Capítulo 19

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Lucy 

Com a minha unha fiz movimentos aleatórios na palma da mão de Charles, ouvindo o que o mesmo me dizia.

— Robert disse o seu nome e eu havia me esquecido que estava de microfone, então disse seu nome... Só que de uma forma mais íntima — sorri.

— Acho que não precisamos mais esconder mais nada... 

— Mas tem o seu pai... Que se me pegar aqui vai me colocar pra fora. — rimos daquilo. 

— Comigo aqui ninguém te colocará para fora... — balancei a cabeça — Eu fiz um transplante deveria estar naquela cama de hospital... 

— Adimiro sua força... Você me provou mais uma vez que é muito mais forte do que imaginamos... 

— Posso te perguntar uma coisa — olhei fundo em seus olhos.

— Claro que pode... 

— Naquela noite, para onde iríamos ? — perguntei

— Pra minha casa — disse como se fosse óbvio.

— Sua casa ? Mas você não mora em um hotel ? 

— Eu comprei uma casa... Para nós dois. — arquiei a sobrancelha. 

— Mas Charles... — sorri envergonhada. 

Mora com o Charles seria um passo grande que eu daria na minha vida, mas entre morar com ele ou não vê-lo nunca mais, com toda a certeza eu escolheria a primeira opção. 

— Algum problema ? — perguntou o monegasco. 

Neguei, continuei a desenhar na palma da mão de Charles. 

— Eu iria adorar morar contigo Charles... — sorri. 

— Eu também iria adorar, Lu... — olhei para ele. — Quase me esqueci, minha mãe fará um jantar no sábado, ela pediu para lhe convidar. 

 — Claro que irei... Eu adoro a sua mãe, sua família é tão receptiva que eu jamais seria capaz de recusar um pedido desses — sorri. 

— Então no sábado irei lhe buscar as 19 horas. 

— Ok! — beijei seu rosto involuntariamente. 

Charles me deixava de uma maneira que eu não sei explicar, nem eu mesma estava me reconhecendo, jamais havia sentido isso por alguém.

— Agora vou te deixar em paz... — Charles pensou. 

— Espera! Me conte sobre a casa — sorri. 

— Sobre o que quer saber — Charles acariciou meu rosto. 

— Tudo... 

— Bom... Eu ainda não assinei o contrato, queria sua aprovação. 

— Então assine. 

— Você realmente quer ? — assenti — Quer morar comigo ? 

— Porquê não iria querer ? — sorri 

Charles me beijou e logo me abraçou. 

— Assinarei o contrato e logo iremos morar juntos — beijei Charles. 

Me afastei de Charles pegando a rosa que ele havia me dado e me levantei do banco. Caminhamos juntos até a saída do jardim. 

(...) 

Mattia me conduziu até o seu escritório, entrei no mesmo, Mattia sorri e fechou a porta. A cadeira giratória foi virada para mim e Charles estava sentado nela. 

— Charles ? — falei ainda surpresa. 

— Eu precisava te ver, sabia que você estaria aqui. 

Charles se aproximou, senti um frio na barriga, da última vez que ficamos sozinhos acabamos passando dos limites. 

— Meu pai sabe que você está aqui ? — abracei Charles. 

— Ninguém além do Mattia. — fechei os olhos.

Abri meus olhos e encarei Charles, o monegasco se aproximou de mim me beijando com calma. 

Dei alguns passos para trás e Charles fez o mesmo, segurei em seu ombro apertando logo em seguida. 

Nós afastamos ao ouvirmos algo cair no chão, olhei assustada vendo que havíamos derrubado um porta-retrato. Charles e eu rimos, aproveitei a distração e me afastei de Charles indo até a mesa, me encostei nela olhando o monegasco que já me observava. 

— Porquê está fugindo ? — quebrei o contato visual — Eu sei que aquele dia você fugiu por causa do meu coração, mas agora não... 

— Eu não quero que minha primeira vez seja em um escritório.! — falei e olhei para ele. 

Charles arregalou os olhos e colocou a mão no queixo como se estivesse pensando em alguma coisa para dizer. 

Um silêncio constrangedor pairou sobre nós, alguém abriu a porta fazendo Charles e eu olharmos para a mesma. 

 — Lucy seus pais estão lhe chamando — Mattia apareceu. 

Assenti, caminhei até Charles, dei um beijo nele ao me despedir. Sai andando deixando o monegasco sozinho com seus pensamentos.

(...) 

Tomei um gole do suco de uva, olhei para minha mãe e a mesma negou, pedi para mim mesma mentalmente que tivesse paciência. 

— Amanhã vou embarcar cedo para Virgínia, tem alguns assuntos para tratar. — disse meu pai. — Voltarei no sábado. 

— Terminei, posso subir ? — perguntei.

— Claro filha — respondeu minha mãe.

Me levantei jogando o guardanapo sobre a mesa, antes que eu pudesse ir em direção a escada meu pai agarrou meu pulso. 

— Lucy espera... — olhei para sua mão em meu pulso. 

— Não quero conversar pai. — ele soltou meu pulso. 

— No domingo quero que convide o Charles e a família dele para um almoço aqui em casa — olhei para minha mãe. 

— Não! — olhei novamente para meu pai — Não vou trazê-los aqui para serem... 

— Lucy por favor, eu estou tentando me redimir com vocês. — neguei.

— Piero. — minha mãe chamou sua atenção. 

— Charles não merece passar por isso. — caminhei até a escada. 

Subi para o meu quarto, fechei a porta e me deitei na cama.

Shooting StarWhere stories live. Discover now