SAVE YOU - Primeira Temporada {CONCLUÍDA}

Capítulo 59 (adicional)

Allana se aproxima, com um sorriso nervoso puxando seus lábios, suas mãos torcendo em um aperto, seus passos são duros, receosos.

— "Não pensei que iria querer um lugar mais público..." - ela diz baixinho, hesitando.

— "Não é um lugar totalmente público, estamos em um mezanino afastado. Espero que não tenhamos um atrito escandaloso nessa conversa, se você fizer um escândalo esse assunto se tornará público, creio que não irá ocorrer." - eu digo sentando em minha cadeira, ela faz o mesmo.

Não consigo aceitar essa mulher, mas ela salvou meu filho... Quer dizer, nosso filho.

— "Anthony... Vamos ir direto ao ponto, não sei se terei coragem de falar tudo, não posso pensar muito!" - ela diz suspirando.

Apenas aceno com a cabeça, frio, meu rosto inexpressivo.

— "Certo. Não esqueci nada do que você fez, Allana. Espero que você não esteja esperando que um medíocre 'momento heróico' seu para meu filho irá mudar as coisas. A mulher que salvou Liam no cativeiro, é a mesma que tentou matá-lo ainda em seu ventre, a mesma que não amamentou o filho por estética. Nós poderíamos ter lidado com isso juntos, eu jamais abandonaria você, eu daria todas as plásticas que você quisesse, e sempre te ajudaria a cuidar de Liam. Você foi imprudente, um monstro, eu olho para você e sinto nojo por ter me envolvido e nojo por acreditar em você. Nada justifica você tentar matar seu próprio filho, MEU filho. Eu cuidei dele, e eu também tive que ver meu filho implorar por uma MULHER, porquê você não foi mãe, Allana, você nunca foi mãe, você foi a mulher que deu à luz ao meu filho, a mulher que meu filho implorava por atenção, implorava por amor. Você acha que foi fácil para mim? Depois, de ser esse ser horrível, você estava unida com a minha tia esquizofrênica. Porra, onde foi seu senso?" - eu disparo uma porcentagem de tudo o que estava preso.

Allana chora copiosamente, e eu não registro empatia alguma por sua dor. Não, meu filho sofreu, e essa mulher não pensou nisso.

— "E-Eu sei, e-eu..." - ela não termina sua fala, um enorme soluço rompe sua garganta.

— "Você?" - eu insisto para seu ponto.

Ela chora por mais alguns minutos, e não aguento, peço a Taylor que peça um copo d'água para a mulher miserável a minha frente. Não demora e ele retorna, depositando o copo na mesa. Poderia pedir para algum funciona do edifício, mas eles iriam ficar intrigados pelo choro da jovem senhorita. Agradeço Taylor, pedindo desculpas em seguida, ele sorri fraco.

— "Desculpe..." - ela diz depois de estar mais calma, se referindo ao seu choro incontrolável — "Como estava dizendo... Eu sei, eu fui uma desgraçada, eu não tinha motivos para cometer esses erros, mas também não tinha nenhum para não fazê-los. Quando eu vi Liam, pelas fotos, eu sentia sua doçura, eu queria sentir ele em meus braços, queria que ele me amasse, queria que ele gritasse por 'mamãe', que um dia ele falasse 'eu tenho orgulho de ser seu filho, mamãe', mas eu sei que isso nunca vai acontecer. Eu não sou digna do amor dele. Quando eu fui pegá-lo no cativeiro, ele me olhou com tanto brilho nos olhos, esperança, ele confiava em mim, eu não merecia essa confiança. Eu mereço a morte, por uma vez tentar fazer isso com meu próprio filho. Eu mereço sofrer, ser espancada, torturada, ou seja lá a pior coisa que exista. Eu sou grata por nunca ter conseguido tirar a existência do nosso filho, por nunca concluir meu plano desumano. Eu me envergonho, não é apenas você que possui nojo de mim, compartilhamos tal sentimento. Eu me olho no espelho e posso ver a aura negra se instalando, as consequências dos caminhos errados. Porra, eu me juntei com Esther, quero dizer... Caralho, onde eu estava com a cabeça? Procurei ajuda psicológica, Anthony, queria saber o que estava errado comigo, se eu tinha um distúrbio psicológico ou apenas falta de caráter e amor. Descobri muitos erros, muitos traumas..." - ela suspira, os olhos marejados.