12 | TERAPIA NÃO CONVENCIONAL.

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— Que bom então, porque eu acho que se fosse verdade a primeira pessoa que ele contaria seria a irmã gêmea, não é? — Polly sorriu, mas isso só piorou o aperto no meu coração.

Um silêncio constrangedor se instalou no vestiário da Gain e eu só conseguia pensar na possibilidade de Em estar pior do que eu achava. Na possibilidade dele estar escondendo coisas de mim.

— Olha, Polly, nós realmente temos que ir. — Dakota entrelaçou o braço no meu, indo devagar até a saída. — Eu e Maddie não sabemos de nada, deve ser só mais um boato. Enfim, ótimo te ver. Tchau.

A garota nem conseguiu se despedir pois já estávamos fora do vestiário e indo pra o carro de Dakky.

Dakota tentou me distrair de todo jeito, principalmente por que amanhã era Halloween e ela deu um jeito de nos colocar em uma das melhores boates. Só não tínhamos as fantasias ainda, acho que iríamos de improviso mesmo, e isso era tudo que minha amiga falava. Fiquei o resto da noite um pouco mais calada e pensativa que o normal.

Pouco mais de uma semana depois da famigerada festa de Halloween – que foi bem

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Pouco mais de uma semana depois da famigerada festa de Halloween – que foi bem... Genérica. Legal, mas nada extraordinário – acordei na segunda antes do meu alarme, me agarrando nos cobertores, espiei minha janela e percebi algumas partes embaçadas nas pontas. Eu odiava o inverno de Miami (em teoria estávamos no fim do outono, mas por aqui as estações são resumidas em duas). Nunca era frio suficiente pra ser legal e divertido, com neve e roupas descoladas como eu via pela janela do meu quarto em Toronto, mas ainda assim era nublado e preguiçoso. E gelado. Pelo menos pra quem morava aqui e estava acostumado com mais de trinta graus na grande parte do ano.

Coloquei um sweater vermelho escuro e uma calça jeans, já morrendo de vontade de voltar para a cama, mesmo depois do fim de semana mais parado e entediante da história.

A primeira aula de hoje me deixou mais animada, por ter Nikkie e Dakota comigo. Era a única aula que estávamos juntas: matemática com o senhor Gilbert. Eu não tinha uma opinião formada sobre ele, era tudo bem neutro em questão de personalidade.

— Certo classe, eu tive alguns contratempos com o Halloween, primeira vez da minha filha pedindo doces... — Ele deu um sorriso bobo, mas logo recuperou a postura. — Então demorei um pouco mais com a correção das provas, peço desculpas, mas meus dias de semana são bem movimentados no trabalho e precisei usar esse final de semana. — Alguns risos e cochichos foram escutados na sala, mas Gilbert resolveu ignorar. — Vou finalmente conseguir entregar as provas de vocês hoje. A média da série foi setenta e quatro por cento. Quem ficar abaixo disso pode vir falar comigo para um crédito extra opcional.

Dito isso, ele começou a chamar os nomes sem ser em ordem alfabética, então acabou que Dakky e Nik já estavam com suas provas e eu não.

— Eu tirei setenta e cinco! — Nikkie sorriu. — É mais que a média, achei ótimo.

— Fiquei com setenta e um. — Dakota deu de ombros. — Eu consigo me virar com isso.

Depois desse momento Dakky pediu pra ir no banheiro, mas quando o professor deixou, ocupado demais com as provas, ela só se despediu, pegou as coisas dela e saiu.

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