Capítulo 112

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Depois de sair do cemitério entro no carro e dirijo o mais lentamente para casa. O meu coração está apertado e as lágrimas insistem em querer descer pelo meu rosto.
Já se passaram quase duas semanas desde que fiquei sabendo da carta e confesso que todos os dias quando vou na rua olho para os lados com a esperança de vê-lo me espionando. Mas depois caio na real e me apercebo que isso não é verdade, que o destino quis assim e que eu preciso me acostumar e realmente seguir em frente.
Todos os dias eu leio a carta apesar de saber que isso pode ser errado mas não consigo evitar.
Quando chego a casa do meu pai estaciono o carro e saio entrando em casa. Passo pela sala e quando estava indo para o quarto ele me chama.
Gilberto: Filha. ─ páro de andar.
Lari: Oi pai?
Gilberto: Senta aqui. ─ suspiro e me sento no sofá ─ Me perdoa.
Lari: Pelo quê?
Gilberto: Por tudo o que fiz você passar.
Lari: Porque está dizendo isso? ─ ele suspira.
Gilberto: Estou arrependido Lari, você não imagina a falta que sinto da sua mãe. É um inferno deitar naquela cama e o outro lado estar vazio, é um inferno jantar sozinho naquela cozinha, assistir televisão sozinho. Eu perdi o amor da minha vida, perdi a mulher que mais amei por culpa dele mas eu sei que exagerei em tudo o que fiz. ─ suspiro soltando um sorriso ─ Eu sei que ele te ama apesar do que fez e por muito que eu queira vê-lo longe de você eu não consigo. Vocês dois me lembram eu e a sua mãe. ─ sinto algumas lágrimas descerem pelo meu rosto.
Lari: Ele matou a mamãe. ─ fungo e vejo que o meu pai também está chorando.
Gilberto: E eu nunca vou perdoá-lo por isso. ─ ele pega na minha mão ─ Você ainda o ama? ─ baixo a cabeça ─ Diga a verdade.
Lari: Sim pai, ainda.
Gilberto: Você vai perdoá-lo?
Lari: Eu não sei. Você acha que ela já o perdoou? ─ ele balança a cabeça assentindo.
Gilberto: Para a sua mãe o mais importante sempre foi a sua felicidade e mesmo eu odiando isso, ele te fazia feliz.
Lari: O que quer dizer com tudo isso?
Gilberto: Não posso me opor, como você disse estou velho, cansado e já não tenho capacidade para viver tantas emoções. ─ sorrio fraco.
Lari: Não precisa se preocupar mais com o João pai, ele foi embora. Não deixou endereço, contato, nada. Nem data de regresso, talvez eu nunca mais o veja. ─ ele suspira.
Gilberto: Sinto muito.
Lari: Estou grávida. ─ o olho.
Gilberto: É dele? ─ assinto ─ Sua mãe também me deixou você. ─ sorrio e o abraço.
Lari: Eu te amo papai.
Gilberto: Também te amo minha filha. ─ sorrio e ele acaricia o meu cabelo.

Debt - Livro 3Where stories live. Discover now