Capítulo 13- A Escolha de Lucy

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Asper sentia o vento cortante no rosto enquanto cavalgava. O cavalo estava exausto, e com todo o seu coração, ele desejava parar e deixar o animal descansar, mas não havia tempo. Quando avistou o castelo, ele berrou:

— Ya, yá!

E o animal, num último impulso de força, ganhou velocidade.

Os homens fizeram o mesmo, até que estavam nas pedras do Castelo do Conde. Puxaram as rédeas e os cavalos relincharam.

Asper foi o primeiro a desmontar. Todos fizeram o mesmo, nas sombras que o sol do fim de tarde começara a lançar ao redor deles. Eles tiraram dos alforjes as tochas meladas de resinas vegetais e gorduras animais. Whitechapel já estava fazendo fogo com madeira e um punhado da palha que cobria a entrada do castelo. Uma vez que a chama pegou, os homens acenderam suas tochas.

Asper tomou a liderança. Imaginou Lucy lá dentro, tão próxima, e seu coração disparou.

Então os homens deram um passo para trás quando as portas do castelo abriram. Lucy apareceu à distância, com os cabelos soltos, um vestido de camponesa e botas.

— Lucy! — Asper não conseguiu se conter.

Ela parou de se mover ao vê-lo. Então correu, levantando as saias para que pudesse ganhar velocidade. Asper fez o mesmo, tocha erguida, e assim que pôde alcançá-la, a puxou contra o peito. Lucy o abraçou.

— Ah, meu amor... — Ele disse entredentes, os olhos fechados.

— O que vai fazer? — Lucy o encarou.

— Queimar tudo.

Ela pensou em Kiernan. Conseguiria vê-lo morrer? Ainda sentia a necessidade de falar com ele, de compreendê-lo. Ainda o sentia ocupar um espaço em seu coração.

Drake apareceu ao seu lado e Lucy o abraçou.

— Ele te feriu, minha filha?

Ela balançou a cabeça.

— Não, pai. Vamos embora. Vamos deixá-los em paz.

Whitechapel franziu a testa:

— Há mais demônios lá dentro além do Conde?

Lucy olhou por cima do ombro do pai. Viu os homens de sua aldeia, assim como duas jovens, com tochas nas mãos. Saía fumaça preta delas. As sombras estavam ficando mais longas, o sol pálido do outono mais próximo das montanhas.

— Apenas o Conde e sua mãe, a Condessa Bathory.

Houve um momento de horror entre eles.

Lucy agarrou Asper pelo casaco:

— Por favor, vamos embora.

— Lucy, precisamos acabar com isso. Nunca teremos paz enquanto esse monstro continuar vivo.

— Mas eu vi outro lado dele... ele não é um monstro!

— Lucy... — havia tanta dor no rosto de Asper que Lucy não soube se aguentaria olhar para ele. — Você o ama?

Lucy fechou os olhos. Sabia que o pai a observava, assim como o noivo. Amava Kiernan? Ou apenas amou o mundo que ele ofereceu, os prazeres selvagens daquele castelo?

Uma trovoada cortou os céus, e chuva imediata desabou sobre eles.

— Não! — Lucy berrou, pois soube, mesmo antes dos homens, que Kiernan estava por trás daquilo. Naquele frio, tão longe da aldeia, os homens congelariam se não encontrassem abrigo imediato. E o único lugar para o qual fugir era o castelo, onde o conde e Elizabeth Bathory estariam esperando por eles.

Prometida para o CondeWo Geschichten leben. Entdecke jetzt