Capítulo doze

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POV.ANY

Naquela noite, quando Any entrou em seu quarto, sentiu um grande alívio ao tirar os sapatos e promover uma massagem rápida nos pés doloridos. Após ter passado a maior parte da noite anterior acordada e, depois de dez horas em pé atrás do balcão do estande, não havia um só músculo do corpo que não estivesse exausto.

Ela trocou as roupas e esparramou-se na cama, as pernas estendidas e o olhar fixo no teto. Os pensamentos divagaram e ela recordou a conversa que tivera com Joshua no bar do Gino. Ele não poderia estar falando sério ao tentar chantageá-la para forçá-la a se encontrar com ele em Nova York. Nem mesmo comentara com Joalin a ameaça que ele fizera de processá-la por calúnia e difamação.
Para que iria aborrecer a amiga com uma tolice que provavelmente não passava de uma brincadeira de mau gosto?

Ela girou o corpo para um lado da cama e afastou os pensamentos para tentar conseguir dormir. Afinal, Joshua deveria estar em Paris naquele instante e, felizmente, bem longe de sua vista.

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Os dois dias que se seguiram passaram tão rápido que Any nem se deu conta do tempo. Além de administrar o estande, ministrou aulas de pintura em tecido no centro comunitário e ajudou as crianças do Notting Hill Arts Project a projetar as fantasias que usariam na festa programada para o final do ano.

Como ela suspeitava, não teve nenhuma notícia de Beauchamp. Contudo, na quarta-feira pela manhã, foi acordada com pancadas na porta e a voz da senhora Valdermeyer, que soava ansiosa:

— Any, Any, abra a porta, querida! Chegou uma encomenda especial para você!

Any piscou várias vezes para espantar o sono e então se ergueu da cama para atender a porta.

A senhora Valdermeyer passou por ela rapidamente e depositou a pequena caixa acondicionada com um papel grosso de cor acastanhada sobre a cama e, juntando as palmas das mãos, exclamou:

— Não é excitante? Foi aquele vizinho bonitão que lhe enviou. O nome dele está escrito na frente da caixa.

— O que está acontecendo? — Joalin perguntou, acabando de surgir no vão da porta.

— Any recebeu uma encomenda de um admirador. Não é demais? — comentou com alegria a mulher mais velha, enquanto se sentava na beirada da cama e gesticulava para que Any se acomodasse ao lado dela. — Venha você também, Joalin. Vamos ver o que Any recebeu.

— Quem é o admirador? — Joalin quis saber e se aproximou da cama. Ao ver o nome de Joshua escrito na frente da caixa, falou com desprezo: —Ah, o vizinho...

— Não seja desmancha prazeres, Joalin!

— advertiu a senhora Valdermeyer enquanto apanhava um par de tesouras do bolso do vestido largo que usava. — O homem, além de bonito, foi quem salvou a senhora Pootles.

— Grande coisa! Any poderia ter feito melhor se ele apenas tivesse respondido ao recado dela.

— Pode ser — respondeu a mulher enquanto entregava a tesoura para Any. Mas isso não muda o fato de ele ser um excelente partido.

— Nós não estamos namorando, senhora Valdermeyer — interveio Any, antes que a senhoria se entusiasmasse demais.

— Isso é uma questão de tempo. É óbvio que ele está amarrado em você. E é melhor aproveitar antes que a paixão desvaneça.

Any resolveu abrir logo a encomenda antes que a conversa se alongasse.

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Olá, vim fazer uma perguntinha.

Estão gostando da fic??

Charme Fatal  *beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora