver se não leva um chute

- Com medo de mim Any?- com certeza- eu faço tudo pra você e é isso que faz? Está tentando se matar!- isso grita, bem alto- achei que ter tirado aquela lâmina de você tivesse sido suficiente, mas vejo que arrumou outra. Filha da... não posso nem falar filha da puta pois Priscila é adorável demais pra ser isso- tão adorável que você estrupa ela. Ele está me olhando, falei alto?- não vai falar nada mesmo? Tem coragem pra tentar suicídio mas não tem pra conversar com seu pai!- isso é uma conversa? Pra mim é só gritaria

Minha mão bateu no objeto de novo, quando olhei era um botão vermelho. O que será que ele faz? Esse é o botão que chama um médico? Talvez seja.

Olhei pro meu pai, depois pro botão, mas uma vez pro cara do meu lado. Eu vi medo em sua olhos, achei minha salvação!

- Any Gabrielly, não aperte esse botão!- falou sério travando a mandíbula. Demorou mas soltou meu braço- eu não quero ter que machucar você!

Ótimo, se me machucar já estou no hospital de qualquer forma. Apertei o botão, sorrindo, morro mas morro sorrindo. Quando olhei pra ele parecia que queria me estrangular, pode vir, talvez alguma enfermeira pegue você fazendo isso

Just The Way You AreWhere stories live. Discover now