Just The Way You Are

Capítulo 5- Josh

A preocupação tomou conta de mim, essa menina está totalmente quebrada. É claro que eu não estava espionando ela, acontece que a senhorita Gabrielly dorme no quarto de frente pra minha janela, ou seja, escutei quando estava conversando com seu pai

Eu preciso ver aquela menina feliz, nem que seja por alguns segundos. Quando eu ofereci uma carona, ela dispensou e saiu correndo, e isso me deixou com medo. Muito medo

Ela era nova na cidade, nunca saiu na rua, por que diabos ela saiu correndo? Entreguei a chave do carro pra Sabina e sai correndo em direção a Any, não a conheço o suficiente, mas não vou deixar ela sozinha

Vi quando ela parou de correr e se apoiou na parede, se encolhendo com cada pessoa que se aproximava. Eu queria poder correr até ela e abraça-la. Quando voltou a andar voltei também, quem visse de fora acharia que eu estava prestes a sequestrar a cacheada na minha frente. Pois sempre que ela se virava eu me escondia em algum canto. Creio que ela também achou que seria sequestrada, escutei quando ela disse pra sequestrarem  logo

Vou te sequestrar e guardar em um pote pra ninguém te machucar mais

Quando cheguei na sala ela já estava lá, na última fileira e na última mesa. E olha que curioso a mesa da frente está vazia. Não perdi tempo pra ir sentar

A cabeça dela não subiu, ela somente se encolheu mais. Argh isso está me matando.

- Se eu tiver que repetir mil vezes que não vou te machucar, eu vou repetir isso Any- ela me olhou assustada

- Desculpe, eu só...- não deixei que ela respondesse, ou melhor eu deixei, eu só ia pegar sua mão, mas ela se encolheu. Mas que merda

- Any me de sua mão- eu pedi, ela não me deu- por favor- ela hesitou, é só me dar a mão anjo pelo amor.

Obviamente eu disse isso pra mim mesmo porque se não, a confiança dela demorará um tempo pra chegar até mim

- O que você quer com minha mão?

- Quero cortar ela fora.- ela me olhou apavorada- É só pra segurar pequena, eu prometo que quando quiser que eu solte, eu irei soltar!

- Promete?- meu deus, quanto essa menina já foi machucada?

- Prometo de dedinho- disse levantando meu mindinho pra ela. A garota entortou os lábios, isso foi quase um sorriso. E esse quase sorriso me fez sorrir

- Não precisa do mindinho- ela esticou a mão. Isso quer dizer que estou conseguindo, né?

Peguei sua mão com todo cuidado que consegui. Any é mais frágil do que qualquer pessoa imagina. Sua mão era delicada e gelada, se não visse ela piscando acreditaria que está morta. Levei sua mão aos meus lábios, dando um beijo demorado no lugar

- Eu não vou te machucar- eu sussurrei, e vi lágrimas se formando nos seus olhos. Quer ver que eu disse merda

- Estou começando a acreditar nisso- ela sussurrou também, e nos seus lábios agora tinha um sorriso. Não mostrava os dentes, quase nem era perceptível

Depois disso o professor chegou, atrapalhando meu momento. Por ironia do destino as aulas seguintes de Any eram as mesmas que as minhas. Meu coração se apertava toda vez que ela se encolhia no corredor quando alguém passava muito perto dela. Sua mão tremia e suava toda vez que isso acontecia e eu colocava minha mão em seu ombro, mostrando que estava ali com ela

Quando passamos em um corredor cheio de gente, Any parecia estar em choque a cada passo. Pois assim que o corredor terminou ela correu pro primeiro banheiro que viu, e eu gostaria de saber o que ela coloca pra fora nessas horas