Capítulo 51 - Pequenas surpresas

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Passaram-se dois dias depois da Lua de Sangue. Todos voltaram aos seus afazeres e a rotina diária. Na maioria, satisfeitos, e alguns nem tanto. Mesmo assim estavam afoitos porque em breve haveria uma festa surpresa, que era altamente secreta, por ser a festa de aniversário do Cadela Alfa.

O gatinho branco não poderia saber de nada, muito menos desconfiar, esta era a ordem de Kensuke e era lei.

Chizuru estava no meio da comoção, organizando todos os preparativos para o sábado, que seria a data em que Nanami iria festejar por mais um ano de vida.

Vez ou outra, sorria com a lembrança de Kensuke lhe pedindo o favor de espalhar para todos discretamente sobre a festa que ele planejava fazer. Os olhos de seu irmão sempre brilhavam amorosos quando ele falava de Nanami.

Mas bem, quem poderia não amar aquele gato? Chizuru sempre odiou os gatos, mas seu conceito mudou completamente ao conhecer o doce Nanami. Ele o fez ver espécies diferentes com um novo olhar.

Chizuru estava feliz com a paz que reinava ultimamente, tudo parecia ir tão bem, tão tranquilo. Por onde andava, apenas ouvia risos no vilarejo, frequentes sorrisos e o conforto de poder fazer passeios a qualquer hora, porque já não fazia frio como antes. A neve havia derretido completamente e Akai estava cercada por árvores floridas, jardins bonitos e campos nas proximidades.

O trabalho tinha se tornado mais fácil, as pessoas mais felizes e bem humoradas. As festas estavam mais frequentes. Akai prosperava com o comércio e o bem-estar de todos unidos.

— É tão bom... — Chizuru murmurou ao sentir a brisa fresca acariciar seus cabelos conforme caminhava em direção a entrada do vilarejo. Ele estava ao lado de Nanami, que parecia inquieto e um pouco estranho naquela manhã. — O que foi, Nanami?

— Uh? — O gatinho olhou para ele estreitando os olhos de forma esquisita. — Sinto algo dentro de mim... como um mal pressentimento. — A careta que Nanami deu calafrios em Chizuru, porque ele sabia exatamente que isso significava alguma coisa. Ter Nanami com pressentimentos, quase sempre queria dizer que ele estava certo e algo estava para acontecer.

— Você tem certeza disso? — Perguntou Chizuru um pouco receoso.

— Não sei... — Nanami olhou para o longe. — Eu não sei o que é... mas alguma coisa está errada, Chizu-chan.

Os pressentimentos de Nanami nunca poderiam ser ignorados e isso era algo que Chizuru havia aprendido desde cedo. Nunca duvidar do gatinho branco.

Quando chegaram à entrada, Naoki estava usando um tipo de capa que deixou seu filho curioso a respeito.

— Por que está usando isso?

— É um objeto mágico. Me ajuda a teletransportar. É o que farei com Eiji e Yoshikazu. — Naoki respondeu com um belo sorriso.

Kensuke já estava com eles, além de Sayuri em prantos, Ryo e o casal que iria voltar para Masao.

— Tem certeza que não quer voltar para casa, Sayuri? — Yoshi perguntou ao filho caçula que soluçou sem poder responder de imediato.

— O-Obrigado pai... mas minha casa agora é aqui... em Akai. — Sayuri segurou nas mãos de seu pai, tentando deter as lágrimas, mas era tão difícil.

— Não chore, menino bobo. Você virá muito mais vezes me visitar, aproveite a ajuda de Naoki.

Sayuri sorriu. Antes, a viagem seria bem longa, durando alguns dias entre uma cidade e a outra, mas Sayuri agora tinha uma opção mil vezes mais rápida e prática. Realmente não precisava chorar.

Akai Ito I - Fio Vermelho (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora