10- Confissões.

262 22 0
                                    

Ash: de quem estás a falar?!

Eu: anos atrás, eu trabalhava para um cara, Pergarci, antes eu havia trabalhado para o pai dele, desde sempre eu estive ali, não me lembro como fui parar ali, mas desde pequeno eu já estava ali, o pai do Pergarci me ensinou tudo que sei, lutar, disparar armas, até criar bomba. Ele criou uma máquina assassina e um dia houve uma briga e o Capuno morreu com um tiro da cabeça, esse dia começou o meu inferno, nós crescemos juntos como irmãos, mas sempre me chamavam o bastardo.

Pergarci ocupou o lugar do seu pai.

Ele dizia que eu era demasiado fraco para ser aquilo que ele queria, então ele me obrigou a me prostituir, tive que fazer tudo que ele me pedia, tudo que eu ganhava tinha que dar para ele, muitas vezes ele me torturou, eu estava sem saída, eu pensava que quando o Capuno morresse eu seria livre, mas me senti mas preso que nunca.

Ash: você nunca contou isso para mim.

Eu: nesse mesmo lugar havia um cara, o Khalid, ele cuidava de mim. Todas as noites quando eu chorava, eu ia chorar nos braços dele. Khalid era um dos seguranças do Pergarci, a gente se apaixonou e nos amamos tanto que pela primeira vez na minha vida me senti vivo.

Um dia Pergarci nos encontrou transando e deu um tiro nele.

Khalid caiu morto bem na minha frente, e eu não pude fazer nada, não pude fazer nada para salvar ele.

Khalid havia me contado todas as fraquezas do Pergarci e uma maneira escapar dele.

Então um dia eu consegui drogar ele numa festa, ele tinha o hábito de tomar minha bebida, e os seus homens o champanhe que ele sempre mandava buscar.

Era minha chance de escapar.

Coloquei calmante na minha bebida e na garrafa de champanhe deles e neste mesmo dia houve um tiroteio e muita gente morreu, um cara disparou nele, eu vi ele morto, ele estava morto.

Aproveitar subir e pegar minhas coisas, e dinheiro que ele escondia, fui no quarto do Pergarci e peguei uma foto minha quando eu era bebê e uma pulseira que dizia meu nome, peguei vários documentos que incriminam ele e fugi sem olhar para trás.

Só que agora ele me encontrou. Eu achei que ele estava morto e infelizmente não está.

Ash: o que vais fazer?!

Eu: matar ele primeiro, vou matar ele primeiro.

Ash: estás louco cara, não podes fazer isso.

Escutamos barulho lá fora.

Fui até a janela ver o que está acontecendo.

Eu: porque essa multidão de gente ali parado.

Ash: vão destruir os 4 edifícios aqui do lado, o dono quer construir um supermercado e cuidar bem do bairro.

Eu: já era a hora, esses edifício sempre foi lugar de muitos problemas.

Tomamos café e ficamos conversando um pouco, depois veio o Fábio, eles foram pra o quarto estudar.

Tocaram de novo a campainha.

Fui abrir e era o Kereme segurando umas flores.

Kereme: são para ti.

Eu: não precisava, entra.

Recebi as flores e olhei fora para ver se não havia ninguém.

Depois fechei a porta.

Kereme: estás esperando alguém?!

Eu: não, só olhava.

Kereme: quero que este momento seja especial.

Eu: posso saber de que estás a falar?!

Kereme: sei  que deveria ir com mais calma, mas não consigo mais esperar para dizer isso para ti.

Eu: estás exagerando, para que tanto drama.

Fui na cozinha buscar um lugar para as flores e fugia da confissão que viria dele.

Kereme: não é drama Onur, eu quero te dizer que estou completamente apaixonado por ti, que todas as noites eu penso em ti, desde o primeiro dia que vi você, algo aconteceu.

Eu: não Kereme, isso não vai acontecer.

Kereme: o que queres dizer com isso?!

Não posso permitir que ele entre na minha vida, o Pergarci está de volta, não quero que aconteça nada de mal com ele.

Eu: eu não sinto o mesmo por ti.

Kereme: não é verdade, sei que sentes o mesmo.

Eu: estás confundindo as coisas.

Ele se aproxima ficando na minha frente.

Kereme: então diz que não sentes nada por mim, olhando nos meus olhos.

Eu não podia fazer isso, eu estou loucamente apaixonado por ele.

Eu: eu...eu...

Uma lágrima caiu.

Kereme se aproxima e me puxa me dando um beijo.

Eu puxei ele mais perto de mim e pegando na sua cintura e apertar ele no meu corpo.

Veio a imagem do Khalid e empurrei ele.

Eu: vai embora cara, vai e não voltes mais.

Kereme: desculpa Onur, eu sei que gostas de mim, não vou desistir de ti, és o amor da minha vida.

Ele saiu e eu como tonto fiquei com as lágrimas caindo do meu rosto e não sabia o porque.

Eu não vou deixar ele entrar na minha vida e sofrer as consequências.

Fiquei olhando mas flores que ele trouxe.

Fábio e Ash entram na sala.

Ash: escutei a voz do Kereme, ele já foi?!

Eu: sim, ele não irá mais voltar.

Tocaram a campainha, fui abrir.

Eu: que merda estás a fazer aqui?! Vai embora e nunca mais volte.

Léo: por favor!!! Necessito falar com ele.

Eu: falar!? Vocês não tem nada para falar, tua família e tu são uns miseráveis, eu juro que um dia vocês vão pagar por tudo que vocês fizeram.

Ash: Onur por favor!!

Eu: por favor nada Ash, vou fazer eles pagarem por tudo.

Ash: Onur é meu irmão, ele veio me ver.

Eu: depois de ter abandonado você não é?!

Léo: eu nunca abandonei ele, meus pais me afastaram do Ash, acabei de voltar de viagem e descobri tudo.

Eu: que conveniente para ti não?!

Ash: por favor!!

Eu: vou sair, porque se eu ficar aqui, sou capaz de matar todo mundo.

Peguei meu casaco, sai de casa, fiquei de pé na frente do meu edifício.

Eu: tenho que me controlar, se não vou acabar ficando louco.  Necessito me controlar.



_______ continua...

Vidas contrárias Where stories live. Discover now