CAPÍTULO XXVI - Por Diego

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Em meio as lembranças, nem percebi que a Alexandra já havia parado o carro e estava me encarando atentamente. Só me dei conta quando ela começou a enxugar as minhas lágrimas, carinhosamente.

- Tenha fé, Di! Tenho certeza que ela ficará bem.

- Eu a busquei na fazenda a pouco tempo, depois que um empregado avisou que ela tinha passado mal. Ela não ofereceu nenhuma resistência em vir, eu deveria ter desconfiado. – Uno minha testa a testa da Ale. – Eu deveria ter desconfiado. Se ela estivesse bem, ela nunca cederia.

- Calma, Di! Você tem que ser forte agora, para dar força para a sua família. Eu vou ficar com você. Quando você quiser desabafar, pode falar comigo. Agora, vamos lá ver como está a sua avó, ok?

- Obrigado, Ale! – A beijo brevemente nos lábios. – Muito obrigado! Prometo, tentar ser forte! Com você do meu lado, tenho certeza que irei conseguir.

- Se realmente vocês tiverem o gênio parecido, tenho certeza que ela deve ser dura na queda e vai vencer esse momento difícil, e o apoio da família vai ser um estímulo maior ainda.

Saímos do carro. Pego a mão da Alexandra e seguimos em direção a entrada do hospital. Pedimos informação no balcão da entrada sobre a avó Bia e nos encaminharam para a sala de espera, três andares acima.

Quando entramos na sala de espera, sinto a Alexandra se retrair um pouco ao meu lado, mas em nenhum momento fez menção de soltar a minha mão, pelo contrário ficava dando apertos mais fortes de forma intercalada. Como se me passasse força de pouco a pouco.

Eu abraço minha mãe e o meu pai, sem soltar a Alexandra. A apresento a minha mãe, elas se cumprimentam, mas ainda assim não a solto. Na sala também estão dois tios, acompanhados por suas esposas.

- Então pai, quais as notícias?

- Meu filho, ela deu entrada com suspeita de ter tido um Acidente Vascular Cerebral (AVC), ela apresentava todos os sintomas, mas essa informação ainda tem que ser confirmada ou não pela equipe médica.

- Ela já deu entrada a um tempo, já era para ter tido notícias mais precisas. – Reclamo.

Estão quase todos sentados na sala de espera, eu não consigo me sentar e a Alexandra fica o tempo todo ao meu lado.

- Não estou aguentando essa espera Ale.

- Agora falta menos do que faltava antes! – Olho para ela e percebo sua tentativa de fazer graça para me relaxar, lhe dou um sorriso e a puxo num abraço, sem dar a menor importância para quem está por perto. Ela fica um pouco tensa, mas disfarça bem. – Viu? Também posso dizer coisas idiotas como você!

- Deve ser a convivência! Obrigado por estar aqui.

- Porque você não procura algo para fazer?

- Como o que? No momento, estou muito satisfeito em ficar só te abraçando.

No embalo do destino (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora