- bora logo- falou andando morro a baixo e eu segui ele- quero você aqui essas horas mais não- falou e eu revirei os olhos.

- você não tem que querer nada- falei e ele parou no meio do caminho e se virou pra mim segurando forte no meu rosto.

- não me faz perder a paciência com você- falou com a voz grossa e eu arregalei os olhos e empurrei ele.

- eu não pedi pra você me acompanhar- falei e sai andando na frente.

Voltei pra casa sozinha mesmo e quando entrei em casa com o maior cuidado possível, sem fazer barulho pra ninguém me ouvir. Não queria mais briga hoje. Assim que fechei a porta vi minha mãe sair da cozinha e ela me olhou brava.

- onde você tava?- perguntou cruzando os braços e eu revirei os olhos.

- como se você se importasse- falei e fui em direção ao corredor pra ir para o meu quarto e ela entrou na frente barrando minha passagem.

- estou falando bom você garota- falou e segurou forte no meu braço e eu encarei ela sem falar nada- estou falando com você- ela gritou e apertou meu braço mais ainda.

- eu tava por aí- falei entre dentes sentindo meu braço latejar, puxei meu braço e passei por ela entrando no meu quarto.

Tranquei a porta e deitei de bruços na minha cama e abracei o travesseiro, não sei o que aconteceu com a minha mãe nesses últimos anos, ela era uma pessoa calma, amorosa, compreensiva. E hoje em dia é uma pessoa fria, vive gritando com todo mundo, xingando o tempo todo e nem se importa mais comigo.

Coloquei meu celular no carregador e vi que ainda era 4:40 da manhã, resolvi ir arrumar meu material na mochila e depois fui separar minha roupa.
Fiquei enrolando até dar 5:30 e fui me arrumar, fiz tudo bem devagar pra não ficar muito adiantada e 6:20 já tava pronta, sai do meu quarto com a mochila nas costas e o celular na mão, meus pais estavam na sala brigando como sempre, fui até a cozinha e peguei um copo de suco, bebi tudo em um gole só e voltei pra sala e fui em direção a porta sem falar nada, mas minha mãe me parou no meio do caminho.

- essa daí é outra, você por um acaso sabia que sua filha sai de madrugada e volta 5 horas da manhã pra casa - falou e meu pai olhou pra mim furioso- depois ela aparece ai grávida sem nem saber quem é o pai- falou e meu pai veio com uma fera na minha direção e pegou forte no meu braço no mesmo lugar onde minha mãe tinha pego a umas horas atras me fazendo soltar um gemido de dor.

- o que você acha que está fazendo?- gritou e eu fechei os olhos tentando controlar minha respiração para não perder a cabeça.

- estou atrasada pra ir pra escola- falei ainda de olho fechado e ele apertou meu braço mais forte ainda, e eu mordi os lábios me segurando pra não chorar.

Puxei meu braço com força e sai rápido de casa indo em direção ao lugar que eu encontrava com a Karol todos os dias, olhei para o meu braço que ainda doia e vi que estava bem vermelho.
Abri minha mochila e peguei uma blusa de frio que eu sempre deixava ali por não saber quando ia precisar.

Coloquei a blusa mesmo estando com calor e esperei a Karol chegar. Quando ela chegou me olhou estranho por estar de blusa e eu só falei que estava com frio e ela deu de ombros.

[...]

Cheguei em casa e tirei aquele moletom que tava me matando, fui até a cozinha cheia de fome, abri a geladeira e tava vazia como sempre, a casa chega parece que ta abandonada, ninguém nunca faz comida aqui.
Troquei de roupa e fui pra lanchonete do seu Mário, onde eu trabalho, ia comer alguma coisa por lá mesmo.

Não sou tão bom assim [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now