|03| em seus lençóis

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— Você trouxe sua casa inteira?

— Nem é tanta coisa assim. Você bem que podia me ajudar, né? Está pesado!

— Você não é o "senhor cheio de reflexos"? — Não acredito que ele está realmente caçoando de mim, mas perco realmente as estribeiras quando, rindo de canto enquanto abre mais a porta e sai caminhando por sua casa, ele diz: — Se vira, Edward Cullen.

Certo, ele se lembrou do maldito apelido de Crepúsculo que eu o presenteei numa fala idiota.

Incrédulo, estressado e impaciente. É assim que me sinto quando entro marchando, pisando firme numa cena engraçada porque estou carregado de coisas, e então o encaro meio confuso, mas o ouço se justificar brevemente:

— Que foi? Eu pesquisei enquanto você foi lá buscar as coisas. Inclusive, o filme tem críticas realmente ruins. Péssimo gosto cinematográfico, Park.

— Crepúsculo é realmente um clássico injustiçado e incompreendido — logo defendo meu filme do coração, mostrando a língua e o dedo do meio enquanto ele permanece de costas, buscando novamente o maço de cigarros — e isso aí vai te matar.

— Todos nós vamos morrer, de qualquer forma. — Jeon sorri pequeno, acende o cigarro e caminha até a grande janela que nos presenteia com uma vista arrebatadora da cidade noturna, mas então retorna seus olhos escuros até mim e diz: — Por que trouxe tanta coisa? Veio para Seul sem nem lugar para ficar.

— Eu trouxe apenas o necessário.

— Mesmo? — Deu uma longa tragada, assoprando a fumaça para cima enquanto observo seu pomo de Adão avantajado e seu corpo se relaxando aos poucos encostado ali. — E o que tem aí?

— Não te interessa.

— E quem me garante que não tem uma arma aí dentro?

— Infelizmente a arma não tenho, mas uma garrafa roubada de Whisky te aguarda — abro a mochila, capturando a garrafa em mãos — aqui, toma, presente de agradecimento.

Jungkook se aproxima com o semblante meio confuso, e droga! Eu odeio esse cheiro de cigarro.

Ele é todo cheirosinho e fica deturpando o aroma gostoso por causa desse negócio maldito que vai foder os seus pulmões. Um grande idiota.

— É um whisky caro. Você roubou?

— Sim, mas depois eu paguei — dou de ombros, esticando meu braço direito para que ele pegue a garrafa — então nem é tão roubado assim.

— Nem é tão roubado assim? Que diabos você está falando?

— Sei lá cara, só pega.

— Então você rouba coisas? Quem garante que não roubará nada da minha casa?

Nossa, que grande falatório desnecessário. É só beber, sabe? Acho que ele gosta das preliminares.

Encarando-o um pouco — ainda mais — entediado, finjo surpresa quando ele finalmente captura a bebida em mãos e lê o rótulo com atenção, erguendo os olhos de jabuticaba até mim novamente de maneira lenta, apontando para as minhas coisas antes de avisar:

— Guarde essas coisas, quarto direito no final do corredor. Depois volte, vamos beber.

Atrevido, respondo: — Eu não gosto desse whisky.

— Não perguntei. Quero conhecer a pessoa que vai morar embaixo do meu teto, e nada melhor do que fazer isso bebendo. Bêbados não mentem.

— Não vou ficar bêbado na sua frente, nem sonha.

HELLISH • jjk x pjmWhere stories live. Discover now