Cap. 16

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Rafa POV

– Mônica, não adianta, desliga isso. - eu dizia pela sétima vez seguida para que a mulher desligasse o celular. Ela tentava ligar para a filha desde que a namoradinha ligou aqui avisando que a mesma havia saído para vir para casa. - Sabe que ela não vai atender.

– Fácil pra você né Rafa?! - Se virou irritada, jogando o celular contra o sofá da sala. - Não é sua filha não é mesmo?!

– Acha que eu não estou preocupada Mônica? - A mulher só me encarou e suspirou alto, sentando-se no sofá em seguida. - Pois eu estou preocupada sim, não é minha filha mas é minha sobrinha.. postiça mas é.

 Já ouvi dizer amizade colorida mas essa de parente colorido é nova. Isso é incesto sabia?! - ela disse fazendo com que nós duas gargalhasse.

– Mô, eu estou falando sério. - eu ainda ria da cara de confusa que ela tinha. - Vamos esperar mais um pouco ok?!

 Só um pouco. - ela disse depressa.

 Só o tempo de eu ir até o estúdio. - disse me referindo ao meu estúdio Fotográfico. - Até que enfim a reforma do local onde em breve sera meu estúdio de fotografia está terminando então eu vou dar uma passada por lá pra ver como estão as coisas. - E você, quando vai voltar a trabalhar hãn? Não suporto mais ter que ficar o dia todo com você dentro dessa casa, é tediante. - disse em meio ao risos me referindo a Mônica que já não ia ao escritório de advogacia a exatos três dias.

– Traga minha filha de volta pra casa e eu irei trabalhar! - ela disse.

– Não coloquei sua filha pra fora de casa! Muito menos a levei até a porta, ela saiu com as próprias pernas. - disse enquanto pegava minha bolsa no sofá indo até a saída da casa. - Ela que volte com as mesmas. - disse enquanto batia com força a porta da sala.

 Sua grossa! - ouvi ela gritar.

Bianca POV

– MARCELA! - gritei assim que avistei a garota já dando partida no carro que se encontrava em frente ao portão da minha casa. Então ela pareceu me notar dando aquele sorriso de lado lindo enquanto saia do veículo dando a volta no mesmo reecostando-se em seu capô.

– Agora sim acredito no ditado de "Quem é vivo sempre aparece". - ela disse rindo enquanto me abraçava.

– Há! Eu é quem digo, afinal.. Você aparecendo aqui em casa. - a olhei desconfiada.

 Pra você ver, você aparecendo em casa isso sim é de se desconfiar. - ela disse rindo. - Acabei de sair, sua mãe está em casa e preocupada com você, Mari avisou que você tinha saído de lá.. sua mãe disse que recebeu a ligação a mais ou menos uma hora e meia..então? - ela me olhava sugestiva.

– Vim caminhando..

 Não é tão longe assim! - ela disse rindo.

– Demorei o que pude! - ri sem humor a puxando de volta para um abraço. Marcela e eu nos conhecemos a uns seis meses em uma festa da prima de Mari.

 Vai voltar para casa? - ela indagou enquanto beijava de leve a curva de meu pescoço fazendo-me arrepiar.

– Mariana me colocou para fora da casa dela então.. não tenho outra saída. - disse rindo.

 Tenho certeza que ela não te colocou pra fora. - repetiu fazendo aspas. - Mas, se quiser.. continuo sozinha no apê. - ela disse sorrindo travessa.

– Proposta tentadora acredite! - disse rindo. - Mas não estou afim de mais confusão, e digamos que Mariana não gostaria muito de saber que ficarei hospedada em sua casa.

– Bom.. não é uma casa, é um pequeno apê aconchegante, então talvez ela não se importe. - a loira disse rindo com a língua entre os dentes.

– Nem em seu pequeno apartamento aconchegante, Mar. - disse me desfazendo de seu abraço.

– Ok, entendi. - suspirou humorada. - Bom, tenho que ir.. - olhei em direção a casa. - Tem certeza que não quer ir comigo? - assenti, voltando meu olhar a ela.

– É só entrar e enfrentar a fera. Depois disso enfrentar meu castigo. Tô de boa relaxa!

 Tudo bem então. - ela disse rindo enquanto beijava meu rosto. - Qualquer coisa me liga!

– Pode deixar, doutora. - disse enquanto ela entrava no carro rindo.

– E se mudar de opinião e querer ir dormir lá em casa.. vá bem disposta, delicia. - falou em tom malicioso.

– Some, Marcela! - disse dando um beijo rápido em sua bochecha logo em seguida vendo-a sair com o carro.

[...]

Entrei em casa me deparando com minha mãe deitada no sofá da sala assistindo ao jornal local.

– Mãe... - a chamei baixo vendo a mesma se levantar em um salto vindo em minha direção, eu até pensei em correr. Mas só pensei mesmo.

 Awn meu bebê. - ela disse me abraçando forte. - Meu Deus Bianca, que bom que você voltou filha! - ri de seu entusiasmo.

– Calma dona Monica foram só três dias. Só precisava dar espaço a ela. - minha mãe se desfez do abraço me lançando um olhar como de...conforto (?).

 Vem cá meu amor. - ela disse me puxando para sentar-me no sofá junto dela. - Rafa, me contou.. creio eu que tudo o que você contou a ela.

 Eu já esperava.

– É.. e não é nada do que eu me orgulhe, foi uma fase, eu entendo.. você estava experimentando tantas coisas e.. - ela me olhou sorrindo. - Eu confio em você, eu confiei quando disse que não estava usando aquelas drogas que eu encontrei em seu quarto. Por mais que eu tenha ficado no seu pé, sei que você entende que eu só estava cuidando do bem mais precioso da minha vida. - Sorri para ela depositando um beijo rápido em sua bochecha.

– Eu sei mãe, e quero pedir desculpas a você por ter feito tudo aquilo, foi errado eu sei.. eu sabia, mas no momento você sabe, a gente não pensa, só age e acredite.. eu me arrependo como nunca me arrependi de mais nada que eu tenha feito de errado. - disse por fim. Minha mãe me encarava sem dizer nada enquanto acariciava meu rosto. - Eu realmente espero ter feito a coisa certa em ter contado a ela. Me livrei da desconfiança que ainda existia entre nós, não só nós duas mãe.. mas também dela. - minha mãe sorriu e segurou minha mão junto as suas.

 Eu realmente espero que vocês duas se resolvam, Rafaella é orgulhosa e bom.. você também não fica atrás, mas por essa briga filha entenda.. por essa, vocês duas devem engolir esse orgulho, devem olhar nos olhos uma da outra e dizer tudo de uma vez.

– Assim que eu tiver a primeira oportunidade mãe. Acredite. Na primeira! - disse convicta, só Deus e eu sabemos pelo o que eu passei por esses três dias que mais pareciam a eternidade sem ela por perto, sem sua voz, seu sorriso,seu cheiro sem o que eu precisava para ser eu mesma.

 Isso é ótimo filha, ela não está melhor ou pior do que você, só tente.. conversar pelo menos está bem? Vá com calma!

– Tudo bem mãe. Prometo! - me levantei a puxando junto a mim para um abraço, minha mãe era sem duvidas minha melhor amiga, me entendia, sempre me dera os melhores conselhos a serem seguidos, sempre me apoiou em todas as escolhas e também sempre esteve lá para me dar um puxão de orelha se preciso fosse. - Onde ela está? - Tomei coragem para fazer a pergunta que eu queria ter feito assim que adentrei aquela porta.

– Foi até o estúdio de fotografia, parece que já estão terminando a reforma, então ela foi ver se estava tudo em ordem.

– Humm. - murmurei olhando a sala em volta. - Bom, vou subir e tomar um banho, você quer que eu prepare o jantar melhor mãe do mundo? - disse rindo enquanto subia as escadas em direção ao meu quarto.

 Não filha, não precisa. Ah, já ia me esquecendo.. conversamos depois sobre o seu castigo por não ter dito onde ficaria nem muito menos atendido as minhas ligações. - Sabia que estava faltando algo.

– EU TAMBÉM JÁ ESPERAVA POR ISSO MÃE! - gritei rindo enquanto adentrava meu quarto.

The House (RABIA VERSION) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora