Cowboy (COMPLETO).

Capítulo 23 - Rafaela

Acordei com Pedro e o Leonardo na minha cama, saí do quarto sem fazer barulho e deixei os dois dormindo.

Quando cheguei a cozinha Maria estava preparando o jantar e eu a ajudei organizando a mesa e começamos a conversar.

- Sabe dona Rafaela eu não sou de meter na vida dos patrões, mas aquele velho fofoqueiro me contou tudo que aconteceu com a senhora e o patrãozinho, eu prefiro mil vezes a senhora, chegou a pouco tempo, fala com todo mundo, cuidado do menino como se fosse seu, aquela lá não serve pra ele e nem pra essa casa, está sempre de mal humor, hoje a senhora acredita quando eu fui falar que o menino estava doente ela simplesmente falou que não era problema dela e saiu, ela é doutora pra quê?

- Ela é bem difícil mesmo Maria.

- Difícil é pouco, eu estou me metendo porque conheço o Patrãozinho desde que estava na barriga da mãe dele, eu trabalhei para os pais dele e ele me trouxe pra cá, disse que não era para eu trabalhar, mas vê se pode? Eu não sei ficar parada, vez em quando ele manda umas moças virem me ajudar e eu coloco todas pra correr, eu gosto de cuidar de todos aqui, inclusive do turrão do Seu Carlos, oh homem teimoso.

- Você conheceu a Isabel então?

- Sim e era uma menina maravilhosa.

- Ela foi feliz Maria?

- Foi sim, meu menino fez ao máximo que pode, mas tava com o coração trancado e sei agora o que aconteceu, desde que você chegou a essa casa trouxe a alegria do meu menino de volta.

- Mas ele vai casar com ela Maria, ela está grávida.

- Nunca vi gravidez prender homem nenhum, ele assume e nós criamos a criança, porque é um inocente não tem culpa da mãe que vai ter.

Parecia que eu conhecia a Maria a muito tempo, quando namoravamos Leo sempre falava com muito carinho dela e agora vejo o porquê, ela sempre cuidou dele.

Estava com a mesa pronta, quando recebi uma mensagem de voz de um número desconhecido.

Sentiu saudades querida?
Ainda temos assuntos para resolver, como você arruinou a minha vida, me denunciando eu vou fazer a mesma coisa com a sua, estou a caminho docinho, você não vai se livrar de mim, vou me vingar de você e de todos que você ama.

Era o Cal.

- Você está bem minha menina?

- Era ele Maria, o que bateu em mim, ele me encontrou, preciso ir embora.

Falei deixando -a sozinha na cozinha, corri para o quarto, e comecei a fazer a mala apressadamente, Leonardo entrou no quarto, Maria deve ter falado com ele.

- Você não pode ir embora.

- Posso e vou.

- Eu não vou permitir que vá embora.

- Eu não sabia que eu era uma prisioneira nessa casa.

- Não é isso, mas não pode sair assim, nós vamos proteger você.

- Ele me encontrou Leonardo e ameaçou todos que eu amo, ou seja todos dessa casa, não me perdoaria se algo acontecesse com vocês.

- Eu é que não me perdoaria se algo te acontecesse.

- Você não tem obrigação nenhuma comigo, deveria se preocupar com a sua noiva, que está grávida.

- Você não pode sair dessa casa - Era o Vô João. - O que passa pela sua cabeça sair assim? Aqui nós protegemos a família, vamos ligar para todos os conhecidos e redobrar a segurança, ninguém vai chegar em você antes de passar pelo meu bebê aqui.

Ele falou mostrando a espingarda que estava nas costas.

- Leonardo avise aos outros empregados e avise a todos da cidade, se a polícia não fizer a parte dela, nós faremos.

- Mamãe? - Agora era o Pedro que entrava no quarto me dando os braços para por no colo.

- Você tem obrigação com essa criança a partir de agora, ele já perdeu uma mãe, não deixaremos que ele perca mais ninguém.

Segurei o Pedro em meus braços e o Leonardo nos abraçou.

Não queria por ninguém em perigo, mas não posso deixar o Pedro e ficamos o resto da noite grudadinhos.