Capítulo 26

34 7 47
                                    

 

Eloizy


Era por volta das cinco e meia da manhã, e eu ainda não tinha pregado os olhos. O motivo? Nem eu sei!!

Calço minhas pantufas de unicórnio e caminho em direção a porta abrindo-a.

Coloco a cabeça para fora bisbilhotando o corredor e o  mesmo está um verdadeiro breu. O que não é bom, morro de medo do escuro.

Eu até deixaria de lado a ideia de descer para tomar um copo de água, se a minha garganta não estivesse arranhando de tão seca.

Maldição...

Volto totalmente o meu corpo para o quarto e pego o meu celular na cama ligando a lanterna assim que coloco os meus pés para fora.

Ando de vagar e miro a luz nas paredes tentando achar o apagador.

Quando acho vou acendendo todas as lâmpadas que encontro pelo meio do caminho até chegar na cozinha.

— Maldição!! Quer me matar do coração mãe — exclamei assustada vendo minha mãe parada de frente para a pia encarando a janela. — O que tanto olha ai? — perguntei recuperando do susto.

Dona Anastácia não respondeu de imediato. Permaneceu parada onde estava, observando sei lá oque.

—  Eloizy minha filha — disse se virando. — por que está acordada essa hora, não consegue dormir querida? — indagou ignorando minha pergunta.

— Não.

— Quer um copo de leite gelado, como nos velhos tempos? — sugeriu abrindo a geladeira.

No mesmo momento meu estômago se alegrou com a ideia.

— Adoraria.

— Ah, antes que eu me esqueça, essa noite não voltarei cedo para casa. Tenho um jantar de negócios para ir. – fala colocando o copo na minha frente.

— Jantar de negócios sei...

— Apenas negócios meu anjo. Até por que, o homem que irei jantar tem o dobro da minha idade. – diz bebericando seu leite.

— A senhora sabe que idade nunca foi um problema para o amor.

— Ok! Decidi que essa é uma boa hora para mudarmos de assunto — murmurou corando.

Putss... Minha mãe corou? Ai tem.

— Por hora me esquecerei disso — gesticulo balançando os cabelos. — Contudo, brevemente esse assunto será mencionado novamente.

— Eloizy — ela cerra os olhos. — não tem que dormir, daqui a pouco você terá que se arrumar para ir pra escola.

— Não tenho aula. A irmã do diretor faleceu, e então ele decretou um mine feriado hoje.

— Coitado! Meus pêsames para ele — mamãe diz triste.

— Coitado nada, a fofoca que rolou no banheiro ontem. É que os dois não se suportavam! Brigavam mais que cão e gato. — aproximo nossos rostos lentamente como se quisesse contar um segredo e digo. — Meu palpite, é que ele só retirou um dia de aula por que queria se livrar de nos mesmo.

— Que horror Eloizy, não fale assim — dona Anastácia bate na minha cabeça, e eu solto um grunhido de dor.

— Ai, essa doeu.

— Isso é pra você aprender que não se deve brincar com o luto de alguém menina. Vou me arrumar antes que você me deixa doida. – diz voltando se levantar.

A Dor Sentida Where stories live. Discover now