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Acordei mais que atrasada, dei um pulo da cama quando vi que eram sete e vinte da manhã, tomei um banho rápido e vesti minha roupa na velocidade da luz. Se não me apressasse eu ia entrar vai saber em qual tempo de aula e tem professor que é super chato com isso de atraso. E eu sei de todos, porque a minha vida era chegar atrasada mas tô tentando mudar esse hábito. To tentando tanto que falhei miseravelmente no segundo dia de aula.

Mas sigo na luta porque o que importa é a intenção.

Peguei minha mochila no chão do canto do quarto e calcei o tênis em uma rapidez que quase fui de cara no chão. Resolvi chamar um uber porque não ia dar tempo de pegar o ônibus e chegar no colégio menos atrasada do que eu já estou. Eu estava igual uma maluca, meu cabelo estava todo para o alto pelo simples fato de não ter passado pelo menos uma escova nele. Prendi o mesmo em um rabo de cavalo e mesmo assim a cara de quem usa remédio controlado continuou.

Tranquei a porta e apertei inúmeras vezes o botão do elevador na ilusão que isso o faria chegar mais rápido. Eu sempre fazia isso quando estava com pressa. Incrível. O elevador chegou e eu entrei, menos de um minuto eu estava no térreo e o Uber já estava a minha espera em frente ao portão.

— Bom dia, seu João — sai correndo antes mesmo que ele pudesse responder.

Aposto que seu João teria me olhado com uma interrogação na cabeça e achando que era uma louca. A grande chances de ser. Não o julgo.

O motorista deu partida e eu fui o caminho todo agradecendo mentalmente a Deus por ter me concedido com um piloto de fuga, porque o que esse homem corria não estava escrito. Parecia uma participação especial de Velozes e furiosos mas sem as partes das mortes porque graças a Deus eu cheguei viva.

Cheguei na escola em quinze minutos, sai do carro rápido assim que paguei o motorista e como o porteiro me conhecia e gostava de mim, me deixou entrar na maciota. Em passos apressados fui para o andar da minha sala e entrei dando bom dia para o professor que estava explicando matéria e me sentei onde havia carteira vazia. Mandei um beijo no ar para as meninas e comecei a prestar atenção na matéria. Geralmente em aula de história em durmo o tempo todo mas como ainda estávamos no início do ano, resolvi fazer uma média.

[...]

As aulas passaram rápido até o intervalo, foram três tempos só. Eu estava morta de fome, não tinha tomado café como de costume e estava começando a ficar de irritada. Apesar de ser mau humorada desde nascença, fome era uma das coisas que me deixava ranzinza rápido.

— Vocês estão sabendo do babado que a Mariah da 3B está namorando o Caleb do futebol?

Que garota fofoqueira.

— Deixa de ser fofoqueira, Lya — Naty disse e eu nós rimos.

— Fofoqueira não, comentarista — ela piscou e eu caí na gargalhada.

— Eles se merecem, ela é tosca e ele também aí forma um casal perfeito — disse mexendo no telefone.

— Cruzes, Manuela — Lya riu.

— Ué, gente!? Não menti.

As meninas foram sentar em algum lugar do pátio e eu fui comprar algo pra comer. A fila estava imensa, demorei um pouco e quando comprei fui em encontro as meninas que estavam com Pedro e Gusta conversando. Eles eram uns dos únicos meninos que nós falávamos aqui do colégio, nós estudamos todos juntos mas nos separamos por causa da nova turma esse ano, a 3c e como nós éramos da 3a, fomos separados.

Cumprimentei eles com um abraço de lado e me sentei pra comer meu lanche. Eu estava faminta. E isso chocava um total de zero pessoas.

— Não era você que estava sendo pontual, Manuela? — Gusta riu — Chegou quase oito e vinte da manhã no colégio — eles riram.

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