capítulo 10

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Katherine

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Katherine

Sua cara fechada não me surpreende, esse homem era a personificação do mau humor, e olha que cheguei a essa conclusão a muito tempo, na época em que ele entrou na minha vida com a fama do pior cunhado de sempre.

Seus olhos vão para a secretária e a corrige em um rosnado.

-Você não é paga para decidir o que é mais importante ou não senhorita Mendes. Se quer continuar a receber o belo salário que tem, faça o favor de dobrar a língua.

A secretária simplesmente fica branca e juro que ela havia merecido, mas na hora eu agradeci por não estar na sua pele, senti...pena.

O coice havia sido grande, embora merecido por causa da sua hostilidade e arrogância.

Ela sussurra um desculpe sem graça. Então o homem vira as costas e sem me olhar diz.

- Venha Katherine_  Isso havia sido uma ordem, e eu acatei.

Hoje eu evitaria o máximo de confronto entre nós, ficaria na defensiva, passiva.

O barulho do meu salto alto é ouvido no silêncio constrangedor e eu entro logo atrás dele.

- Feche a porta_ Assim fiz, não deixando de implicar com o homem mentalmente, era inevitável.

- Sente-se.

Sento-me a sua frente então analiso parcialmente a sala, na cor marrom com uma mesa ampla cheia de papéis organizados, um computador a direita, a esquerda da mesa há uma parede em forma de estante cheia de livros no qual eu adoraria saber os conteúdos. Cortinas na cor cinza.
Tudo muito sem vida, mas ao mesmo tempo simples.

As cadeiras são confortáveis e a vista atrás é de tirar o folêgo. Meus olhos encontram com o porta retrado que está de “costas ” para mim, de relance vejo a cabeleira ruiva na foto, e não dá para ver mais, minha vontade é de pegar o mesmo e saciar minha vontade de ver de quem se trata.

De ver se ainda mantém Alice presente em sua vida e na vida da minha sobrinha, caso isso não esteja acontecendo eu mesma irei trazer a realidade de Siena, a Alice que eu conheci e amei.

Dar a ela a chance de ter orgulho da mãe que ela teve e sempre terá consigo, no coração, na cabeça e na vida.

Sua voz corta o silêncio e o encaro.

_Muito bem Katherine, vejo que é pontual.

Dá primeira vez eu não havia dado importância, mas agora eu percebi que o mesmo havia dado enfâse em meu nome.

Talvez, ele tenha entendido bem o recado daquele encontro caótico em sua casa.

Eu não era muito boa para comunicar com quem eu não gostava.

O que me causava certa aflição é que ele estava relaxado demais, sua boca até insinuava um sorrisinho de lado, que sinceramente estava me enervando.

- Pensou em tudo que falei? Naquele dia... Na sua casa_ sou direta ao ponto.

- Pensei... pensei tanto que resolvi, sabe, saber mais sobre você, afinal não posso deixar a minha filha perto de pessoas, digamos... disturpadas_ minha garganta fica seca e fico sem reação, eu não estava gostando nem um pouco do rumo daquela conversa, ele parecia se divertir, e um brilho sinistro habitava o seu olhar frio. Abaixo meus olhos para as minhas mãos apoiadas no meu colo.

- Muito bem, eu entendo, a segurança dela em primeiro lugar_ o canto do seu lábio se levanta mais ainda e junto com ele, ele também se levanta da cadeira, meus olhos o seguem e meu nervosismo aumenta.

- Sabe Katherine..._ Ele me olha, enfia uma mão no bolso da calça social preta e passa os dedos na barba por fazer_- Eu realmente não sou de surpreender fácil, eu já vi de quase tudo. Mas ontem, algo me pegou completamente desprevenido...antes que tal um bom café preto?!

Eu fico paralisada e realmente penso em sair dali, enquanto o homem manda a secretária trazer os dois cafés.

Fico quieta e no fundo eu sei o que isso é... medo.

A mulher sai assim como entrou, calada e como um foguete, rapidamente ficamos a sós novamente e o homem me entrega a caneca, hesito em pegá-la, vai que ele tenha mandado colocar veneno na bebida, se fosse ao contrário eu até pensaria na hipótese com carinho.

- Beba Katherine, nada como um bom café amargo para deixar-nos com energia em dias difíceis.

- Seu sinismo só me enerva com o passar dos segundos_ Digo em um rosnado de puro ódio . Cansada daquela enrolação toda.

- Sua sinceridade me diverte. Mas vamos ao que interessa.

Bebo o café de uma só vez, sentindo o líquido queimar minha garganta de tão quente e amargo, faço um esforço descomunal para não o cuspir ou ventilar minha língua.

Caralho!

Ele se apoia com as duas mãos em cima da mesa, mirando meus olhos, ficando próximo demais.

- Sabe, eu acho que nossos pais devem ser as pessoas em quem devemos confiar... Não é mesmo? Principalmente no pai, que representa em muitas vezes um herói para nós, claro que a mãe não fica um passo atrás, aliás está a frente.

Eu ouvia tudo calada, recusando pensar, criar especulações, minha mente trabalhava a mil e minha garganta só ficava cada vez mais seca. Ele deu a volta ficando atrás de mim e em um impulso eu me virei também.

- Mas existe todo o tipo de pessoas no mundo, e não deveriamos nos surpreender com isso. Eu não perdoou traições...

Não aguento ouvir sua enrolação, me levanto já pronta para dar um basta naquilo tudo.

Minha respiração já está descompassada, eu só quero sair daqui, ele estava brincando com o fogo e os estragos seriam irreversíveis.

Minhas pernas não me obedecem. O homem me dá as costas e joga a merda no ventilador.

- No seu caso, eu não perdoaria... ver seu  próprio pai bombar no cu do seu marido. Ou seria ao contrário?

As lágrimas transbordam meus olhos de forma descompensada pela fúria e no calor do momento eu pego o que está mais próximo e arremesso contra o filho da puta de costas para mim, com toda força que tenho.

É quando sinto o barulho do choque e o mesmo cai que nem um saco de batatas no chão e meu coracão desce pelas zonas do intestino vendo-o no chão.

- Meu deus, o que eu fiz?!

Minha reação depois desse capítulo

Minha reação depois desse capítulo

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Sem revisão, desculpem os erros.

Acabei postando mais um essa semana, para desculpar o capítulo que eu não postei na quinta

Beijão e bom fim de semana a todos.

Uma segunda vez- Livro I- Série DestinadosWhere stories live. Discover now