⩩ 𝗈 𝖺𝗋𝗍𝗂𝗌𝗍𝖺 𝖽𝖾 𝗋𝗎𝖺

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Personagem: Lee Felix.

Felix não gostava daquele artista de rua, ele conseguia ve-lo no outro lado da rua, usando pernas de pau e uma roupa folgado, vermelho e amarela, com maquiagem de palhaço. Por que artistas de rua usavam maquiagem de palhaço, quem acha graça nisso? Não é engraçado, não mesmo.

- Pare de encarar Yongbok, não é educado. - disse sua mãe enquanto puxava sua mão para dentro de outra loja.

Enquanto Felix sentava quieto dentro da loja, enquanto sua mãe procurava por algo e seu pai estava distraído, ele não parava de pensar naquele assustador artista de rua, nem as decorações da loja ou até mesmo a música que tocava na rádio conseguiu o distrair.
Ele não queria voltar pra fora, no momento ele estava feliz em ficar sentado dentro da loja, mas todas as coisas boas chegam ao fim, e todas as coisas ruins precisam começar. Era a hora de sair da loja.

A rua principal estava empenhada, pessoas saíam em massa procurando por promoções antes que as lojas se fechem, vários artistas de rua também estavam em ação tentando tirar uma renda pra si; os três andavam diretamente para o artista, Felix não estava gostando disso, ele não conseguia esconder o desconforto, sua mãe o encarou, sem palavras dessa vez, mas a mensagem foi clara.
Ele deu o seu melhor pra se controlar, mas ele não conseguia tirar os olhos do artista que fazia malabarismo enquanto estava sobre as pernas de pau; ele sabia que era assustador, mas também sabia que logicamente não sentiria tanto medo de qualquer outro palhaço com perna de pau, havia algo especialmente arrepiante naquele palhaço em particular, Felix queria virar para o outro lado mas não conseguia tirar os olhos dele, o palhaço se virou para olha-lo por um breve momento, ele o encarou apenas por alguns segundos, mas foi o bastante para Felix sentir seu olhar perfurando-o, ele sabia do seu medo.
Quando o palhaço voltou-se para o outro lado, Felix estava tremendo.

- Mamãe...eu não quero me aproximar daquele palhaço, eu quero ir pra outro lugar!

- Sinceramente Yongbok, ele é apenas um artista de rua, agora comporte-se!

Então Felix manteve seus medos para si mesmo, seus pais não entendiam e nem queria ouvi-lo, no lugar dele também não ouviria, o arrepio que sentia enquanto olhava para o palhaço parecia afetar apenas ele, para todos os outros palhaços era apenas mais um artista.
O palhaço começou a andar em sua direção e ele congelou, embora não tenha percebido ele também segurava a respiração.

- Não por favor, não venha por aqui, eu não quero me aproximar de você, não...

Sua mãe sussurrou tirando-o da corrente de pensamentos. - Yongbok, o que eu falei sobre ficar encarando? Assim eu não posso o levar para lugar algum!

O palhaço olhou para Felix outra vez e ali começaram a se encarar. O palhaço começou a rir, era uma risada assustadora, seu estômago se agitou e ele começou apenas a ouvi-la, mesmo que o palhaço estivesse distante Felix conseguiu ouvi-lo, como se estivesse bem ali ao seu lado, as pessoas ao redor pareciam não notar nada e isso era muito assustador, mais assustador que o próprio palhaço.
No momento que percebeu Felix o havia notado o palhaço começou a correr em sua direção enquanto gargalhava. Felix não esperou pela aprovação dos pais, ele virou-se e correu.

- Yongbok! - sua mãe gritava - Yongbok volte aqui, volte já, é apenas um palhaço!

Felix percebeu as pessoas ao seu redor olhando-o com desdém, como se ele apenas fosse um garoto mal criado com uma mãe que não conseguia controla-lo, não conseguiam ver que estava sendo perseguido, eles não se importavam.

Ele parou e virou-se, nesse momento viu que o palhaço já estava sobre ele, ele o agarrou pelo pescoço e levantou como se fosse leve como uma pena, sua gargalhada era ensurdecedora, agora que estava perto, o seu rosto era perturbador como uma pintura branca rachada, um sorriso duas vezes maior que um rosto humano poderia sustentar sem deformações grotescas, e seus olhos selvagens e cheia de malícia, enquanto seu rosto era uma distração ele desceu sua mão pra puxar do cinto uma reluzente faça de cozinha.
Felix se sacudiu e se contorceu para tentar se livrar do palhaço, e ele gritou tão alto quanto seus pulmões suportavam, para que qualquer um por perto pudesse ouvir.

- Socorro, s-socorro, alguém, esse palhaço quer me matar!

Mas tudo oque ele conseguia era murmúrios como: "onde estão os pais desse pirralho?" ou "eu não deixaria meu filho fazer isso." Essas pessoas estavam loucas, elas estavam percebendo oque estava acontecendo? O que estava havendo? O comportamento do palhaço parecia normal para eles? Aos olhos deles, eu estava sendo o único errado? Se era assim, então não havia nada do que eu pudesse fazer, nenhuma maneira de escapar com vida.

Felix começou a soluçar silenciosamente e fechou os olhos com força, houve uma repentina e lancinante dor debaixo do seu peito, como uma dor que jamais tivesse sentido, ele não pôde deixar de gritar diante da inexplicável agonia, ele havia acabado de ser esfaqueado no peito. A sensação de choque que viu ao perceber que foi esfaqueado era pior que a própria dor, ele não queria ver, então manteve os olhos fechados e continuou soluçando; ele conseguia sentir algo quente e salgado no fundo da garganta, enchendo até que ele engasga-se, sua vida estava acabando e em seus últimos momentos ele conseguia escutar as gargalhadas do palhaço e os murmúrios de desaprovação que viam das pessoas que passavam sobre um pirralho que estava chorando no meio da rua.

°💣 °

"Enquanto eu fazia esse capítulo tava escutando a música " Chora no meu colo" kakakak
Aleatório isso eu sei, mas enfim, mais um porque eu tô amando escrever
Se hidratem e evitem estarem saindo muito de casa okay? Me preocupo com vcs também."

Bye !

𝐏𝐄𝐓𝐈𝐓𝐄𝐒 𝐇𝐈𝐒𝐓𖣠𝐈𝐑𝐄𝐒 𝐃'𝐇𝐄𝐔𝐑𝐄 𝐃𝐔 𝐂𖣠𝐔𝐂𝐇𝐄𝐑 Where stories live. Discover now