06. diana +18

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— Me lembre de nunca mais, — eu disse me sentando na grama, minha voz falhando ofegante em função do esforço. — Nunca mais aceitar um convite seu para treinar.


Eu caí para trás depois de beber um gole generoso de água fresca, sem me importar com a irritação que a grama causaria na minha pele mais tarde. Fechei os olhos e respirei fundo.

Entreabri um olho para olhar para Harry, parado ali na minha frente, parecendo extremamente bonito e atraente mesmo depois de tanto exercício. Enquanto eu estava suada, com o rosto vermelho e os cabelos desgrenhados, ele ainda parecia impecável, é claro, ele havia suado, mas ao contrário de mim isso não o havia deixado com a aparência decadente. Com as mãos nos quadris, vi seus ombros sacudirem enquanto ele ria. De mim. Bastardo.

— Não foram nem dez quilômetros.

— Você está brincando comigo? Eu estou morta. Minhas pernas parecem gelatina. Talvez você precise me carregar.

Eu abri os olhos apenas para vê-lo sorrindo ainda mais.

— Aposto que você adoraria.

— E você não?

— Depende. — disse ele, e então se sentou ao meu lado na grama. Vi seu perfil enquanto ele bebia um pouco de água, e suspirei.

Me sentia extremamente boba pelo quanto eu me sentia atraída por ele. Quase uma semana tinha passado desde que nós nos encontramos para correr pela última vez até que ele me convidasse de novo para acompanhá-lo. Me surpreendi comigo mesma por não ter ficado no ócio durante este tempo, saí para longas caminhadas sem a companhia dele, algo que eu odiava fazer, me exercitar ao ar livre sozinha. Mas eu tinha feito.

Harry havia me dito em uma de nossas conversas pelo telefone que se eu quisesse diminuir minhas dores e criar um hábito para meu corpo eu deveria tentar fazer exercícios todos os dias, ainda que fossem leves, como caminhadas. E foi o que eu fiz, e confesso que mesmo que agora eu estivesse acabada pelo esforço da longa corrida, eu me sentia menos acabada do que da última vez. Nenhuma cãibra inconveniente havia me acometido, e eu acordava mais disposta a cada dia.

Certo, não tão disposta, afinal não havia tanto tempo desde que eu tinha começado a treinar, mas era uma melhora.

Me sentei na grama e olhei para frente, me recusando a olhar para o rosto dele e desvendar o que se passava em sua cabeça.

— O que "depende" quer dizer? — perguntei, querendo saber.

Mesmo com o olhar no chão gramado à minha frente, eu conseguia sentir seus olhos me observando pela minha visão periférica.

— Depende para onde eu carregaria você.

Senti um rubor se formar em minhas faces, ao mesmo tempo que um sorriso cresceu em meus lábios.

— Lembro de um convite para conhecer sua casa.

Só depois de respirar fundo e conseguir reunir o mínimo de controle sobre mim mesma é que eu consegui finamente olhar para Harry ao meu lado.

— Mudei de ideia sobre isso.

Eu o encarei, confusa.

english love affair • EM PAUSAWhere stories live. Discover now