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San Diego, California

Helen

A manhã estava quente, paro o carro nos estacionamento do hospital, pego meu café do Starbucks, minha bolsa, desligo o veículo e sigo para o hospital. Caminho sem presa, contemplando a manhã, com uma serena alegria no rosto.

Ao entrar no hospital, o guarda na recepção assobia.

— Minha manhã ficou mais alegre.

Sorrio, já estou acostumada, todas as manhãs ele fala a mesma coisa. Nada desrespeitoso, já o conheço a anos e inclusive sua esposa e filhos.

— Bom dia, Tony, como vai a esposa?
— Esperando você para jantar lá em casa.
— Falarei com Thomas para marcarmos algo.
— Joann Ficará alegre e as crianças também.

Continuo meu caminho e observo os olhares discretos dos homens a minha passagem, já estou acostumada, chamo atenção pela minha aparência exótica, sou uma mistura de Mexicana com um americano e puxei mais o lado da minha mãe. Meus cabelos são pretos, compridos e volumosos, os mantenho preso no trabalho, mas mesmo assim, chamam bastante atenção. Minha pele é levemente 
bronzeada natural, olhos castanhos escuro, um rosto de traços finos e delicados. Muitos dizem que deveria ter seguido a carreira de modelo, mas escolhi ser enfermeira, e não me arrependo, amo demais a minha profissão.

Um dos enfermeiros passa por mim e me cumprimenta.

— Bom dia Helen, ainda está noiva?

Apenas levanto a mãe direita e mostro a aliança.

— Que pena. — O rapaz faz cara de desolado. Eu apenas sorrio, como sempre.

Chego no meu setor e todos estão com semblantes preocupados, senti a tensão no ar.

— Bom dia Sue, o quem está acontecendo, parece todo mundo agitado.
— Ele acordou.
— Quem? O grandão?
— Sim.
— A sim, eu que chamei o Dr. Grey ontem quando percebi que ele estava acordando, mas tive que ir embora, pois já havia acabado meu plantão. Então ele acordou mesmo?
— Sim, e o homem é insuportável, parece que não estava em coma, já levantou cheio de autoridade e expulsa qualquer uma de nós que entra lá para atende-lo.
— Nossa! Que arrogância.
— Sim, todas estamos com medo de ir atende-lo. Fora todo o mistério que o envolve, ele parece ser algum figurão, pois estão mantendo a identidade dele bem guardada.
— Isso já sabia, nunca tive acesso a seus dados pessoais enquanto cuidava dele, por isso o apelidei de grandão.
— Pois se prepara que o seu grandão é um presunçoso. É lindo, não posso negar, mas é aterrorizante.

Naquele momento a enfermeira Gonçalo aproximou-se de nos com lágrimas nos olhos. Ela me encarou e respirou aliviada.

— Graças a Deus que você chegou Helen, toma, já passo o plantão, não entrarei naquele quarto nunca mais.
— O que ele fez?
— Ele é um monstro, sem um pingo de sensibilidade e consideração. Desejo boa sorte a você.

A enfermeira Gonçalo se afastou e eu fiquei embasbacada e ao mesmo tempo apreensiva pelo que me esperava naquele quarto. Sue me encarou e falou:

— Desejo sorte.
— Ah! Se ele for grosseiro comigo, comunicarei sua conduta a chefia.
— Você acha que adianta, estão todos temerosos em relação a ele, inclusive o chefe da enfermaria e os médicos.
— Nossa! Mas quem será ele? Um Deus por acaso?
— Melhor nem sabermos.

Sue voltou a suas atividades e eu segui para meu local de trabalho, guardei a bolsa e liguei o computador, a enfermeira Gonçalo não me passou nada sobre o plantão, ela estava tão abalada que nem perguntei, somente me deu o prontuário do homem, mas preciso saber quais os procedimentos foram feito nele hoje e qual os que terei que fazer.

O despertar do Mafioso (pausado) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora