Capítulo 9 - Ella

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Estou lendo no momento uma bela obra britânica chamada, O Morro dos Ventos Uivantes.

         Naquele momento estou na fazendo em que está cheia de desgraças, quando escuto meu celular tocar no mundo real.

         Olho para a tela e vejo o nome de Fani na tela. Atendo a minha melhor amiga.

         "Oi, Ella", Fani me cumprimenta com um pouco de tristeza.

         "Oi, Fani", cumprimento com um pouco de preocupação na voz. "Você está bem? O que aconteceu?"

          "Marcelo me ligou", Fani começa sua explicação. "Ele me disse que acha que terminou com você."

           "Sim, mas dessa vez você não pode ajudar. Quem tem que vir conversar comigo sobre isso é ele. Eu sei que ele se arrepende e os motivos dele."

            "Sério?" Ela me pergunta com um pouco mais de animação.

            "Sim, mas agora, quero saber de você e Felipe. Me conta tudo."

            "Bom, eu ainda não mostrei a minha passagem pro intercâmbio que você me deu, pra ele. Espero que ele fique feliz", sua felicidade é evidente na voz. "Meu sonho era fazer intercâmbio."

              "Eu sei", falo com a voz cheia de orgulho.

              "Obrigada pela proposta disso. De ficar perto da pessoa que eu gosto e realizar meu sonho", ela agradece.

               "Não foi nada, eu realizei o meu também, só precisei de um empurrãozinho de pessoas próximas a mim", falo saindo da banheira.

                "Eu gosto de saber que você é minha cunhada. Eu sinto que meu irmão está seguro em suas mãos." Coloco o celular no viva-voz e vou colocar a minha toalha.

                 Levo meu celular para a cama e começo a me vestir.

                "Sabe, Fani, eu nunca pensei que fosse me apaixonar por uma pessoa que praticamente eu já prendi na vida", confesso.

                "Eu sei disso, Ella", Fani me responde.

                "Mas, agora, eu não me vejo sem seu irmão. Nunca me imaginei amando alguém como ele, mas em compensação eu não quero passar nenhum segundo longe dele. Isso me torna muito dependente de alguém, o que eu não gosto muito", comento.

                  "Ella, todo mundo é dependente de alguém. Todo mundo tem essa fraqueza. Você fala como se nem lesse romances e não percebesse nada disso, quando na realidade você conhece isso mais do que ninguém", ela afirma.

                  Quando eu termino de me vestir, vejo que tem outra ligação, é do meu pai. Eu acho melhor atender.

                  "Ella? Você está ai?" Fani me pergunta, quando percebe que eu não estou respondendo.

                   "Sim... Eu... Estou... Fani, me liga mais tarde, pode ser? Preciso atender essa ligação", informo.

                   "Certo, até daqui a pouc...", nem espero ela desligar direito.

                   Olho para a tela do celular que está ainda com a ligação do meu pai, e atendo.

                    "Oi, Gabriella", meu pai cumprimenta logo que eu atendo.

                    "Oi, Juan. O que você quer?" pergunto.

                    "Vem aqui em casa, sua mãe nem falou com você direito", sua voz sai como se ele tivesse sendo obrigado a dizer isso.

          "Juan, passa para a minha mãe, por favor", Faço o pedido com a voz profissional. Esse homem nunca mais me escutará com a voz cheia de diversão perto dele.

          "Oi, minha filha. Como você está?" Minha mãe me pergunta cheia de preocupação na voz. "Eu ouvi tudo hoje. Me perdoe por não te defender. Eu só queria que soubesse que eu te amo. Vem aqui minha filha, quero te abraçar pela última vez. Tentarei te ver mais vezes, eu prometo..."

          "Mãe, tudo bem. Eu já vou aí", afirmo já descendo as escadas de mármore e vidro. "Estou chegando."

          "Tudo bem, minha filha. Tchau", ela se despede, e eu desligo.

           Desço as escadas direto atrás da chave do carro que Marcelo deixou em cima da mesa da cozinha. E encontro Germano e Aninha conversando.

            "Que tanto assunto tem vocês dois?" Pergunto aos dois lesos que cochichavam e riam na cozinha.

             "Você está atrás do que, Ella?" Aninha me pergunta, vendo a minha busca pela chave perdida.

             "A chave do meu carro", afirmo.

             "Marcelo saiu nele", Germano me explica.

              "Merda", murmuro olhando para os meus pés e pensando numa forma de chegar em casa.

               "Gente, vou deixar dinheiro para o almoço de vocês e eu vou sair. Daqui a pouco eu volto." Pego a minha carteira no bolso do short jeans que eu tinha vestido e retiro de lá uma nota de cem reais.

               Abro a página do Uber e peço uma corrida para mim. O Uber não demora muito e me leva até a minha casa.

               O caminho inteiro eu passo um pouco nervosa, só irei dar um último abraço na minha mãe e para aproveitar que meus avós paternos e favoritos, não devem saber ainda disso, irei visitá-los.

                Peço para o carro parar no portão e o pago pela corrida.

          Caminho até a casa em que minha mãe mora e que eu passei a maior parte da minha infância.

           Quando chego perto da casa, consigo ver o meu carro estacionado no mesmo local que foi estacionado pela manhã. O que Marcelo faz aqui?

           Corro até a minha casa e escuto uma gritaria vinda de dentro dela. Quando chego na porta, que está aberta, consigo ver meu namorado, meu padrinho e meu pai.

             "A filha é minha e se eu quiser matá-la eu o faço", Meu pai grita na cara do meu padrinho.

             "Acho que você se esqueceu de uma coisinha... Sebastian é seu filho. Ella é minha filha."

             "Como é?" Eu grito da porta, com a voz atônita.

              Então, eu sinto o mundo a minha volta girar devagar e todos ali dentro me olharem. E pouco a pouco o mundo se escurece...

Agora e Sempre, Minha Rainha - 2ª Temporada de De Repente Princesa do MorroWhere stories live. Discover now