Charme Fatal *beauany

Capítulo vinte e sete

( Penúltimo )

POV.ANY

Any gemeu assustada. Nunca ficara tão doente antes. E, francamente, não achava que o dissabor dos últimos acontecimentos pudesse ocasionar-lhe tamanho dano. Será que não estava na hora de reagir e recuperar o ânimo antes que perdesse a saúde?

— Como você está? — Sina quis saber.

— Não é nada de grave — respondeu Any.
—Apenas um desajuste emocional.

— Ou isso ou está grávida.

— Não tem graça, Sina. Isso é impossível!

Ao menos, Any não tinha sido tão estúpida em não reparar que Joshua havia usado a proteção devida.

— Por que está tão certa de que é impossível? Por acaso está no seu período? Seus seios estão parecendo maiores do que eu me lembro.

Any baixou o olhar para o decote em "V" da camiseta que usava e reparou que a abertura parecia maior do que era. Por um instante, tentou se recordar da data em tivera o último período e ficou em pânico ao constar que o ciclo estava atrasado. Com o entusiasmo da viagem se esquecera completamente de anotar as datas corretas.

Ela corou violentamente ao notar a preocupação estampada nas feições de Joalin.

— É impossível que eu esteja grávida! Joshua sempre usou preservativo.

— Mas você sabe que a proteção não é cem por cento segura, não é? — Joalin a lembrou.

— Sei disso, mas... Nunca aconteceu de nenhum dos preservativos se romper.

— Não é necessário que isso aconteça para ocorrer um acidente indesejável — Joalin afirmou com o cenho franzido.

— Quanto tempo seu ciclo está atrasado?
— Sina perguntou.

— Apenas... — Any fez um cálculo rápido de cabeça e o resultado a assombrou: — Meu Deus! Mais de duas semanas!

— Vou comprar um teste caseiro de gravidez e levar para casa — afirmou Joalin sem esperar pela concordância de Any. — Apenas por um desencargo de consciência.

Naquela noíte, Any olhava estarrecida para o bastão de plástico que segurava em uma das mãos e sentia a musculatura do corpo inteiro tremer.

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— Você precisa contar para ele, Any — Joalin insistia. Aquilo não poderia estar acontecendo de verdade, pensava Any. Provavelmente tratava-se de um pesadelo do qual ela logo acordaria. Não era possível que estivesse esperando um filho de Joshua Beauchamp.

Joalin apoiou uma das mãos num ombro de Any e prosseguiu com o conselho:

— Você sabe muito bem que essa é a atitude correta.

— Não sei... Talvez devêssemos fazer outro teste. Deve estar acontecendo algum engano. E acontece que Joshua nunca acreditaria nisso. Para ser honesta, nem eu mesma acredito.

— Nós já fizemos três testes. Não há como ter mais dúvidas — ponderou a amiga. — E, a menos que seja obra do Espírito Santo, o nosso vizinho charmoso é o pai dessa criança. E você deve ir até a casa dele e contar que está grávida.

Depois poderá pensar na solução que achar melhor para resolver a situação.

Any jogou o bastão que segurava na pequena lixeira posta num canto do quarto, onde já havia descartados os dois primeiros. Por um instante, perdeu o olhar nas três marcas idênticas exibidas em cada um deles e que confirmavam a existência de uma gravidez.