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- Por favor Jo, eu sei que fui um completo babaca, mas para de fugir de mim.

- O que você tá fazendo aqui? Veio ver a vergonha que é o meu trabalho? Tá criando um roteiro pra próxima humilhação? - Enquanto eu dizia, Coutinho respirou fundo e fechou os olhos.

- Jo, eu vim aqui pois eu queria um tempo com você, e como eu sei, sua noite é onde você consegue sua remuneração, então eu pago o quanto você quiser.

- Você ficou maluco? - ri sarcasticamente - Eu não estou à venda. Tá, eu sei que eu tô meio que de aluguel, mas eu não quero prestar serviço nenhum pra você, nojento. Tem várias outras lá dentro que passariam a noite com você de graça - Meus olhos involuntariamente se encheram de lágrimas.

- Você entendeu errado, mas vai ter tempo pra você entender. Me dá uma chance? Só hoje! Finge que você não me conhece, que eu sou um cliente aleatório.

Fechei meus olhos e minhas lágrimas rolaram. Coutinho me puxou para si em um abraço. Pude ouvir seu coração batendo forte. Ficamos naquele abraço por alguns segundos, em silêncio. Minhas feridas ainda não estavam cicatrizadas. Cada palavra jogada por ele na noite que contei sobre minha profissão, era como um chicote em minhas costas.

Respirei fundo, abri meus olhos e olhei para Philippe.

- Ok, mas minha noite vai ser cara.

Coutinho deu risada e me ofereceu sua mão. Correspondi e fomos de mãos dadas até seu carro, que estava estacionado naquela mesma rua.

O que é caro para um jogador da seleção? Já não sabia nem o que tinha me levado a aceitar essa ideia louca. E aliás, aonde estávamos indo?

- Philippe, queria deixar claro uma coisa, minha chefe não vai gostar de saber que eu tô fora da boate, e aonde você tá me levando?

- Fica tranquila, quando eu te devolver vou fazer ela querer que você saia comigo mais vezes - ele disse, e piscou o olho pra mim.

- Ressalto que minha chefe não é minha mãe, então não é como se você tivesse que conquistar a confiança dela, aliás, ela não é nem minha dona.

- Você tá falando toda chique. O que aconteceu? - percebi que eu estava mais formal que de costume, isso acontece quando estou muito nervosa - achei sexy, continua.

- Me diz onde você tá me levando! Eu tenho o direito de saber...

- Na verdade eu não sei, tô andando sem rumo, eu só planejei até a parte que eu falava com você, mas achava que você ia recusar. Mas já tenho uma ideia.

No rádio começou a tocar uma música da Adele que não identifiquei qual era. Encostei minha cabeça no vidro da janela e passei a me imaginar num clipe. Até que Coutinho estacionou o carro e me acordou de minhas imaginações.

Ele desceu do carro e correu para o meu lado, abrindo a porta para que eu pudesse sair.

- Se você acha que agir como cavalheiro vai fazer eu esquecer a imagem que tenho de você, está bem enganado.

Philippe sorriu fraco e mesmo assim me estendeu a mão. Aceitei sua ajuda e ao descer, percebi que estávamos no hotel em que ele estava hospedado.

Preferi não falar nada, entre o quarto do hotel e o da boate, eu preferia o do hotel. Fomos o caminho todo em silêncio, até que percebi que havíamos passado do andar o qual eu sabia que Philippe ficava.

- Confia - disse Coutinho percebendo minha dúvida.

- Acredite, eu tô tentando - Concluí.

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continuo?

Bad Reputation || Neymar e CoutinhoWhere stories live. Discover now