CAPÍTULO 6

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J U L I Á N

— chega Vitória, chega dessa merda, porque esta fazendo isso? — peguei nos braços da minha filha e ela nem me olhou, sua expressão era uma mistura de nojo e raiva.

Suspirei fundo vendo a Marie se distanciando desolada, meu peito se encheu de culpa, e senti um aperto por dentro.

— vai bater em mim agora, por causa dela? — cuspiu as palavras com indignação.

— cala a boca Vitória, eu nunca agredi você na minha vida, não é agora que vou fazer isso. Eu mau a reconheço. Como pode agir dessa forma com a mulher que até mais cedo, você a tinha como melhor amiga? — minha filha me olhou, e senti algo estremecer por dentro.

— queria o que papai? Que eu abençoe essa merda? Ela tem quase a minha idade! — gritou me olhando com ódio.

— foi exatamente o que eu achei Vitória. Imaginei que me apoiaria, você estava hoje comemorando por sua amiga ter encontrado alguém, e estava também feliz por mim. É claro que imaginei que ficaria feliz por saber que eu e Marie estávamos nos conhecendo melhor. — ela me olhou com descrença, antes virar as costas para mim.

— ela não é para você papai, o passado dela é uma merda, eu queria que encontra-se alguém, mas não ela. — me olhou sobre o ombro. — não da forma romântica que está querendo tê-la. — caminhou em direção a saída do parque sem olhar para trás.

Fiquei estático processando tudo que aconteceu aqui, e em especial as palavras da minha filha. Eu realmente achei que ela gostaria, e até me ajudaria fazer a Marie me perdoa, porque eu já imaginava o quanto ela ficaria brava comigo, quando soubesse que eu havia escondido ser pai da Vitória.

Enfim, eu fiz uma grande bagunça, e magoei quem não merecia.

Fiquei um tempo ali no parque, tentando pensar a melhor forma para agir. Não sei o passado da Marie, e apesar da minha filha ter gritado duras palavras, isso nada me influência em relação ao que senti desde o início por ela. Se um dia saberei sua história, será por ela.

Fui até o prédio da Marie, e por não ter permissão, não pude subir, e ela não atendeu ao interfone. Apesar de querer bastante falar com ela, entendo que esteja nos odiando, ela foi humilhada por minha inteira culpa.

Já tarde do dia fui para casa, eu estava em um estado automático, não queria sentir esse desespero de querer saber como Marie está. Não quero brigar com a Vitória, ela é minha vida, então achei melhor deixar esse romance de lado, como sempre deveria ter feito, focar na empresa e na minha filha, mesmo que dentro de mim, não sinto que esteja fazendo certo.

...

Na segunda feira eu estava uma merda. Não tinha dormido, e parecia que havia sido atropelado, tomei apenas um café preto, e após dar um beijo na minha filha, saí para o trabalho.

No horário do almoço fui ao prédio da Marie, ela novamente não atendeu ao interfone, liguei, deixei recado e mandei mensagem. Queria "terminar", mas fazer isso da forma certa, ela é uma boa menina não merece acabar assim sem nenhuma explicação da minha parte. É também quero pedir desculpas, até de joelhos se ela quiser, por todo o mal que há causei.

...

Uma semana se passou, e nenhuma vez ela me atendeu, percebi que Vitória parecia ansiosa conforme os dias passavam, mas sinceramente achei melhor ignorar. No sábado, quando voltei para minha casa, senti todo o peso da semana desandar sobre meus ombros. A saudade que sinto daquela menina, me age de uma forma tão arrebatadora, que sinto apertar por dentro, como se ela sempre houvesse feito parte da minha vida, e que apenas um beijo seu, acalentaria meu corpo e minha alma.

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