12. O costume de não funcionar

23K 2.1K 1.5K
                                    

Acordo com alguém passando um pano em minha cabeça, ainda sinto o sangue escorrer pelas minhas costas, o mínimo movimento do meu corpo parecia que rasgava mais os machucados das minhas costas. Não consegui ver quem está a passando o pano, minha visão estava turva, e eu estava com muita dor.

- Vou colocar agulha seu braço. - A pessoa fala com um sotaque estranho. - É para dor.

- Não... - engulo seco. - Não vai funcionar... Esse tipo de coisa tem o costume de não funcionar.

- Seus braços se curaram, com cicatrizes horríveis, mas curados. - Ele fala.

Isso era uma verdade que me deixa intrigada comigo mesma, por mais que Reginald tentasse mil vezes fazer com que eu ficasse completamente inconsciente eu sempre acabava acordando, mas quando cinco colocou gotas de remédio em meus machucados, eles curaram.

O homem enfia a agulha no meu braço e depois de horas não surgiu efeito, eu sentia dor em cada um dos machucados que não estavam mais abertos, mas ainda doíam.

___________________________________________

Se passou uma semana e eu estava presa, meus machucados estavam melhores, e não recebia nenhuma visita além do homem do copo da água e do pão velho. Eu me sentia completamente inútil, eu estava presa, suja e mesmo que me tirassem daquela cadeira eu não conseguiria me defender ou atacalos, isso me deixava furiosa.

A mulher dos lábios vermelhos apareceu junto a três homens armados até os dentes, um deles quebrou minhas correntes, meus braços estavam em carne viva e dormentes.

- Você vai para um banheiro, seu estado está horrível. - Ela disse.

Foi levada por um deles no colo, não conseguia caminhar de tão fraca, eu conseguia ver meus ossos, parecia que não avia nada além disso, ossos e pele.

- Irei entrar com você no banheiro, para ter certeza que não irá fugir.

O chuveiro já estava aberto, uma fumaça branca inundava aquele banheiro gigante, aviam cinco chuveiros um ao lado do outro, retirei minha roupa e entrei para baixo do chuveiro, a água quente fazia com que meus machucados arderem e eu soltasse pequenos gemidos de dor. A mulher me entregou um pequeno quite, nele avia um shampoo e um condicionador, e um pequeno sabonete.

Depois do banho, enquanto a mulher me observava eu me enchuguei com a toalha que me foi dada, vesti as roupas que ela me entregou e sai do banheiro junto a mulher, fui acompanhada até a sala novamente, me senti um pouco menos pior.

- Pôr que você continua comigo pressa aqui?

- Se você não vai trabalhar para mim, também não irá ter sua liberdade.

𝑭𝒊𝒗𝒆 𝑨𝒏𝒅 𝑴𝒆Onde as histórias ganham vida. Descobre agora