Capítulo 23 - Não Toque a Campainha

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Aviso: DROGAS
(Se você for sensível a esse tema, peço cuidado ao ler)
Aviso 2: CAPÍTULO EXTRA EXTRA LONGO!
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Aperto com força as mechas no meu cabelo molhado enquanto senti a água quente do chuveiro batendo nas minhas costas.

Sinto todos os meus músculos relaxarem em uma pulsação intensa e nostálgica quando desço as mãos pelo meu pescoço.

Que momento oportuno para memórias sexuais virem a tona. Passar as mãos por onde Léo me tocou trazia um misto de sensações confusas, calorosas e cobertas com uma camada extra de dúvida.

Confuso ao ponto de que eu não saber se anseio por mais ou se preciso escorregar e bater a cabeça no vidro do box agora mesmo e ter uma amnésia seletiva.

Nenhuma dúvida sobre o fato de eu realmente ter aproveitado o momento ao máximo. Ele me fez rir, foi gentil e atencioso. Não foi como uma primeira vez desajeitada, já que eu não estava totalmente perdida, e à julgar pelo jeito de Léo, estava bem longe disso também.

Graças ao Tom, minha catástrofe de primeira vez foi convenientemente limitada à fronteira da porta do armário gigante dele. Nos perdemos no meio das roupas jogadas no chão e no final, ele parecia diferente pra mim.

Como se dois fios se conectassem no meu cérebro e o mundo fizesse sentido.

Eu era muito nova, mas algumas sensações não são exatamente as mesmas. Não que fossem exatamente familiares devido à minha vasta experiência de uma vez, mas... Como eu deveria saber?

Será que eu desaprendi a transar? Será que eu já soube algum dia?

Um dia sem questões desse tipo é um dia sem Léo, com toda certeza.

Fechei os olhos novamente e coloquei meu rosto debaixo da água corrente. A playlist encontrado depois de um longo garimpo na conta do Spotify do Léo combinava exatamente o que eu precisava: a sensação de calmaria mista com a ansiedade de estar conhecendo mais e mais dele através do gosto musical.

Deus abençoe as playlists públicas.

Abro os olhos rapidamente quando ouço batidas na porta.

— Maria Elis. - a voz da minha mãe soa abafada vinda do corredor. Ela continua falando como se eu realmente fosse entender algo com o chuveiro ligado, música ambiente e a porta fechada.

— Mãe eu estou tomando banho! - grito em resposta, mas ela continua falando. - NO CHUVEIRO! NÃO ESCUTO!

Ouço a voz abafada dela balbuciar algumas frases de novo, mas dessa vez, antes que eu possa responder, Maysa escancara a porta do banheiro. Minha primeira reação é me encolher contra a parede de azulejos gelada atrás de mim.

— MÃE! - grito.

— Eu preciso do secador... Meu Deus, você se depilou? - ela sorri sem graça, tapando a boca com uma das mãos em seguida.

— Mãe, fora! - tento me encolher ainda mais, quase me escondendo e deixando meu corpo escorregar pela banheira molhada embaixo dos meus pés.

Queria ter me afogado ou descido pelo ralo da banheira antes de ter que responder qualquer pergunta dessa natureza pra minha mãe.

— Não estou perguntando o porquê nem por quem, só foi uma observação, eu vim em paz. Só preciso do secador, onde tá?

— No meu quarto, não aqui. Fora!

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