Capítulo 14: precisamos conversar

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"Você e eu vamos conversar!".

Foi a única coisa que eu escutei, antes de sentir a mão raivosa de Han Jisung me puxar para o nosso quarto.

E, mais uma vez, eu me pergunto:

Como eu deixei minha vida chegar a esse ponto?!

Changbin me mataria se soubesse que eu cabulei as aulas da manhã só pra correr atrás de um Han Jisung de pijama no hall dos dormitórios em busca de recuperar o meu livro.

Mas é a vida, meus amigos.

Hm... Eu não sei porquê, mas estava me sentindo extremamente culpado por escrever esse diário. Quer dizer, eu sabia o porquê... mas meio que não queria admitir a minha parcela de culpa.

Ou apenas seja um pouco de vergonha por Jisung ter lido ele.

Ou os dois, não sei.

Mas eu já disse que escrevi ele apenas pra organizar os meus sentimentos!

A culpa não é minha que os meus sentimentos se resumem à um "T". Vocês sabem qual. Hahahahaha.

E a culpa é do Christopher, aquele idiota que me mandou escrver o diário... Tá, mas ele não disse que eu tinha que escrever indecências nele.

Mas o diário é meu! Eu escrevo o que quiser!

Arrgh! Viu? É por isso que eu precisava desse diário, eu estaria escrevendo meus sentimentos confusos nele, não espalhando eles no ar e ficando cada vez mais confuso!

Mas não!

Estava sendo puxado pra uma conversa que vai definir o futuro do meu relacionamento, até então, não definido.

E isso me assustava. Assustava muito.

E o fato de que, com certeza, a gente iria conversar sobre mais coisas além do diário; como os nossos passados  entrelaçados e como eu não lembrava nada sobre ele — apenas sentia.

Enfim.

Quando chegamos, ele entrou primeiro e sentou na minha cama.

Ele tem essa mania de sentar/deitar na minha cama, como se não tivesse uma. As vezes irrita, mas é gostosinho dormir com o cheiro dele no meu travesseiro.

Ah... Anyways. Finge que eu não falei isso.

— Fecha a porta, por favor. — escutei-o pedindo. Fechei e caminhei para perto de si.

Eu nem sabia quem era o errado da situação, mas 'tava com medo.

Sentei ao seu lado na cama.

— Olha, Jisung, eu posso explicar. Eu..— fui interrompido.

— Tá tudo bem, não tô bravo por você escrever o diário. — suspirou — Eu... entendo, acho. Mas é que é meio estranho, Minho, você entende?

— Olha, me escuta, eu..— fui interrompido de novo!

— É que eu me sinto um pouco objetificado, tipo, é um pouco bizarro pra falar a verdade. — ele não estava olhando para mim, isso me irritava.

— Eu não pedi pra você ler isso! — estava ficando cada vez mais irritado... E meio assustado, de certo modo.

— E eu não pedi pra você escrever! — que tipo de argumento é esse?!

— Me escuta, Han Jisung, o diário é meu! Entendeu? Meu! Eu podia escrever qualquer coisa que eu bem entender nele, você não tinha o direito de ler!

— Você também não tinha o direito de escrever a porra de um livro de fetiches sobre mim! — suspirou novamente, tampando o rosto com as mãos — Você não entende? O ponto não é eu ter lido o ou não! Eu não leria se você não tivesse escrevido!

meu livro de fetiches. 📚 - MINSUNG.Where stories live. Discover now