Capítulo 19 - Jovens corações

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Kensuke se espreguiçou e abriu os olhos lentamente. Não pode resistir ver toda aquela pele linda ao seu dispor. Esticou-se cobrindo o pequeno corpo e começou a depositar beijos singelos pelo pescoço, seguindo pela coluna abaixo.

Nanami remexeu, mas ainda permaneceu imerso em seu sono. Contudo, como um bom gatinho, ronronou e isso foi suficiente para fazer Kensuke duro novamente.

O Alfa gemeu baixinho e interrompeu os beijos. Sentou-se apoiando parte de seu corpo no braço esticado sobre o futon. Seus olhos habituaram a iluminação do quarto e ergueu a face. Através da janela notou que o sol começava a se esconder no horizonte, anunciando a noite.

Sua pele se arrepiou com frio e observou seu esposinho. O que viu fez seus olhos se arregalarem, e em sequência, tomado pela curiosidade, levou os dedos a tocarem a pele macia, traçando aquela surpresa. Não era conhecedor perfeito de gatos, mas não achava que somente porque se acasalou, surgiria uma tatuagem. O fato era que em toda a extensão das costas de Nanami, ainda que levemente, uma tatuagem tribal estava desenhada. Os traços eram leves e claros, porém não existiam antes, as curvas sinuosas formavam um desenho tomando dos ombros até a espinha dorsal.

— O quê...? — Ele pensou em perguntar ao gatinho, mas esse parecia tão confortável em seu sono, que seria crueldade. Kensuke decidiu indagar depois ou quem sabe perguntar a Sayuri. Talvez o príncipe soubesse melhor. Falando em príncipe, precisava realmente ter uma séria conversa com ele. Não havia discutido seu destino. Se voltaria à cidade dos gatos ou se ficaria ali. De alguma forma, Kensuke desconfiava que se Sayuri ficasse em Akai, uma guerra poderia iniciar.

— Ken-chan... frio... — O loirinho resmungou, mas não abriu os olhos.

O choramingo de Nanami tirou Kensuke de seus pensamentos. Ele decidiu verificar aquela tatuagem depois e fazer seu esposo ficar confortável. Sendo lobo, lidava melhor com o eterno frio, mas não Nanami. Compadecido, ele levantou sem se importar com a sua nudez e seguiu até a janela. Fechou-a e seguiu até a lamparina, deixando a luz tênue invadir o ambiente.

Um pequeno sorriso surgiu na face de Kensuke enquanto admirava o gatinho. Ainda não podia acreditar o quão burro foi para não aceitá-lo no início. Nanami era ingênuo, animado e adorável... totalmente comestível.

Foi até o closet, abriu a porta e pegou um cobertor rosa grosso e fofo. Foi dado de presente por um dos lobos do vilarejo, em forma de agradecimento por Nanami sempre cuidar dos filhotes. Kensuke se aproximou do futon e estendeu o cobertor sobre o ninshin. Agachou-se e depositou um beijo nos fios dourados com mechas rosas.

— Durma mais um pouco, gatinho. Vou buscar comida para nós. — Murmurou suave.

Kensuke seguiu até o banheiro que ficava em conjunção com o quarto e tomou um banho rápido. Deixou os cabelos longos soltos, e vestiu uma yukata negra. Descalço, Kensuke saiu do quarto.

Seguiu pelo corredor tranquilamente e murmurando uma canção. Era estranho se sentir mais bem-humorado depois que havia se acasalado com Nanami... foi como se o fardo que carregava nos ombros por toda a sua responsabilidade de Alfa tivesse se tornado mais leve. Pegou-se pensando nisso, mas se esqueceu quando um cheiro divino chegou a suas narinas. Intrigado, seguiu o aroma e acabou na cozinha.

Olhou para o jovem gatinho de cabelos lisos e vermelhos. Sayuri estava vestindo um kimono de algodão cru verde-claro. Os cabelos presos para o alto e a franja para o lado presa por uma presilha, a fim de não deixar cair na comida. Ele mexia alguma coisa dentro da panela e sorria.

— Pri... Sayuri-san? O que está fazendo? — Indagou o Alfa. Ainda tinha um certo ciúmes de vê-lo sempre próximo de Nanami, mas tentava ser racional e tratá-lo com mais amabilidade, mesmo que fosse difícil. Pois sabia que sendo um amigo importante para Nanami, precisava tratá-lo bem para agradar seu gatinho.

Akai Ito I - Fio Vermelho (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora