Cowboy (COMPLETO).

Capítulo 5 - Rafaela

Meu Deus do céu o que foi isso? Que homem lindo, eu não consigo soltar a mão dele, será que ele está me achando maluca? Não posso largar, estou sentindo uma coisa estranha dentro de mim. Como o Colégio era só para meninas, não conheço muitos rapazes, só o Marcos e espero que ele possa me ajudar.

O Elevador mal abriu e já dei de cara com o Marcos, ele olhou o rapaz meio estranho, eu nem perguntei o nome dele.

- Quem é ele Rafaela? Você sabia que não pode revelar esse elevador a qualquer pessoa? Você é nova por aqui e não faz ideia do perigo a que expôs e nós expôs.

- Me desculpe - ele falou se colocando um pouco a minha frente, parecia estar me defendendo - mas eu não apresento perigo, posso passar todos os meus dados, caso queira investigar, mas ela não tem culpa de nada, a culpa foi toda minha.

- Não precisa se desculpar - falei olhando para ele, ainda segurando a sua mão e voltei para o Marcos - Marcos eu acabei esbarrando nele acidentalmente e olha como ele ficou, preciso de um dos seus ternos, ele tem uma entrevista agora e não pode ir assim.

- Garanto que isso será o menor dos problemas dele, mas eu te ajudo, venha comigo. - Falou Marcos para ele.

Soltamos a mão e seguiu o Marcos e eu fiquei ali parada esperando ao menos um sorriso de despedida antes de desaparecer e ele me olhou, sussurrou "Me espera", eu sorri e repondi "Portaria", sinalizando, eu era craque em leitura labial, no Colégio era necessário para passar cola para Isabel, pois sempre éramos separadas durante as provas.

Por falar em Isabel ela precisou voltar para casa antes do tempo, o Avô João não estava se sentindo muito bem, meu avô Bitencourt descobriu que eles estavam con muitas dívidas nos nossos bancos, ele não apenas perdoou, como ampliou a fazenda deles, deu também uma boa quantia em dinheiro em agradecimento a tudo que eles haviam feito por mim. Eu adorava a pequena fazenda deles, costumávamos passar as férias lá. 

O Marcos era dois anos mais velho que eu, filho de um dos braços direito do meu avô, o vovô disse que o pai dele e a minha mãe quase namoram, mas meu pai apareceu e minha mãe ficou completamente apaixonada, meu avô acabou fazendo por ele, tudo aquilo que queria ter feito por mim, então mesmo novo, já tem um cargo importante e de confiança. Ele foi a primeira pessoa que o meu avô me apresentou e está me ajudando aos poucos a lidar com tantas mudanças.

Aqui na empresa me conhecem como Sofia, uma patente Bitencourt, como já havíamos combinado, apenas o Marcos sabe a verdade, eu tenho acesso direto ao elevador pessoal e a sala do meu avô. Minha avó por parte de mãe vive na França e não teve muito contato com minha mãe ou comigo e por parte do meu pai já faleceu também.

Dei uma passadinha para dar um beijo no meu avô.

- Vô desculpa, não consegui trazer o suco que falei, acabei esbarrando em um candidato a estágio e acabei sujando derramando todo.

- Não se preocupe, depois você me trás outro, você não faz ideia da alegria que me dá esse seu cuidado comigo, sua mãe era igual.

Ele estava sentado com um pilha de papéis e planilhas, dei uma leve olhada e percebi um erro, eu sempre tive facilidade com matemática e sobretudo econômia, não sei explicar, mas era muito fácil de organizar e perceber erros na planilhas.

- Vô eu não entendo muito bem, mas eu acho que essa planilha está errada, da uma olhada aqui não faz sentido esses números e aqui está faltando alguma coisa.

Ele me olhou incrédulo, pegou a planilha e respondeu.

- Tem toda razão Sofia, quer dizer Rafaela eu preciso me acostumar, como não percebi? Você puxou a mim é avida com números.

Fiquei empolganada com o meu avô e toda a papelada, quando olhei o relógio, já havia se passado algumas horas, a essa altura meu querido esbarrando na deve ter ido embora.

Me despedi do meu avô e falei que daria uma passadinha na tia Lee, era esse o meu plano inicial.

Já tinha perdido a esperança de encontrá-lo, mas para a minha surpresa, lá estava ele na portuária com  todo elegante de terno e com o sorriso mais lindo que já havia visto, meu coração disparou e eu sorri.