Capítulo VI - Leão

64 5 56
                                    

Reino de Tatooine

Ano 1371


"A minha obra não morrerá comigo"

Casa Palpatine


"Os passos firmes atravessando os corredores do palácio eram ouvidos pelos convidados que aguardavam a chegada da rainha.

Os finos tecidos avermelhados moldavam o seu corpo magro com demasiada elegância. Ela tinha os olhos azuis orgulhosos, as sobrancelhas arqueadas, o nariz pontiagudo e os lábios rosados.

Apesar da doçura em seus traços, o seu semblante era carregado de seriedade e tensão. Certamente, não estava bem humorada naquela manhã.

Os guardas ao lado dela, também não demonstravam estar confortáveis diante do governante estrangeiro, que mantinha um diálogo amistoso com Sheev.

Diferente do que Ravenna imaginou sobre o jovem rei de Alderaan, a juventude não o fazia fraco ou deturpava o seu julgamento.

Anakin tinha os olhos luminosos quando mencionava a terra onde nascera, assim como ela também o tinha quando mais jovem. Entretanto, a maturidade já havia levado a inocência de Ravenna. O poder trazia consigo muitas responsabilidades.

A rainha leão moveu-se graciosamente pela sala, fazendo com que o rei lobo rolasse os olhos para a direção dela que se aproximava com a coroa na cabeça e anéis de ouro nos dedos longos e finos.

Ravenna apenas o conhecia por pinturas e havia lido algumas cartas dele, todas sobre negócios que eles nunca conseguiram chegar em um acordo. Para ela, Skywalkers e Palpatines nunca chegariam em um consenso, não importasse qual fosse o assunto. E infelizmente, Anakin pensava o mesmo.

No último verão conheceu a falecida esposa dele, Padmé, que apesar do delicado estado de saúde, esteve presente em todas as reuniões que tratavam sobre os Novos Tratados de exportação das Terras Altas. Teve de reconhecer que Padmé era uma rainha de pulso firme, o bastante para que não houvesse dúvidas de que ela régia, cuidadosamente, cada assunto de estado que a dizia respeito.

A Palpatine fizera uma leitura minuciosa da rainha lobo, os trejeitos, o gesticular com as mãos e a forma como abordou Sheev após a reunião perguntando sobre as crianças que brincavam perto da lareira, enquanto acariciava o próprio ventre. Tudo indicava que era uma boa mulher, apesar de muito inocente para a posição que ocupava.

– Estes são Francis, Caterina e Sheera – respondeu o homem de cabelos grisalhos e olhos esverdeados – Os meus filhos.

– Eles são lindos... – a rainha lobo se curvou para olha-los de perto e não deixou de notar o temor no rosto das crianças com a aproximação – Sou a Padmé.

As três crianças se mantiveram quietas e Ravenna percebeu a profunda dor nos olhos castanhos de Padmé.

Tal sentimento a deixou inquieta, repousou a mão no ombro de seu filho mais velho, Francis e forçou os lábios em um sorriso carregado de significados e alertas para a rainha lobo. Padmé deveria se afastar.

– Perdoem-me – ela se desculpou mas manteve o olhar firme, como se não temesse a ameaça velada.

– Está tudo bem – respondeu Ravenna acariciando os cabelos ruivos do filho que tanto se assemelhava ao pai – Se quiser permanecer essa noite...

– Não, o meu marido me aguarda em Alderaan.

– Foi uma honra conhecê-la, Vossa Majestade – disse Sheev educadamente, forçando um sorriso para a rainha lobo.

Duelo de SangueWhere stories live. Discover now