"Claro que sim, só acho que não é motivo para você já jogar a toalha. Se o agente Wang está em duvidas porque você é o primeiro cara que ele fica afim, tira as duvidas dele. Tira as calças também."
"Por que você é tão baixo?" Xiao jogou o garfo de qualquer jeito no prato e bufou.
"Ai irmãozinho, manda logo uma mensagem para ele e deixa de enrolar, que coisa insuportável. Eu aqui doido para ter alguém que brinque de polícia e bandido comigo e você com esse drama todo!"
"Foi você mesmo quem disse para eu não mandar mensagem e nem ligar, você é maluco ou se faz?"
"Eu falei aquilo dias atrás, quando você estava querendo falar com ele tipo em 24hr depois que você decidiu dar uma chance ao Rintintin¹. Agora que ele está provavelmente lendo todos os guias do homem hétero que decidiu enveredar pelos verdes pastos da vida gay, você tem que ser aquele que segura a mão do garoto."
Xiao deu uma gargalhada, sem acreditar em como o amigo poderia falar tanta besteira aleatória para ele, fosse o assunto sério ou não. Eles acabaram demorando um pouco no restaurante, pediram sobremesas e depois foram para casa para descansar.
Quando já estava em casa, em sua cama, Xiao havia decidido ler um livro sobre um ansiolítico recomendado para casos de analgesia, receitados desde o início da década de noventa para os casos que foram descobertos no mundo. Como ele sabia qual remédio Yibo tomava, ele estava com o computador do seu lado e fazia a comparação dos medicamentos, avaliando qual deles realmente era mais adequado.
O médico leu até certa hora da madrugada e acabou pegando no sono, cochilando com o livro sobre o peito e a sua mão em cima do computador, em uma posição ruim e desconfortável. Ao acordar de madrugada, de repente, ele tirou os óculos que estavam tortos em seu rosto, colocou no móvel ao lado da cama e se sentou para poder guardar o computador, o livro e poder dormir de forma adequada.
Ao colocar todas as coisas no colo para poder leva-las ao seu escritório e voltar a dormir, Xiao decidiu antes pegar o telefone e ver que horas eram. Ele comprimiu os olhos, notando que eram duas da manhã e já ia colocar o aparelho ao lado, quando viu o ícone do chat no topo, ao lado do relógio.
"Quem falou comigo?"
Ele pegou os óculos novamente, colocou no rosto e desbloqueou o aparelho para ver as suas mensagens. Quando viu de quem se tratava, ele abriu um sorriso um pouco bobo enquanto lia o que tinha escrito nela, entregando a si mesmo que ele havia ficado feliz ao recebe-la:
"Jantar amanhã?"
..
[3 anos antes]
Enquanto ouvia uma série de reclamações, Yibo apenas olhava para frente, esperando a moça agitada lhe dar uma chance de falar. Ela falava um pouco alto demais e chamava a atenção de alguns pedestres, mas ele não se importava muito, pois, no fundo, não gostava tanto dela assim. Além disso, aquilo era o término deles, não era como se ele precisasse se esforçar.
"Eu não sei por que perdi meu tempo com você." Dizia a moça, limpando o rosto. "Sabe, eu comecei a gostar de você."
"Eu não entendo o que eu te fiz." Yibo finalmente lhe disse, perdendo a paciência. "Eu te machuquei? Eu te destratei alguma vez? Eu te ofendi ou fiz algo que você não quis?"
"Você nunca estava comigo! Você estava fisicamente, mas a sua cabeça e o seu coração..."
"De novo isso?" Ele se sobressaltou, dando uma volta onde estava. O rapaz passou as mãos no rosto e encarou a garota. "Eu te respeitei, eu nunca passei do limite com você. Você me fala em uma linguagem que eu não consigo entender. O que você quer que eu fale? O que queria que eu fizesse?"
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In The Embers
FanfictionUm jovem policial tem um encontro ocasional com um médico de um dos maiores hospitais de Hong Kong. Desse encontro, nascem outros subsequentes. Mesmo sendo pessoas tão diferentes que passam por momentos difíceis de suas vidas, de alguma forma, eles...
Capítulo 12
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