Capítulo 30

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The line, it is drawn

The curse, it is cast

The slow one now will later be fast

As the present now will later be past

The order is rapidly fading

And the first one now will later be last

For the times, they are a-changin

The Times They Are A-Changin - Bob Dylan

[30 anos antes]

"Você acha que vamos passar?" O rapaz perguntou ao seu amigo quando eles entraram na loja de conveniência. Era um dia anormalmente quente e eles precisavam de uma bebida.

"Eu não sei. Precisamos esperar o resultado." O outro o respondeu enquanto franzia a testa. Seu amigo, mais baixo e agitado, já estava abrindo a geladeira do local e pegando uma garrafa de cerveja, rasgando o lacre e tomando um gole generoso.

"Arg! Eu queria passar. Não aguento mais a pressão dentro de casa para arrumar um emprego." Disse e suspirou. "Não vai beber?"

"Vou pegar uma água."

"Água? Devíamos comemorar, Ting. Em breve, seremos policiais!"

Hao Ting apenas deu de ombros e caminhou pelas prateleiras da loja. Ele passou a vista por alguns chips e por alguns doces e parou ao ver a prateleira com garrafas de água refrigeradas, mas antes que ele pudesse pegar uma garrafa, ele ouviu uma voz atrás de si direcionada ao seu amigo.

"O senhor não pode beber aqui dentro." A voz doce, mas firme, disse.

"Aya! Eu estou comemorando! Não é como se eu não fosse pagar, gracinha..."

Hao Ting ouviu um suspiro dado pela garota – ele agora havia olhado bem para o rosto jovem e pálido dela – e ela continuou:

"Não importa se vai pagar ou não, você não pode beber aqui dentro".

"Por que você está tão amarga, benzinho, hm? Qual o seu problema?" O que bebia, falou.

"Xing, não a provoque." Ting o falou, fazendo a garota se virar e o olhar, os orbes escuros agitados como flechas disparadas no ar. "Vamos embora."

"Por que?" Ai Xing não teve tempo de responder, pois seu amigo o arrastou para fora do estabelecimento, não sem antes colocar uma cédula em cima do balcão e pronunciar um 'me desculpe' para a atendente. "Você é inacreditável!"

Hao Ting olhou para o horizonte, para o local no meio do nada e pensou no ônibus quente que eles teriam que pegar para retornar para casa. Os olhos vermelhos de expectativa e esperança de sair de uma vida medíocre encarou o amigo ao seu lado, que bebia e falava sem parar sobre o futuro dos dois.

No entanto, antes de eles irem embora daquele lugar estranho e distante, Hao Ting virou o rosto e olhou para dentro da loja de conveniência mais uma vez, para o rosto jovem e afiado da garota. Ela olhava para as coisas do balcão concentrada, e quando viu que ele a estava encarando, virou o rosto para o lado contrário em irritação.

"Gostou dela? Se gostou, vá falar com a garota, não seja molenga!" Ai Xing o disse, tirando-o de sua distração.

"Do que está falando?" Hao Ting respondeu rápido, andando para a estrada direto para o ponto de ônibus, seu amigo rindo atrás de si e abraçando as suas costas.

In The EmbersOnde as histórias ganham vida. Descobre agora