Jimin odiava ser o centro das atenções, principalmente quando ela vem de algo negativo e odiado. Ele sentia que todos cochichavam falando mal de si, e acredite, não é apenas uma suposição, era algo que acontecia diariamente.

Haviam algumas freiras nos corredores quase implorando aos alunos irem à tempo para a missa da manhã, que era administrada antes das aulas.

Park era um desses alunos, pois foi fuzilado por uma das freiras, como se lesse o que ela estava pensando, talvez como um "nem pense em escapar hoje, mocinho".

Sim, o mais novo tinha uma habilidade rara de conseguir se esconder e escapar da missa da manhã.

Já utilizou tantas maneiras de sumir da igreja que ficou sem ideias. Entre fingir diarréia e ficar tempo demais no banheiro, intoxicação alimentar e fingir barulhos de vômitos, que estavam o chamando na secretaria, que esqueceu a bíblia...

Não era atoa ser tão conhecido por seus supostos pecados. Talvez a sua ausência no local sagrado na visão de outras pessoas seja associada a falta de fé, porém não era nada disso, e sim sono. Ele costumava dormir na hora de rezar.

— Park...? — o menor ouviu seu nome sendo pronunciado por uma das freiras novas, essa tinha a habitual roupa preta e branca junto a um terço. Era uma mulher de meia idade, por volta dos sessenta anos. — Está levando sua Bíblia consigo?

— Estou sim, senhora. — deu um sorriso forçado, imaginando que já haviam contado sobre seus "pecados" para mais uma funcionária.

Ela sorriu, passou a mão pelos cabelos do menino, fazendo um carinho até seu queixo. Jimin estranhou de imediato, normalmente os funcionários do internato costumam tratá-lo com repulsa.

— Vou pedir para Deus iluminar seu caminho e distanciá-lo de seus pensamentos impuros e indecentes. Você é um bom menino, só precisa ser curado. — ela disse suavemente.

Jimin automaticamente ficou vermelho e se sentiu muito desconfortável pela fala e pela suposta dedução da senhora. Ele não sabia se rebatia ou se apenas agradecia pelo pedido de oração.

Na verdade, ele nem precisou dizer nada, pois a senhora se foi rapidamente para outro lado do campus, possivelmente chamando mais alunos para a igreja.

Park não entendia muito de pecado, mas em sua percepção, aquilo que fez, ou melhor, que deixou por fazer em si, não fora um pecado. Imaginava que se Deus fosse tão bom, não iria puni-lo por simplesmente ter ajudado um amigo.

Francamente, estava farto.

Rolou os olhos e seguiu para a igreja em passos lentos, pois dessa vez não fazia ideia de como fugir daquele lugar.

Não tinha nem um celular que pudesse se distrair, talvez colocando um fone de ouvindo ou jogando algum joguinho enquanto o padre lia a bíblia ou fazia coisas que padres fazem na igreja... sim, ele nunca prestou muita atenção na missa para dar a certeza do que as pessoas faziam lá.

Se sentou em um dos bancos ao fundo, onde sua miopia o impedia de ver claramente o púlpito. Lugar perfeito.

Antes da missa de fato começar, alunos, professores e membros da igreja se ajeitavam em seu devido lugar.

Jimin estava muito distraído em morder suas próprias cutículas quando um cheiro extremamente doce invadiu suas narinas.

Era ele.

Nem precisou se virar para ver o acólito entrando com suas vestimentas que eram um misto de branco e vermelho, cobrindo todo o corpo, pois o perfume enjoativo sempre denunciava sua chegada.

CATHEDRAL • jjk + pjmOnde as histórias ganham vida. Descobre agora