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Helen

Movi-me lentamente, uma dor maçante atinge minha cabeça e meu corpo todo está dolorido, embora minha mente esteja confusa de sono e dor, eu sei que algo está errado, muito errado. Gemendo, tento arquear meu corpo da cama, os olhos ainda permanecem fechados, mas a medida que consigo me sentar, abro as pálpebras e tento me situar no ambiente. O cômodo é escuro, as paredes são cinzentas como se fossem rochas. Estava sobre uma cama grande e macia. Olhei para meu corpo e percebi que ainda usava o vestido de noiva e tudo o que havia acontecido, volta a minha mente. Os tires, os gritos, pessoas mortas, aquele homem...

Um suspiro de angústia sai da minha garganta. A dor na minha cabeça intensifica e uma onde de náuseas sacode meu corpo, porém ignoro ambas as sensações e só penso em sair daquele lugar. Rastejo-me em direção a beira da cama e coloco os pés nos chão para sair dela, mas sinto um tonteira e me apoio no colchão. Meus joelhos estão fracos, não consigo me manter em pé. Quando percebo que estou melhor, olho em direção a uma saída e de novo tento me levantar para sair daquele lugar.

— Não tão rápido, Helena.

Aquela voz me fez arrepiar e um suspiro sufocado saiu da minha garganta, olhei em volta para procurará-lo e o vi sentado em uma poltrona no canto do quarto. Então ele ergueu-se, instintivamente levantei-me e tentei correr até a porta, mas ele foi rápido e me segurou pela cintura e jogou na cama, subiu em cima de mim me imobilizou com o copo musculoso. Uma nova onda de náuseas e dor domina-me e o pânico bateu como tambor no meu peito.

— Onde pensa que vai, bella mia?
Me solta, me deixa ir embora.
— Por que faria isso? Estou adorando ficar em cima de você, apesar desse maldito vestido que você tirará do seu corpo.

Ainda tentei lutar com ele, mas foi inútil, os esforços só me faziam ficar cansada. Parei de lutar ofegante, meus batimentos cardíacos pareciam instáveis, como se o órgão sobrecarregado estivesse prestes a ceder a qualquer momento. Ele segurava meus pulsos contra o colchão com força e seu rosto estava próximo ao meu, sentia sua respiração morna contra minha pele.

— Posso soltá-la? Não quero que morra de ataque cardíaco.
— O que fez com minha família? Com meu noivo?
— Você não tem mais noivo, Helena.
— Não me chame de Helena, meu nome é Helen.
— A chamarei do jeito que quiser, se quer saber sobre a sua família é melhor colaborar, estamos entendidos?

Não disse nada, meus lábios tremeram e meus olhos arderam, eu queria chorar, mas não queria fazê-lo na frente dele.

— Temos um acordo, Helena? — Ele repetiu a pergunta rosnando em meu ouvido.

Balancei a cabeça positivamente, sei que ele não me soltará se eu não concordar e meus pulsos já estavam doloridos pelo seu aperto. Além do mais eu precisava saber da minha família e amigos, tenho uma esperança que tudo foi engano, que nada daquilo aconteceu.

Ele me soltou e saiu de cima de mim. Eu me levantei e encostei na cabeceira da cama e me encolhi. O olhei de soslaio, reparei em seu físico forte e uma quentura passou pelo meu rosto, desviei o olhar rapidamente,não acredito que esse homem me causa essas sensações.

— Levante-se e tire esse vestido, não proteste, se não eu mesmo o farei, e não serei gentil, te garanto.

Olhei para ele que estava sentado no mesmo lugar que antes. Percebi que ele tinha a pretenção de ficar ali me observando despi-me. Não mesmo, jamais tirarei a roupa na frente dele.

— Você ficará aí?
— É claro!
— Não me despirei na sua frente, quero ter privacidade.

Ele  gargalhou, não era com humor, mas de maneira irônica.

O despertar do Mafioso (pausado) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora