Capítulo 7 - Marcelo

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Estamos a caminho da casa dos pais da Ella. São poucos minutos de carro. Ella decidiu que é melhor eu ir dirigindo, pois quer pensar no que dizer nessa conversa. Germano e Ana Letícia não quiseram vir, o que deixou a minha namorada muito puta.

      Ella vai me ditando o caminho até a casa de seus pais. Ela parece nervosa, para uma futura militar isso parece estranho. Vejo-a quase devorar o dedo inteiro de tanto que rói a unha. Seu semblante parece de uma garota que está com medo do que tem por vir. Dá vontade de dar a ela mais tempo para isso, mas aposto que ela sabe que essa conversa, mais cedo ou mias tarde ia acontecer.

      "Amor, virá no pé dessa ladeira", ela fala com a voz embargada de ansiedade. "O único condomínio, seguindo nessa rua sem saída é o meu".

      "Certo. Virando a direita no pé da ladeira", grito ao volante. "Está tão nervosa assim?"

      "Estou. Mas... me faz um favor?" Minha namorada pergunta, um pouco apreensiva. "Fica na quadra, brincando com as crianças quando eu entrar. Certo?"

       "Certo", respondo isso, porque ela precisa explicar essa nossa relação aos pais, e sozinha.

        Chegamos a uma portaria um pouco humilde de um condomínio.

        "Aqui", ela fala muito ansiosa, quase pulando do carro.

        Fico parado na frente do portão. Esperando que o homem abra o portão. Mas nada acontece.

        "Você tem que baixar o vidro e se identificar", a Ella passa na minha frente e abre as janelas. Ela acena para o porteiro, e o portão é aberto.

         Quando entramos no condomínio, não se pode dizer que as casas lá dentro são como a portaria do condomínio em que as casas pertencem. São casas de formas e cores variadas.

         Ela me manda parar na frente de uma casa cinza, que tem o mesmo arranjo de madeira, igual o que tem na casa de sua tia. A casa é imensa, parece ser uma das maiores de lá do condomínio. O quarto perto do arranjo é o único sem varanda. A casa possui um lindo jardim na frente, e uma bela piscina mais para o lado.

          Desço do carro devagar, mas quando dou a volta no carro, já percebo a Ella na porta da casa. Minha namorada bate na porta de sua casa. A porta é aberta pela sua mãe, que cumprimenta a filha de uma forma animada. A mãe de minha namorada corre ao meu cumprimento, ela me dá um abraço acolhedor e um beijo na minha bochecha.

          "Eu apoio seu namoro com a minha filha. Pode ser o homem que for, mas se ela estiver feliz, sempre apoiarei", sua mãe sussurra no meu ouvido antes de me soltar do abraço.

          Assinto de leve, para que ninguém perceba que algo foi dito. Mas Ella percebeu, como sempre. Meus olhos se esvaiam para dentro da casa. Um tanto como bonita, bem organizada. Uma mesa de vidro dentro da casa se existe. O hall de entrada dá para a cozinha. A sala fica ao lado do hall.

           Entramos na casa e logo que entramos, é possível ver o pai da minha namorada sentado à mesa.

           Olho para a Ella, que encara seu pai fixamente, com um ódio anormal em seus olhos escuros. Ela emite uma onda de calor pela sala, mas um calor psicológico, um calor de ódio.

           Me viro e saio da casa, mas antes que eu saia, uma voz me faz parar:

         "Quem mandou virar as costas para mim? Eu mandei você sair?" O pai da minha namorada rosna de seu lugar.

         "Eu mandei ele sair", minha namorada rosna para seu pai.

         "Olha como você fala comigo, mocinha", ele grita para a minha namorada.

Agora e Sempre, Minha Rainha - 2ª Temporada de De Repente Princesa do MorroWhere stories live. Discover now