🌸 Dois

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#MalditoPlotTwist 🌸

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Dois


Jungkook

Quando acordei no amanhecer do dia seguinte, Park Jimin ainda ressonava tranquilamente. Estava tão relaxado que sequer parecia ter acordado aos gritos na noite passada por conta de um pesadelo que envolvia os traumas do passado sobre a morte da própria mãe. Desperdicei algum tempo observando-o dormir, antes de decidir levantar-me e começar minhas obrigações como seu criado pessoal.

Em meu quarto, lavei o rosto com a bacia que ficava ao lado de minha cama, secando-o depois com minhas próprias roupas. Vesti o uniforme que me foi entregue assim que cheguei, arrumei os fios de meu cabelo e fiz meu caminho para fora, sem voltar para o seu quarto, mas seguindo pelo corredor até as escadas de madeira e, posteriormente, a cozinha.

A bandeja de Jimin já estava pronta, com pães e geleia frescos e leite, já que eu havia deixado bem claro no dia anterior que o mais novo dos Park não apreciava o gosto amargo do café. Quando voltei ao quarto, o corpo do ômega ainda estava espalhado pela cama, abraçado ao cobertor grosso e a bochecha direita amassada sobre o travesseiro, formando um bico adorável nos lábios rosados.

Eu sorri, enquanto depositava a bandeja com o desjejum na mesa de centro, ajeitando-me uma última vez antes de me aproximar, cuidadosamente, da cama, do lado em que Park ainda dormia.

— Senhor Park — sussurrei.

Nenhuma resposta.

— Senhor Park — repeti o ato, desta vez, balançando-o com delicadeza. — Meu senhor, temo que seja hora de acordar.

Ele franziu o cenho, ainda de olhos fechados, e resmungou algo ininteligível antes de usar a mão esquerda para esfregá-los. Jimin parecia uma criança e aquilo despertou meu lado cuidadoso ao extremo; quis tratá-lo com carinho e, acima de tudo, cuidar dele.

— Eu preciso mesmo acordar? — reclamou o ômega, ainda resmungando.

— Sim — respondi, rindo um pouco quando os olhos dele se abriram, assim como um pequeno sorriso simpático em seus lábios. — Sinto muito.

Ele suspirou e sorriu por mais um tempo, afastando o grosso cobertor em seguida e sentando-se para se espreguiçar; respirou fundo uma última vez antes de, de fato, levantar-se da cama, ainda vestido em seus pijamas de tecido fino e rendas. Mantive-me estático, com as mãos devidamente postas juntas à frente do meu corpo, enquanto Jimin se dirigia até o jarro de vidro com água e servia-lhe um copo cheio.

Encaramo-nos por tempo suficiente, até que ele apoiou o vidro nos lábios rosados e começou a beber o líquido transparente, meus olhos viajaram pela carne cheia deles e desceram para sua garganta, onde seu pomo de adão se movia conforme ele engolia. Quando senti o incômodo na pele de minha mão, percebendo que estava pressionando minhas unhas contra ela, desviei o olhar e me xinguei, mentalmente, por ter me desviado de meus afazeres.

Então, sem olhar para ele, andei até a cama e comecei a arrumá-la.

— Você já trouxe o desjejum? — Ele perguntou.

— Sim, meu senhor — respondi, ainda sem olhar para ele e sem interromper o que fazia. — Está na mesa de centro.

— Sente-se comigo para comer.

Aquilo foi a única coisa que conseguiu me fazer parar.

— Não posso, senhor — respondi, nervoso.

O Criado [jikook]Where stories live. Discover now